Sim, eu sei que é o “Correio da Manhã” e não um qualquer jornal de referência, caso ainda os haja. De qualquer modo, isso, em minha opinião, ainda torna o caso mais gravoso, pois acaba por reflectir o sentimento geral do “povo da SIC” e, por sua vez, agir sobre ele ajudando a sedimentar aquelas que são já as ideias dominantes. Mas a função do “CM” é vender jornais, desde que o faça dentro dos parâmetros definidos pela lei, e, assim, através dos lucros gerados, retribuir devidamente o investimento efectuado pelos seus accionista e contra isso nada de fundamental, de facto, tenho. Mas, dizia, o “Correio da Manhã” insurge-se hoje, em primeira página, pelo facto de um cidadão preso preventivamente há três anos e meio, o máximo permitido pela lei (começo por dizer que só o facto, em si mesmo, de um cidadão poder estar três anos e meio preso preventivamente me arrepia), por ter morto a amante (acho que a regou c/ gasolina, segundo o “CM”) ter sido posto em liberdade a aguardar julgamento pois o anterior, pelo qual tinha sido condenado, foi declarado nulo. Mais, indigna-se o referido “CM” pelo facto do cidadão, inocente até prova em contrário pois o julgamento foi declarado nulo e sem qualquer efeito, se preparar, enquanto aguarda novo julgamento em liberdade e eventual futura condenação, para exercer a sua profissão de professor e ser autorizado a estar com o seu filho de 3 anos.
Pois a mim, o que me indigna é o facto do cidadão estar três anos e meio preso preventivamente (mesmo que por um crime grave e do qual dificilmente obterá absolvição) sem um julgamento válido e trânsito em julgado da sentença. Tal como me indignaria que não fosse, entretanto, autorizado a exercer a sua profissão desde que isso não constituísse perigo notório para a sociedade ou fosse possível fonte de reincidência (o que me indignaria é que tendo uma profissão qualificada se deitasse à sombra do Estado ou da caridade pública), ou que não fosse autorizado a exercer as suas funções de pai desde que isso não oferecesse qualquer perigo ou causasse possível dano ao equilíbrio psíquico e de vida da criança. Mais ainda, parece que até existem idóneas testemunhas abonatórias e o crime terá sido cometido num momento de desvario o que, podendo servir de circunstância atenuante mas nunca de desculpa, pode pelo menos ser indício de que o dito cidadão não deverá constituir perigo imediato para a sociedade.
Sim, eu sei que estamos a falar do “Correio da Manhã”, mas no momento em que tantos dos que se indignaram contra os julgamentos populares dos “media” cavalgam agora a histeria securitária, no momento em que uma revista semanal leva a efeito uma sondagem sobre a culpabilidade dos McCann, como se isso se pudesse substituir à justiça dos tribunais, bem ou mal aplicada, eu indigno-me contra um país onde nasci e onde vivo e no qual parece as leis, a liberdade dos cidadãos e o estado de direito democrático vogam ao sabor da opinião conjuntural do jornalismo tablóide, da cobardia política e da opinião do “povo da SIC”.
Pois a mim, o que me indigna é o facto do cidadão estar três anos e meio preso preventivamente (mesmo que por um crime grave e do qual dificilmente obterá absolvição) sem um julgamento válido e trânsito em julgado da sentença. Tal como me indignaria que não fosse, entretanto, autorizado a exercer a sua profissão desde que isso não constituísse perigo notório para a sociedade ou fosse possível fonte de reincidência (o que me indignaria é que tendo uma profissão qualificada se deitasse à sombra do Estado ou da caridade pública), ou que não fosse autorizado a exercer as suas funções de pai desde que isso não oferecesse qualquer perigo ou causasse possível dano ao equilíbrio psíquico e de vida da criança. Mais ainda, parece que até existem idóneas testemunhas abonatórias e o crime terá sido cometido num momento de desvario o que, podendo servir de circunstância atenuante mas nunca de desculpa, pode pelo menos ser indício de que o dito cidadão não deverá constituir perigo imediato para a sociedade.
Sim, eu sei que estamos a falar do “Correio da Manhã”, mas no momento em que tantos dos que se indignaram contra os julgamentos populares dos “media” cavalgam agora a histeria securitária, no momento em que uma revista semanal leva a efeito uma sondagem sobre a culpabilidade dos McCann, como se isso se pudesse substituir à justiça dos tribunais, bem ou mal aplicada, eu indigno-me contra um país onde nasci e onde vivo e no qual parece as leis, a liberdade dos cidadãos e o estado de direito democrático vogam ao sabor da opinião conjuntural do jornalismo tablóide, da cobardia política e da opinião do “povo da SIC”.
3 comentários:
O disparate não tem limites?
Então o tal de professor e assassino já condenado num primeiro julgamento ( apenas parcialmente anulado, e não como vc diz ), condenado a nada menos de 20 anos de prisão maior, agora, mercê de habilidades processuais que conseguem fintar a lei e a sua bonomia, merece alguma consideração da sociedade?
Felizmente que a DREL já se opôs à sua reintegração na escola, como a própria lei exige!
Ainda está livre? Pois será por pouco tempo! que o lugar dos assassinos não é no lar a tratar dos filhos, como vc defende.
E os filhos da que foi regada e queimada viva? estão onde? e ela que teve que conduzir durante uma hora, completamente nua e queimada, com dores horrorosas e que viria a morrer apenas 3 meses depois, ela que pena lhe merece?
Tenha um pingo de vergonha já que de juizo percebe nada!
MFerrer
Nada mais acrescento ou retiro àquilo que afirmei.
Vc é mesmo assim ou é de outro planeta?
Pois pode limpar as mãos à parede e rever-se na porcaria que escreveu.
MFerrer
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