Já deu para perceber que a esquerda radical, nela se incluindo alguns sectores minoritários do PS, tem da crise grega a mesma visão moralista que frau Merkel tem dos "PIGS" "irresponsáveis e gastadores" do sul da UE: "os gregos é que os têm no sítio - Papandreou tornou-se uma espécie de herói de banda desenhada em luta contra as potências do mal -, não têm medo do povo e estão a lixar a Merkel e o Sarkozy, o que é bem feito porque foram eles, apoiando a ganância dos banqueiros, que (n)os meteram nisto".
Independentemente das responsabilidades que todos possamos atribuir a Merkel e Sarkozy, pouco importa a essa esquerda radical, como de costume, que a Grécia recorra a um estafado instrumento - o referendo - dos populismos plebiscitários, frequentemente suporte de regimes autoritários e musculados, e que possa arrastar consigo, para um qualquer abismo desconhecido, toda a bem sucedida História europeia dos últimos 70 anos. Quanto pior melhor - não é assim? - mesmo que o "prémio" seja apenas a pírrica e mais do que duvidosa vitória moral do "nós tínhamos ou não tínhamos razão? Vão-se mas é lixar!
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