Filme completo c/ legendas em inglês
Eu sou o Gato Maltês, um toque de Espanha e algo de francês. Nascido em Portugal e adoptado inglês.
sexta-feira, fevereiro 28, 2014
Como começam as guerras
Nos anos que antecederam o início da Grande Guerra, eram as ambições da Sérvia sobre a multi-étnica Bósnia e, na retaguarda delas, a rivalidade entre os impérios Russo (apoiante da Sérvia) e Austro-Húngaro (ocupante da Bósnia). Sabemos o que aconteceu a seguir. Na Segunda Guerra Mundial, foram a questão dos alemães dos Sudetas e de uma Polónia que até ao final da Grande Guerra (1918) era território dividido entre os Impérios (Russo, Alemão e Austro-Húngaro). Também se sabe o que sucedeu. Lembrei-me disto e do modo como começaram as duas últimas grandes guerras europeias e mundiais a propósito da Ucrânia. É que há por aí demasiada gente ingénua e/ou perigosa a querer atear fogos. Cá por mim, não acho graça nenhuma ao que está a acontecer.
SLB - Tottenham Hotspurs: prognósticos antes do fim do jogo.
Ao contrário do que leio e oiço por aí, devo dizer não considero o SLB favorito na sua eliminatória da Liga Europa com o Tottenham Hotspurs; se existir favoritismo, acho, ele tenderá ligeiramente (embora apenas ligeiramente) para o lado dos "Spurs. Porquê? Bom, em primeiro lugar convém não esquecer que o Tottenham investiu cerca de 100 milhões de euros em contratações esta época, dinheiro proveniente da venda do passe de Gareth Bale. Fê-lo com pouco critério e com alguns "falhanços", dos quais Roberto Soldado será talvez o melhor exemplo? Em dois jogos, numa competição a eliminar, os orçamentos não assumem o mesmo carácter determinante que assumem numa prova longa, de regularidade? Sim, tudo isso é verdade, mas basta olhar para o plantel do clube de White Hart Lane, e principalmente para as opções e qualidade de jogadores do seu meio-campo, para perceber o que quero dizer. Em segundo lugar, o Tottenham disputa um campeonato onde o ritmo e a intensidade de jogo são bem diferentes dos apresentados na Liga portuguesa (e atenção à intensidade e ritmo dos seus laterais, principalmente Kyle Walker), e isso pode vir a fazer toda a diferença. Jogadores com André Gomes e Djuricic, apesar deste ontem ter feito um jogo acima do que já lhe tínhamos visto (recuou um pouco no terreno e isso fez toda a diferença), a jogarem, vão perceber do que falo.
Já agora: conheço bem White Hart Lane, e apesar deste não ter o peso histórico de Old Trafford, do velho e já desaparecido Highbury ou o ambiente de Anfield Road, o meu clube que se prepare para jogar num estádio bem complicado.
quinta-feira, fevereiro 27, 2014
quarta-feira, fevereiro 26, 2014
F.C. Paços de Ferreira: já ouviram falar em "clubes-satélite"?
No início desta época, depois do FCP se ter sagrado campeão 2012/13 em Paços de Ferreira, Paulo Fonseca foi contratado como treinador do clube dirigido por Pinto da Costa, o que implicou, como compensação, o pagamento de uma determinada verba ao FCPF. Como treinadores dos chamados "castores" foram então contratados Costinha e Maniche, ex-jogadores do FCP, campeões europeus por este clube e contratações que representaram uma mudança estratégica na política até aí seguida com sucesso pelo FCPF. Já esta época o FCP ganhou o seu jogo na Mata Real com um golo considerado por quase todos como tendo sido irregular. Despedidos Costinha e Maniche, em função dos maus resultados, o FCPF contratou um seu ex-treinador cujo perfil se enquadrava na linha estratégica habitual adoptada pelo clube (Henrique Calisto), embora este tenha conseguido apenas duas vitórias e três empates nos doze jogos disputados sob o seu comando. Agora, e como se diz na tropa, o clube volta "à primeira forma" e entra Jorge Costa, ex-capitão e símbolo do FCP. Já ouviram falar em "clubes-satélite"?
