Uma vez mais... Não me lembro de alguma vez os portugueses terem tido tantas razões para se sentirem irritados, injustiçados, revoltados e com tão fortes argumentos para lutarem contra algumas medidas do governo. Contra a paralisia de uma União Europeia que os condena ao empobrecimento. Em favor do Estado Social, tantas vezes aquilo que distingue a civilização da quase-barbárie. Em favor de serviços públicos competentes e eficazes, pagos com impostos suportáveis. Só que não entendo qual a eficácia de uma greve geral da qual os mais pobres, os que já são penalizados por viverem nos subúrbios e terem de utilizar os transportes públicos em longas deslocações para os seus empregos, os que não têm dinheiro para terem os seus filhos no ensino privado e recorrerem, quando necessário, aos hospitais e médicos privados, saem prejudicados. E, como todos antecipadamente sabemos, uma greve geral sem qualquer eficácia para forçar uma mudança, pois não é alguma desorganização que um dia de greve nos organismos públicos e em algumas, muito poucas, empresas privadas possa provocar no país que muda o que quer que seja. Confesso não entender... mas só posso desejar-lhes boa sorte.
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