quinta-feira, julho 14, 2011

A conferência de imprensa

Confesso não entender muito bem das razões de uma longa e entediante conferência de imprensa - um pouco como aquelas corridas tácticas de 10 000m que normalmente se designam por 400m de corrida com 9 600 de balanço - quando aquilo que era, de momento, relevante e quantificável eram os esclarecimentos sobre o imposto extraordinário, como e a quem seria aplicado e as razões que o justificavam. O resto, incluindo eventuais cortes na despesa, calendarizados e quantificados (espera-se...), bem melhor ficaria, apresentado de forma já mais estruturada, quando da apresentação do enquadramento macro-económico e  linhas gerais do Orçamento Geral do Estado para 2012. Além de tudo o mais, explicar apenas as questões técnicas relacionadas com o imposto extraordinário teria evitado, pelo menos por agora, as críticas pertinentes à ausência de medidas de corte na despesa e a explicação atabalhoada do ministro sobre o "desvio colossal", desmentindo metade do PSD e colocando em dificuldades o primeiro-ministro. Focar no que é, a cada momento, essencial, é o conselho que me permito dar a este governo.

7 comentários:

Anónimo disse...

Caro JC

Mais parecia uma entediante aula de finanças com laivos de direito fiscal dada por um catedrático pouco inspirado numa qualquer business school das muitas que por aí existem.
O "pessoal" deve ter tido alguma (só alguma ?) dificuldade em entender tão douto discurso.

Preocupante é o nivel de medidas de poupança iniciadas pelo Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território. A titular do cargo aboliu o uso de gravatas (uma pena para quem gosta de as usar). Segundo o expresso online "Amanhã a ministra promete quantificar o corte de despesas com estas medidas"
No minimo hilariante...Não haverá nada mais prioritário para resolver e decidir, naquele super ministério, pela jovem ministra ?
Ou será que pelo facto de já não termos agricultura nem pescas o foco agora são as gravatas ?

Cumprimentos

JC disse...

1. Bom, eu sou de Economia, por isso não tive dificuldade em seguir. Mas reconheço que para quem é leigo na matéria aquilo terá sido uma "seca".
2. Comentei o "caso" do Min. da Agricultura no Twitter (sugiro passe a "seguir-me" tb por lá), já que não merecia mais do que 140 caracteres. Inclusivamente, como era para poupar no ar condicionado, perguntei se a ministra andaria agora em "soutien". Enfim...

Anónimo disse...

Por enquanto não uso o twitter, confesso que não particularmente adepto do mesmo.
Pertinente pergunta sobre a indumentaria da ministra, e uma sugestão que a mesma deveria seguir.

Queirosiano disse...

Para já, só espuma. Não sei se é maldade, mas não terei detectado uma certa vacuidade académica...?
É do que menos precisamos neste momento.

Não sei também se é maldade, mas não consigo deixar de pensar que a história das gravatas se encaixa perfeitamente no nível de gestão que se podia esperar desta ministra.

Quanto à explicação do desvio, "se non è vero, è bene trovato". Mas os spin-doctors do Sócrates faziam a coisa com outra arte.

Conclusão ? Parece-me que o Governo está a fazer precisamente o que se podia realisticamente esperar dele.

JC disse...

Que quer, caro Queirosiano? Tal como no caso do nosso SLB, custa-me estar sempre a ser demasiado crítico.Mas não deixo de lhe dar razão.

gin-tonic disse...

Evito ouvi-los mas sei, porque me lixam a vida, que existem.
Com ou sem gravata.
A explicação que deu sobre a história do débito colossal, é impagável uma autêntica história para camelos...
A Maria do Rosário Pedreira dizia há dias que quando ouve os ministros falarem, perguntava-se se já terão lido um livro inteiro, de tal forma é pobre o seu discurso.
Talvez que, para explicar as trapalhadas, esta e as futuras, de Passos Coelho, seje melhor convocar o Francisco José Viegas, ministro da cultura.
Pelo menos leu muitos livros por inteiro!...

JC disse...

Bom fim de semana, Gin-Tonic. E espero ver-te 4ª f. no jogo c/ o Toulouse