PSD: a estratégia
Apoiado em alguns indicadores macroeconómicos indiscutivelmente positivos mas de sustentabilidade duvidosa, camuflando mesmo alguns desses indicadores realidades cuja comparação simples pode conduzir a resultados pouco rigorosos, o PSD, fortalecido por um congresso onde conseguiu transmitir uma imagem de unidade do partido e apoiado nas instituições europeias, moverá ao PS, até Maio, uma enorme guerra de desgaste que lhe permita encarar as próximas eleições em posição mais favorável. O foco principal será o apelo a um acordo que o PSD sabe e se esforçará por tornar inviável, responsabilizando por isso o PS, mas a exploração das fragilidades da liderança de Seguro e um certo isolamento europeu dos socialistas face ao pensamento actualmente dominante na UE, complementarão essa guerra de desgaste. Para já, o PSD conseguiu "escolher as armas e o terreno" e colocou o PS numa posição defensiva da qual este revela ter grande dificuldade em sair, como o provam a escolha de Assis (uma espécie de clone de Rangel) como cabeça de lista às eleições europeias e o "timing" do anúncio dessa escolha. É indispensável para o PS e para Seguro tomarem a iniciativa, mas tendo-se, em certa medida, deixado encurralar, não vislumbro, a três meses das eleições, como tal seja possível. Assim sendo, pouco mais restará ao PS do que esperar o desgaste causado na sociedade portuguesa e nos eleitores pelo chamado "ajustamento" produza os seus efeitos e se reflicta no resultados eleitorais.
terça-feira, fevereiro 25, 2014
Grande Capitão e "Monstro Sagrado" (1935 - 2014)
Fui criança, adolescente e muito jovem adulto durante os anos de glória de Mário Esteves Coluna com a camisola do "Glorioso". Mas, sem menosprezo para com Humberto Coelho e Toni, não consigo lembrar-me de outro capitão como ele. Será sempre o meu Capitão honorário.
segunda-feira, fevereiro 24, 2014
A crise do FêCêPê
Nas últimas décadas, a hegemonia do FCP no futebol português alicerçou-se em três factores fundamentais (existem outros, como uma ideologia coerente que ajudou na conquista e na cimentação do poder, mas estes são os fundamentais): estabilidade directiva e não contestada; domínio dos bastidores (e do "bas-fond) do futebol português, com "tentáculos" que se estendem também a áreas da política e da justiça; e um orçamento em média bastante superior a qualquer dos seus rivais. Acontece que a estabilidade directiva é agora também apanágio do SLB e, ou me engano muito, o SCP seguirá a breve prazo caminho idêntico; a contestação às direcções dos clubes parece agora ter-se transferido para as Antas - e não é de ontem; o fosso entre os orçamentos do FCP e do SLB tem vindo a encurtar drasticamente. Resta, pelo que se viu ontem, quando o árbitro teve a coragem de marcar um "penalty" tão indiscutível quanto poderia vir a tornar-se decisivo, que o domínio pelo FCP dos bastidores e do "bas-fond" do futebol português, apesar dos 383 euros, parece já ter visto melhores dias. Quanto à ideologia - essa - acaba por perder força, a sua razão de ser e até tornar-se um empecilho quando qualquer regime entra na sua fase decadente e nada mais pretende do que sobreviver.
