Quando os ortodoxos ultra-liberais reafirmam as suas convicções, contrariando as evidências, estamos a entrar no campo do mais puro e intransigente domínio da fé, algo a que alguns deles, cá do “rectângulo”, não se têm mostrado de todo hostis na sua já longa vida política, desde que a fé era bem outra e os deuses tinham nomes da longínqua China ou da mais próxima Albânia. Não admira, portanto, que em alguns países como os USA ortodoxia ultra-liberal e radicalismo religioso andem frequentemente de mãos dadas, partilhando até “tickets” presidenciais. Por cá, mais modestos e humildes nas consequências, aposto apenas que haverá alguns temas que não serão discutidos nas próximas eleições legislativas, a saber:
- A privatização da Caixa Geral de Depósitos.
- A alteração do modelo da Segurança Social, substituindo-o ou complementando-o por um outro baseado em fundos de pensões privados.
- A eventual reformulação (o que é diferente da sua reforma) progressiva do Serviço Nacional de Saúde, substituindo-o por um sistema privado de seguros.
Ainda bem: mais tempo e espaço fica para o que efectivamente importa! A fé ultra-liberal, essa, por certo continuará, pois, tal como também o PCP, pertence ao domínio do sagrado. Os outros – liberais, sociais-democratas, conservadores – não terão outro remédio senão entender-se ou divergir no governo do profano.
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