Quem se opõe à adopção de crianças por casais homossexuais, principalmente as organizações religiosas ultraconservadoras, costuma argumentar que toda e qualquer criança precisa de uma referência feminina, a mãe, e outra masculina, o pai. Eu, que não encontrei até ao momento, nessa ou em outra argumentação, razões suficientemente fortes para negar esse direito a casais constituídos por duas pessoas do mesmo sexo e a crianças a necessitar de uma vida familiar onde possam encontrar razões para serem mais felizes, acho contudo que a argumentação de quem defende tal proibição, embora contrária à minha, é suficientemente razoável e estruturada para merecer uma discussão séria e rigorosa.
Já o que acho mais estranho é o facto de não ver essas pessoas, tão preocupadas com a família a que chamam tradicional ao ponto de restringirem a ela a capacidade de adopção, manifestarem qualquer preocupação pelo facto de um homem poder ter um filho com recurso a uma “barriga de aluguer”, negando à criança assim gerada qualquer conhecimento, convivência e participação na sua educação da sua mãe e família materna, e, por motivo da vida pessoal e profissional do pai ser incompatível com um acompanhamento diário da criança, pelo menos de muito perto, ser entregue para educação, ao fim de um par de semanas de vida, a uma avó e, vamos lá, tias e/ou outros familiares e amigos.
Claro que a pergunta a fazer é a seguinte: quem tem mais e melhores condições para educar e acompanhar a vida de uma criança e proporcionar-lhe um crescimento feliz e saudável? Um casal homossexual, feminino ou masculino, que preencha os requisitos normalmente exigidos para adopção, ou alguém nas condições descritas no segundo parágrafo? Ou será que o problema de quem nega aos casais do mesmo sexo o acesso à adopção nada tem que ver com os direitos dessas crianças mas, isso sim, com a velha e relha discriminação da homossexualidade?
Já o que acho mais estranho é o facto de não ver essas pessoas, tão preocupadas com a família a que chamam tradicional ao ponto de restringirem a ela a capacidade de adopção, manifestarem qualquer preocupação pelo facto de um homem poder ter um filho com recurso a uma “barriga de aluguer”, negando à criança assim gerada qualquer conhecimento, convivência e participação na sua educação da sua mãe e família materna, e, por motivo da vida pessoal e profissional do pai ser incompatível com um acompanhamento diário da criança, pelo menos de muito perto, ser entregue para educação, ao fim de um par de semanas de vida, a uma avó e, vamos lá, tias e/ou outros familiares e amigos.
Claro que a pergunta a fazer é a seguinte: quem tem mais e melhores condições para educar e acompanhar a vida de uma criança e proporcionar-lhe um crescimento feliz e saudável? Um casal homossexual, feminino ou masculino, que preencha os requisitos normalmente exigidos para adopção, ou alguém nas condições descritas no segundo parágrafo? Ou será que o problema de quem nega aos casais do mesmo sexo o acesso à adopção nada tem que ver com os direitos dessas crianças mas, isso sim, com a velha e relha discriminação da homossexualidade?
2 comentários:
Confesso que ainda não percebi a história da paternidade de CR. Ele fez o filho ou comprou o filho?
Who knows?
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