Confesso não entender muito bem das razões de uma longa e entediante conferência de imprensa - um pouco como aquelas corridas tácticas de 10 000m que normalmente se designam por 400m de corrida com 9 600 de balanço - quando aquilo que era, de momento, relevante e quantificável eram os esclarecimentos sobre o imposto extraordinário, como e a quem seria aplicado e as razões que o justificavam. O resto, incluindo eventuais cortes na despesa, calendarizados e quantificados (espera-se...), bem melhor ficaria, apresentado de forma já mais estruturada, quando da apresentação do enquadramento macro-económico e linhas gerais do Orçamento Geral do Estado para 2012. Além de tudo o mais, explicar apenas as questões técnicas relacionadas com o imposto extraordinário teria evitado, pelo menos por agora, as críticas pertinentes à ausência de medidas de corte na despesa e a explicação atabalhoada do ministro sobre o "desvio colossal", desmentindo metade do PSD e colocando em dificuldades o primeiro-ministro. Focar no que é, a cada momento, essencial, é o conselho que me permito dar a este governo.
7 comentários:
Caro JC
Mais parecia uma entediante aula de finanças com laivos de direito fiscal dada por um catedrático pouco inspirado numa qualquer business school das muitas que por aí existem.
O "pessoal" deve ter tido alguma (só alguma ?) dificuldade em entender tão douto discurso.
Preocupante é o nivel de medidas de poupança iniciadas pelo Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território. A titular do cargo aboliu o uso de gravatas (uma pena para quem gosta de as usar). Segundo o expresso online "Amanhã a ministra promete quantificar o corte de despesas com estas medidas"
No minimo hilariante...Não haverá nada mais prioritário para resolver e decidir, naquele super ministério, pela jovem ministra ?
Ou será que pelo facto de já não termos agricultura nem pescas o foco agora são as gravatas ?
Cumprimentos
1. Bom, eu sou de Economia, por isso não tive dificuldade em seguir. Mas reconheço que para quem é leigo na matéria aquilo terá sido uma "seca".
2. Comentei o "caso" do Min. da Agricultura no Twitter (sugiro passe a "seguir-me" tb por lá), já que não merecia mais do que 140 caracteres. Inclusivamente, como era para poupar no ar condicionado, perguntei se a ministra andaria agora em "soutien". Enfim...
Por enquanto não uso o twitter, confesso que não particularmente adepto do mesmo.
Pertinente pergunta sobre a indumentaria da ministra, e uma sugestão que a mesma deveria seguir.
Para já, só espuma. Não sei se é maldade, mas não terei detectado uma certa vacuidade académica...?
É do que menos precisamos neste momento.
Não sei também se é maldade, mas não consigo deixar de pensar que a história das gravatas se encaixa perfeitamente no nível de gestão que se podia esperar desta ministra.
Quanto à explicação do desvio, "se non è vero, è bene trovato". Mas os spin-doctors do Sócrates faziam a coisa com outra arte.
Conclusão ? Parece-me que o Governo está a fazer precisamente o que se podia realisticamente esperar dele.
Que quer, caro Queirosiano? Tal como no caso do nosso SLB, custa-me estar sempre a ser demasiado crítico.Mas não deixo de lhe dar razão.
Evito ouvi-los mas sei, porque me lixam a vida, que existem.
Com ou sem gravata.
A explicação que deu sobre a história do débito colossal, é impagável uma autêntica história para camelos...
A Maria do Rosário Pedreira dizia há dias que quando ouve os ministros falarem, perguntava-se se já terão lido um livro inteiro, de tal forma é pobre o seu discurso.
Talvez que, para explicar as trapalhadas, esta e as futuras, de Passos Coelho, seje melhor convocar o Francisco José Viegas, ministro da cultura.
Pelo menos leu muitos livros por inteiro!...
Bom fim de semana, Gin-Tonic. E espero ver-te 4ª f. no jogo c/ o Toulouse
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