quinta-feira, julho 15, 2010

PSD no debate sobre o estado da Nação: diagnóstico sem terapia?

Ninguém de bom senso, independentemente da área política pela qual nutra maior simpatia e com a qual possua maiores afinidades ideológicas, poderá negar genericamente razão as estas afirmações de Miguel Macedo, líder da bancada do PSD, proferidas hoje no debate sobre o estado da nação. O problema é que Miguel Macedo não é comentador nem analista político, muito menos apenas um cidadão eleitor interessado e esclarecido. Miguel Macedo é dirigente destacado do principal partido da oposição - que tem vindo a liderar as sondagens e poderá mesmo vir a formar em próximas eleições maioria absoluta com ou sem o seu parceiro habitual de coligação - partido esse que se posiciona habitualmente como a única alternativa ao PS na governação.

Por isso mesmo, tendo feito estas afirmações através de um dos seus dirigentes mais responsáveis e que nos habituou a uma imagem séria e credível, o que significa estarmos perante uma posição oficial do partido devidamente estruturada e ponderada, seria lógico que o PSD tirasse dela as devidas consequências. Sem isso, estamos uma vez mais no terreno da retórica parlamentar pura e simples, algo que compromete ainda mais a apreciação que os cidadãos fazem dos políticos e da Assembleia da República e discurso que se habituaram a rejeitar.

Independentemente da área política em que preferencialmente nos situemos – repito - manter um governo em situação de “faz de conta”, jogando no “status quo” na actual conjuntura e sabendo que, em alternativa, poderá oferecer ao país um governo sólido e estável, não me parece ser algo que o PSD possa defender com argumentos solidos e que não sacrifiquem alguma da credibilidade que, segundo as sondagens, soube nos últimos meses angariar junto dos portugueses.

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