Estas afirmações de Cavaco Silva sobre o valor do euro, para além de todos os comentários sob o ponto de vista estritamente económico que possam sugerir e não vou agora e aqui glosar (nada acrescentariam de muito relevante ao que já foi escrito), exprimem, no fundo, o atavismo de um provinciano de Boliqueime, do "filho do senhor Teodoro da bomba" que gostaria a Europa fosse um pouco mais à imagem e semelhança do "seu" Portugal, do grupo da praia dos Olhos de Água dos anos 50 do século passado, em vez de ser este a tornar-se mais cosmopolita, mais próximo da mentalidade,valores e comportamentos dos Estados mais desenvolvidos e civilizados da zona euro e da UE. Em minha opinião, acho nunca o actual Presidente da República exprimiu de modo tão claro aquilo em que verdadeiramente acredita.
Nota: não sei se BE e, em certa medida, o PS já perceberam que a concepção de Cavaco Silva de competitividade através de um euro fraco não é muito diferente da que preside ao corte da TSU, isto é, ao de um aumento de competitividade por via da desvalorização do factor trabalho. Acho bem que não reparem só na árvore e vejam também a floresta. Para além disso, com uma Alemanha pujante e a crescer a um ritmo anual de 4%, é batalha perdida à partida. Uma das tais que, portanto, não vale a pena, sequer, tentar travar.
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