Não sou nem nunca fui professor, e por isso a minha experiência didáctica é necessariamente muito limitada. Mas, apesar disso, interrogo-me sobre se a falta de aproveitamento nas disciplinas de matemática e português tem assim tanto que ver com o número de tempos lectivos das disciplinas em causa, e, por isso, se resolve com o aumento do número de horas lectivas das matérias, como decretou agora o ministro Nuno Crato retomando uma ideia que, tanto quanto julgo saber, já vem de Mª de Lurdes Rodrigues, se as suas origens são bem diferentes e diversas, devendo o problema ser encarado de forma mais abrangente, que integre ou não esse aumento da carga horária. Por mim, opinião de quase-leigo, ligo mais a falta de aproveitamento na disciplina de português à ausência de hábitos de leitura (nenhuma novidade, aqui) e na matemática ao facto de ser uma disciplina que, para além de um trabalho diário, sistemático e muitas vezes repetitivo, exige uma capacidade de concentração bem maior do que qualquer outra. Como isto se resolve? Integra tal resolução o aumento da carga horária e constitui esta elemento-chave? Francamente, não sei. Mas, muito mais do que decisões que me parecem mais ou menos avulsas embora caiam sempre bem, gostaria de conhecer qual a estratégia do governo para ajudar a resolver tal problema.
6 comentários:
Obviamente que dar mais tempo à Matemática pode não ser o busilis da questão. Mas é seguramente um princípio correcto e, nesta altura, foi o que se pôde fazer, tendo em conta que se está a pouco tempo do ano lectivo começar. Resta aguardar pelas outras medidas. Está-se a criticar depressa e de forma leviana. O que seguramente não estava correcto era os alunos só contactarem com a Matemática (e já agora Português) duas vezes por semana. Dá ideia que esta aversão à Matemática não é só da maioria dos alunos mas a muitos outros agentes da sociedade. Coitadinhos dos alunos que nada percebem de matemática! O suplício que irão passar......vão ser tão martirizados... talvez se levarem a playstation para a aula o tempo passe mais depressa... E já dizia o Napoleão que "O avanço e o aperfeiçoamento da matemática estão ligados à prosperidade do estado"....
Como deve ter reparado, escrevi "que integre ou não esse aumento de carga horária". E disse mais: "Integra tal resolução o aumento da carga horária e constitui esta elemento-chave? Francamente, não sei". Não estou, portanto e como pode ver, liminarmente contra o aumento das horas lectivas. Mtº menos penso não serem a matemática e o portugês opções fundamentais: são-no.Limito-me a chamar a atenção para o facto de podermos não estar a ir na direcção correcta e do aumento da carga horária ser uma medida mtº insuficiente. Certo?
O Nuno Crato chamou a atenção para que esta era a remodelação possível neste momento, devido ao tempo escasso a que estamos do novo ano lectivo. Deu a entender que as medidas não se ficariam por aqui, mas havia que aguardar pelo ano seguinte. Este foi um pequeno passo e foi dado, seguramente, na direcção certa. Evidentemente que não irá resolver os problemas da MAT e Português, mas irá ajudar. Não vale a pena estar já a "bater" no ministro, quando ainda só está no governo há tão pouco tempo.
Mas quem está a bater no ministro? Nunca digo que estou contra. Limito-me a afirmar que tenho dúvidas (pelos vistos, v. só tem certezas) e que espero q depois de uma medida avulsa (o ministro e v. própria o confirmam quando afirmam "é o possível" - ministro - e fala v. em "pequeno passo") fico à espera de uma estratégia.Ai, cara Marilu, acho que v. tb tem de se dedicar mais ao estudo do português, mas concretamente dainterpretação de textos.
Cumprimentos
E tenho mais esta certeza - uma certa dificuldade em intepretar o gatês e a fazer com que seja compreendida por gatos. Logo pela primeira frase do post daria para perceber que iria chover no molhado.
Não tem razão mas pelo menos teve graça.
All the best!
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