domingo, fevereiro 23, 2014
O congresso do PSD
Podemos achar que os congressos partidários se transformaram em longos "tempos de antena", em versão "long playing", em "prime time" e com a importância acrescida que lhes é dada pela "análise" dos comentadores. Podemos também ser de opinião os dons de oratória de Pedro Passos Coelho deixam muito a desejar, só esperando esta sua faceta mediocre não reflicta igual qualidade do seu pensamento. Podemos também achar nada do que se passou no congresso do PSD transcende uma mal atamancada "feira de vaidades", sem "panache", ao estilo classe "média/baixa," e que quase tudo o que por lá se disse é de inquietante infantilidade, estando, para a direita, abaixo do nível dos "Conceitos Elementares do Materialismo Histórico", livro muito em voga na "esquerda festiva" nos tempos do PREC. Podemos também considerar Marcelo Rebelo de Sousa muito ou apenas um pouco "fala barato", assim a modos que uma astróloga Maya da política, pese embora os seus dotes de comunicador e o seu jeito, por muitos acarinhado e até promovido, de "menino rabino", a quem são permitidas umas maldades inócuas, no meio daquela gente pouco dotada possa sempre sair-se com algum brilho, alimentando a cena "mediática". Podemos achar isso tudo e não vou ser eu que estarei no fundamental em desacordo. Mas, honestamente, o que não podemos achar é que o congresso do PSD, ancorado em alguns indicadores superficiais mas positivos, não atingiu, na sua essência, os objectivos fundamentais a que se propunha: vender a imagem de um partido unido, incluindo nessa união os que poderíamos designar por críticos "soft core" e que de pronto mostraram a sua condição de filhos pródigos, confiante e, com a volta ao regaço de personalidades como Marques Mendes, Marcelo Rebelo de Sousa, Santana Lopes e "tutti quanti", marginalizar Pacheco Pereira e Ferreira Leite, atribuindo as a questões de frustração e ressabiamento pessoais a sua crítica radical ao governo. Se e até que ponto os portugueses compram a ideia é o que veremos em Maio.
sábado, fevereiro 22, 2014
sexta-feira, fevereiro 21, 2014
Fernando Tordo
Fernando Tordo é um intérprete e autor de música ligeira de indiscutível mérito. Enquanto tal, compôs e/ou interpretou algumas canções muito boas ("Cavalo À Solta", por exemplo), outras apenas boas e mesmo algumas medianas ou até mesmo medíocres, estas principalmente quando, após o 25 de Abril, enveredou pela "agit-prop" (e houve quem tivesse seguido esse caminho com enorme qualidade, como foi o caso do GAC, por exemplo). Foi personalidade incontornável do movimento de renovação da música ligeira portuguesa no final dos anos 60 e início dos anos 70 do século passado, centrado no Festival RTP da Canção. Tomou as suas opções políticas, o que é legítimo e só o dignifica, mesmo quando elas não coincidem com as de muitos de nós, como é o meu caso. Não pode nem deve, por isso mesmo, ser penalizado por elas.
Mas Fernando Tordo não foi vítima de despedimento, falência ou "reajustamento" da empresa para a qual trabalhava motivadas pelas políticas deste governo: Fernando Tordo é um trabalhador independente e, aparentemente, viu o seu mercado reduzir-se talvez por mudança de gosto das novas gerações e quiçá até com alguma injustiça (mas infelizmente não é a justiça que comanda o mundo). Também por alguma razão terá tido uma carreira contributiva curta ou insuficiente, o que lhe dá apenas direito a uma reforma ridícula, como acontece infelizmente com demasiados portugueses. Viu-se obrigado a emigrar, o que lamento. Mas, neste caso, também não me parece se possa responsabilizar o país, os portugueses ou o governo por essa situação, nem o seu caso é único (longe disso) entre artistas e autores portugueses de reconhecido mérito. Espero volte em breve e saiba encontrar na música e na cultura portuguesas um espaço que lhe permita viver com dignidade.
Nota: confesso algum desconforto com a divulgação e exploração públicas de assuntos e sentimentos que envolvam familiares próximos, mesmo quando eles possam ter repercussões políticas e ainda mais quando têm como objectivo ser exploradas politicamente Há questões que exigem algum pudor.
