sexta-feira, novembro 09, 2007

Mariza e o "Grammy"

Não sou fan de Mariza, e a sua música, uma amálgama de fado-canção, folclore, música ligeira e "world music" construída propositadamente na mira de um reconhecimento internacional com selo de “qualidade”, é-me perfeitamente indiferente ou até menos do que isso. Como indiferente me é o facto de ter ou não ganho o “Grammy”; como igualmente indiferentes me são os ditos "Grammy Awards". No entanto, a algo devo tirar o chapéu: uma campanha promocional e de comunicação extremamente bem elaborada tendo por base a sua nomeação para os "Grammy". Mariza, sabendo que poucas hipóteses teria, jogou tudo num concerto em Lisboa ao estilo “Pavarotti & friends”, simultâneo ao anúncio público dos prémios, e, assim, pôde dizer que tinha preferido “estar com o seu público”, uma atitude demagógica que lhe valeu aplausos frenéticos dos seus indefectíveis e destaque nos noticiários da manhã, minimizando, ou até mesmo fazendo esquecer, o que poderia ter sido a desilusão de não lhe ter sido atribuído o tal "Grammy", transformando a derrota em vitória.

Claro que poder-se-á sempre dizer: “e se tivesse ganho”? Melhor ainda para a demagogia: “apesar do reconhecimento internacional, Mariza ter-se-ia mantido fiel às suas origens e ao seu público, blá, blá, blá”. Demagogia barata? Claro que sim; bastante. Mas demagogia bem feita. Chapeau!!!

2 comentários:

VdeAlmeida disse...

É o que se chama uma crítica certeira. Assino.

JC disse...

Obrigado.