Com toda a admiração que tenho por Correia de Campos (aqui o defendi, e à sua actuação, enquanto Ministro da Saúde do primeiro governo de José Sócrates), o PS não se pode tornar porta-voz político e partidário de quaisquer corporações, por muita razão que lhes assista - e, no caso da restauração, até nem acho seja esse o caso - ou por muitos votos que essa atitude possa angariar. Se o PS e Correia de Campos decidirem votar ou pugnar pelo voto "contra" o Orçamento de Estado de 2012 - e têm muitas razões para tal - devem fazê-lo tendo por base uma oposição global à política de "empobrecimento" (Pedro Passos Coelho, dixit) que ele (O.E.) consubstancia, bem como às dúvidas que o corte salarial dos funcionários públicos lança sobre o futuro papel do Estado e sobre a possibilidade de uma sua qualquer reestruturação feita "com pés e cabeça". Caso contrário, ficará prisioneiro dessas mesmas corporações e, no futuro, arrisca-se a provar-lhe o veneno. Nada que Correia de Campos já não tenha experimentado, daí a minha estranheza.
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