terça-feira, novembro 08, 2011

"Preto de merda"? Ou mais prosaicamente "queixinhas" e "mariquinhas"?

Toda a vida os jogadores de futebol se insultaram dentro de campo, mesmo sendo amigos cá fora: preto de merda", "amarelo pudim", "azul cueca", "filho da puta", "cabrão", "estás a aqui a jogar e a tua mulher está lá em casa a f.... com outro", "a tua mulher tem uma ganda c...", bem ou mal (digamos que mais mal do que bem, mas o mal é relativamente inofensivo) sempre fizeram parte do jogo. O "grande capitão" Mário Esteves Coluna (daqui lhe faço uma vénia) era "useirio e vezeiro" e contava-me um dia, aqui há uma dezena de anos, o António Simões (o"rato atómico") que o bom do Mário ameaçava os adversários que marcavam o "miúdo" Simões com frases do género. "oh meu filho da puta, bates no miúdo e eu f...-te. Lembro-me também de o meu pai me contar uma "cena" com Fernando Peyroteo, jogador correcto e o grande goleador dos cinco violinos, em que este, sem ninguém perceber bem porquê, foi expulso por ter acertado valente "directo" num adversário. Mais tarde veio a explicação: acho que o tal adversário (não me lembro quem) terá passado o jogo todo a insultar Peyroteo com as tais frases do tipo: "estás aqui a jogar e a tua mulher", etc, etc, etc. Peyroteo fartou-se a zás... que se fazia tarde.

Vem isto a propósito de ver agora o jogador Alan, do SC Braga, vir queixar-se por Javi Garcia lhe ter alegadamente chamado "preto de merda" (ou teria sido de "mierda"?). Pela sua atitude, não vou dizer o jogador Alan (que tal como Ruben Micael parece ter aprendido bem e depressa a escola do FCP) mereça mesmo o insulto que atribui a Javi Garcia. Mas depois da cena da época passada e da atitude deste ano, "palhaço", "sacana",  "cobardolas", "queixinhas" ou "mariquinhas" são o mínimo a que faz jus. Aqui ficam pois os insultos, com os votos de que para personagem deste calibre, em vez de jogar futebol, talvez fosse bem melhor ir para casa brincar com a pilinha.  

4 comentários:

VdeAlmeida disse...

Meu caro JC
No eesencial estou de acordo consigo (o grande "mestre" da provocação com o intuito de ver o adversário perder a cabeça e acabar por o agredir e consequentemente ser expulso, foi um avançado brasileiro que passou na década de 60 pelo Sporting chamado Faustino), mas o Braga já tem escola própria, não precisa dos professores do Porto (e ainda bem, é muito mais interessante que os adeptos de Braga já tenham o seu clube como 1º e não como 2º clube do coração, tal como deveria acontecer com os clubes das restantes cidades fora de Lisboa ou Porto).
Enfim. este é um episõdio irrisório, e o que seria verdadeiramente interessante seria que o meu caro comentasse as declarações do guarda-redes do seu clube, essas sim, misteriosas e dignas de um bom debate ou mesmo uma investigação.
Abraço

JC disse...

As declarações do GR do meu clube são, pura e simplesmente, pouco éticas. Não merecem debate, mtº menos investigação.
Já agora: o episódio seria irrisório não fosse a importância dada pela comunicação social. Para mim, é irrisório.
Abraço

VdeAlmeida disse...

Não, meu caro, as palavras de Artur Moraes não são só pouco éticas.
A atitude do atleta é em tudo semelhante ao que se passou com Ruben Micael quando transitou para o FCP. Foi instrumentalizado pela direcção, tal como o foi agora o Artur. Isto é, o SLB serviu-se de uma arma que antes tinha criticado ao "inimigo". Só que de forma um pouco inábil (nem todos são Pintos da Costa) uma vez que o mensageiro não se lembrou que das "outras vezes" estava precisamente do outro lado da barricada.
Afinal, e na minha análise ao caso, parece-me que há quem grite muito pela transparência, mas que quando lhe convém, actua precisamente da mesma forma daqueles que acusa de agirem de forma menos digna. É bem o retrato do futebol português, onde não há santos e pecadores. Só pecadores.
Um abraço

JC disse...

Meu caro: não faço ideia se Micael e/ou Artur Moraes foram ou não instrumentalizados pelas respectivas direcções nem esse género de coisas, do tipo adivinhação, me interessam mtº. Artur teve uma atitude que reputo de pouco ética para com o seu recente ex-empregador. Por isso,e por desse modo ter deixado ficar mal o meu clube, reprovo-a.Devia ter estado calado.
Abraço