Percebe-se agora bem melhor talvez se aproxime do seu fim a estratégia iniciada com o empolamento dos "casos" das alegadas escutas a Belém e do Estatuto dos Açores. Depois de se pensar - e talvez bem - que o objectivo do Presidente da República seria minar e destruir o governo de José Sócrates para colocar no seu lugar um governo do PSD dirigido por um "cavaquista" (Manuela Ferreira Leite), sendo os "casos" citados apenas o primeiro passo nesse sentido, Pedro Passos Coelho terá sido o imprevisto pauzinho na engrenagem que impediu tal desiderato. Desistência? Nem pensar... Pensando em Cavaco Silva, "é cena que não lhe assiste" Analisados os factos, tiradas as respectivas conclusões e perdida essa batalha, a Presidência da República decidiu-se por uma autêntica OPA sobre o Partido Socialista, tendo como condição sin qua non o afastamento ou neutralização do grupo mais próximo de José Sócrates e a eleição de António José Seguro e como objectivo último a constituição de um governo de "unidade nacional", de facto ou de jure, sob a tutela efectiva de Belém. Como se pode depreender dos sinais, já tudo menos ténues, é isto que efectivamente está em jogo no actual momento político. Digamos que não compro a ideia, nem sequer gratuitamente ou por um qualquer valor simbólico, mas tiro-lhe obviamente o meu chapéu.
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