Se há coisa que eu tenho dificuldade em entender nos portugueses e Portugal é que sendo, por excelência, um país de mal-dizentes e insatisfeitos, críticos sem quartel (e eu acho têm boa razão para o ser), quando toca a classificações e notas são uns mãos-largas sem rigor, distribuindo-as sem qualquer espécie de parcimónia em valores que parecem querer significar excelência. Primeiro criticam, dizem cobras e lagartos, afirmam o que o Conde Drácula (o dos filmes da Hammer, não o verdadeiro) se terá esquecido de dizer do crucifixo ou de uma dúzia de résteas de alhos, mas depois, quando pensamos virá para aí um 5 (em 20) arrancam com um doze, a mesma nota que nos meus já longínquos anos de universitário me foi presenteada pelo actual PR, e com a qual, dado o rigor de apreciação tradicional da personagem, me dei por bem satisfeito e honrado.
Mas penso isto das notas altas é história bem mais recente, já que nos meus anos de Liceu um 14 ou um 15 só estavam ao alcance de bons alunos (17 ou 18 tinham os excepcionais) e na universidade poucas ou raras vezes subi acima do 14, sendo que a moda estatística era normalmente bem abaixo. Neste último caso, 17 ou 18 eram para as avis raras...
Mas comecei a verificar as coisas eram diferentes quando o “Professor Marcelo” zurzia na TSF, e depois de deixar alguém mais de rastos que uma cascavel pronta a morder ainda encontrava maneira de lhe oferecer um 12. Mais tarde, aqui há bem poucos anos, esta minha mania de que notas e classificações eram recurso escasso a distribuir parcimoniosamente quase me fez passar por situação achincalhante. O caso conta-se em poucas palavras. Tendo decidido a empresa onde então trabalhava admitir duas estudantes universitárias para um estágio curricular, havia que lhes dar uma nota e comunicá-la à universidade respectiva. Sorte a minha, a dita estagiária que me calhou na dita "sorte" (aqui bem se aplica) era pessoa competente, profissionalmente cumpridora, inteligência que prenunciava uma futura carreira profissional sem grandes problemas. Quando me perguntaram que nota propunha achei 15 seria merecido. Revolta no escritório: 14 tinha sido a nota que colega meu tinha dado a uma outra estagiária, reconhecidamente pessoa de méritos pouco acima do medíocre, o que me “obrigou” a rever a nota para um, achei, muito exagerado 17. Não falo já das notas atribuídas aos jogadores de futebol pelos jornais desportivos, já que aqui outros interesses se revelam, mas, por exemplo, das atribuídas pelos críticos de vinhos aos ditos. Devo dizer, pessoa avisada, que cá por casa não entra, por princípio, nada inferior a 15,5 ou a 5,5 na escala de 0 a 8. São o meu suficiente menos, e bem se encontram por aí vinhos nessas contas a preços até 5€.
Mas pronto, o que português gosta mesmo é de dizer mal, das “verónicas” e “chicuelinas”, talvez alguns “derechazos”, mas quando chega a hora da “sorte suprema”, frente a frente com o cornúpeto, onde se vê quem os... (pi), aí é que a porca torce ainda mais o rabo! Pois se até o boi está embolado e lhe serraram os cornos!
Mas penso isto das notas altas é história bem mais recente, já que nos meus anos de Liceu um 14 ou um 15 só estavam ao alcance de bons alunos (17 ou 18 tinham os excepcionais) e na universidade poucas ou raras vezes subi acima do 14, sendo que a moda estatística era normalmente bem abaixo. Neste último caso, 17 ou 18 eram para as avis raras...
Mas comecei a verificar as coisas eram diferentes quando o “Professor Marcelo” zurzia na TSF, e depois de deixar alguém mais de rastos que uma cascavel pronta a morder ainda encontrava maneira de lhe oferecer um 12. Mais tarde, aqui há bem poucos anos, esta minha mania de que notas e classificações eram recurso escasso a distribuir parcimoniosamente quase me fez passar por situação achincalhante. O caso conta-se em poucas palavras. Tendo decidido a empresa onde então trabalhava admitir duas estudantes universitárias para um estágio curricular, havia que lhes dar uma nota e comunicá-la à universidade respectiva. Sorte a minha, a dita estagiária que me calhou na dita "sorte" (aqui bem se aplica) era pessoa competente, profissionalmente cumpridora, inteligência que prenunciava uma futura carreira profissional sem grandes problemas. Quando me perguntaram que nota propunha achei 15 seria merecido. Revolta no escritório: 14 tinha sido a nota que colega meu tinha dado a uma outra estagiária, reconhecidamente pessoa de méritos pouco acima do medíocre, o que me “obrigou” a rever a nota para um, achei, muito exagerado 17. Não falo já das notas atribuídas aos jogadores de futebol pelos jornais desportivos, já que aqui outros interesses se revelam, mas, por exemplo, das atribuídas pelos críticos de vinhos aos ditos. Devo dizer, pessoa avisada, que cá por casa não entra, por princípio, nada inferior a 15,5 ou a 5,5 na escala de 0 a 8. São o meu suficiente menos, e bem se encontram por aí vinhos nessas contas a preços até 5€.
Mas pronto, o que português gosta mesmo é de dizer mal, das “verónicas” e “chicuelinas”, talvez alguns “derechazos”, mas quando chega a hora da “sorte suprema”, frente a frente com o cornúpeto, onde se vê quem os... (pi), aí é que a porca torce ainda mais o rabo! Pois se até o boi está embolado e lhe serraram os cornos!
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