terça-feira, julho 13, 2010

Jornadas Parlamentares: um desastre

Depois de umas disparatadas Jornadas Parlamentares do PS em que tudo se resumiu a algumas afirmações patrioteiras de um nacionalismo serôdio, um ataque descabelado a um mal definido neo-liberalismo do PSD e uns apelos envergonhados a um impossível e, mais do que isso, indesejável entendimento à esquerda, o PSD ficou com o campo aberto para, em encontro semelhante, conseguir marcar a diferença. Pura ilusão! Embalado pelo canto da sereia da subida nas sondagens, o PSD cedeu à tentação do populismo anti-regime , dos fóruns de opinião e da notoriedade mediática. Saiu-lhe o tiro pela culatra, já se vê.

Manuel Vilaverde Cabral, no seu tradicional discurso um pouco redondo e atabalhoado que já nem os seus colegas de comentário político na TVI 24 ("Roda Livre") me parece levarem muito a sério, desde há muito não perde oportunidade para propagandear as suas opções anti-regime e os apelos ao Presidente da República para a subversão constitucional. Luís Campos e Cunha, com a sua proposta de um parlamento em aritmética variável consoante a percentagem de votos em branco, demonstrou, com esta sua in(ter)venção, a inépcia política que, certamente, terá estado na base da sua passagem meteórica pelo governo PS. Por último, Hernâni Lopes, ministro das finanças do melhor governo de Portugal de que retenho memória, cometeu a “gaffe” de propor uma redução de 15% nos salários da função pública, o que deve ter feito gelar o sangue dos parlamentares do PSD e, além de tudo mais, se revela tremendamente injusto: uma coisa é diminuir a massa salarial da função pública, em termos globais, penalizando os maus funcionários, outra, bem diferente, é diminuir os salários de todos os funcionários públicos, competentes e incompetentes, independentemente da respectiva avaliação e desempenho.

Digamos que com tantos tiros nos pés, as Jornadas Parlamentares do PSD correram sérios riscos de se transformar num daqueles hospitais(?) de má memória da Guerra Civil Americana.

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