Hoje em dia, uma das funções primordiais das chamadas cláusulas de rescisão nos contratos dos jogadores profissionais de futebol é servirem de elemento fundamental na inflação do seu valor de mercado, o que explica o seu montante normalmente irrealista. Por sua vez, esse valor fantasioso do jogador é previamente “construído” na base de críticas favoráveis e pouco rigorosas ao seu desempenho e de notícias colocadas “à medida” sobre o interesse de clubes estrangeiros na sua contratação. Nessa actividade jogam um papel fundamental os respectivos empresários e as suas redes de contacto nos “media”, o que explica que alguns jogadores acabem por ver os seus passes vendidos por valores bem mais realistas, muito abaixo dessas cláusulas artificialmente inflacionadas “ditas” de rescisão, e outros por aqui continuem melancolicamente à espera da sua prometida oportunidade milionária que pode nunca chegar. O reverso é vermos alguns profissionais desqualificados internamente tornarem-se bons ou excelentes jogadores no estrangeiro. Exemplos? Pauleta, Costinha, Danny, Pelé, mesmo Hugo Almeida. Contudo, o exemplo de Ricardo Quaresma pode bem começar a demonstrar que nem tudo o que luz é oiro e o feitiço também pode virar-se contra o feiticeiro. Ao FCP valeu, uma vez mais, José Mourinho, mesmo que o valor de transação do jogador esteja longe dos sonhos de Midas e as críticas ao seu presidente já por aí se vão escapando. Quanto ao FCP, o melhor que tem a fazer é começar, de imediato, a pensar em autor e local para a estátua de quem mais a tem merecido nos últimos anos: José Mourinho, pois claro!
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