A concepção de democracia do PSD
Sobre o congresso do PSD, leio no "Jornal de Negócios" que a Concelhia de Lisboa do partido quer "que seja o governo a definir os serviços mínimos em dia de greve" e a JSD que "os políticos sejam julgados por gestão danosa" (como se tal crime não estivesse já previsto no Código Penal). Sobre a concepção de democracia desta gente estamos portanto conversados. Mas já o não estávamos há muito tempo?
quinta-feira, fevereiro 20, 2014
A coadoção e os "superiores interesses" de Cavaco Silva
E se o Presidente da República, ultra-conservador em matéria de costumes e sempre tão cioso da preservação sua imagem, quiser mesmo tenha lugar o referendo sobre a coadoção, matando desse modo "dois coelhos com uma mesma cajadada", isto é, "não se metendo ao barulho" - tentando assim "passar incólume por entre os pingos da chuva" numa questão delicada - e esperando uma maioria dos portugueses responda "não" a uma pergunta reformulada? Não terá sido exactamente por esse motivo que ainda não se lhe ouviu um "pio" que fosse sobre o assunto? Não será por isso que duvido alguma vez se venha a pronunciar, excepto na solidão da cabine de voto se, infelizmente, "chegarmos a vias de facto"? Um eventual referendo desprestigia o parlamento, a política e os políticos, atenta contra o direito de uma minoria, prejudica os interesses das crianças, etc, etc? Mas que vale tal coisa perante os "superiores interesses" de Cavaco Silva? Confesso que aguardo com mal disfarçada expectativa.
"Penalty" e expulsão?
Tem-se discutido nos dois últimos dias se não constituiria uma penalização excessiva para uma equipa a marcação de um "penalty" e a expulsão do jogador prevaricador quando de uma falta cometida dentro da área sobre um jogador da equipa contrária com claras possibilidades de fazer golo. Admito a dúvida, e não raras vezes, tal como aconteceu no Manchester City - Barça e no Arsenal - Bayern, tal penalização, digamos que dupla, tem mesmo o condão de estragar um jogo (ou até dois, incluindo aqui o da segunda-mão) até aí com todas as condições para constituir um excelente espectáculo. O problema é que não podemos analisar este assunto isoladamente, isto é, sem levarmos em linha de conta a penalização correspondente quando a falta, em idênticas circunstâncias, é cometida ainda fora da grande-área. Neste caso, fácil é concluir que a marcação apenas de um livre directo - com escassas possibilidades de ser transformado em golo - e a repreensão com a amostragem de um cartão amarelo acabaria por beneficiar claramente o infractor, pelo que a expulsão se justifica e anula essa evidente vantagem da equipa que comete a falta. Ora parece-me não ser possível existirem dois critérios disciplinares distintos, sendo o mais "leve" (apenas "cartão amarelo") aplicado à situação mais gravosa (grande penalidade) e a expulsão às faltas cometidas fora da grande-área (estou a fazer-me entender?). Assim sendo, e à falta de uma melhor solução, será preferível deixar tudo como está e pedir aos Demichelis e Szczesny deste mundo tenham mais algum cuidado. E, já agora, também jornalistas e comentadores o façam na análise destas questões. Vale?
quarta-feira, fevereiro 19, 2014
Foi o PS que pediu uma "parada militar"?
Confesso a minha perplexidade. O Partido Socialista propõe uma "grande parada militar" para comemorar o 25 de Abril, uma vez que - diz - o 25 de Abril foi um "golpe militar". Ou seja, com esta surrealista proposta, não só o PS revela não entender nada do que se passou há 40 anos e muito menos a verdadeira natureza popular da revolução e das (essas sim) verdadeiras alterações estruturais a que deu origem na sociedade portuguesa, como acaba por aderir ao conceito da direita mais reaccionária sobre a data. De caminho, faz tábua rasa da luta política e da memória do PS de Mário Soares e do PSD de Sá Carneiro para porem termo à tutela militar do regime saído da revolução. Só não sei se também propõe que os militares se ataviem com fardas concebidas por Joana Vasconcelos ou se a tal "grande parada militar" deve ser organizada, em alternativa, ao estilo Praça Vermelha ou Reichparteitag. Ou então a coisa é bem pior, mais rasteira e ainda mais comezinha e estamos apenas perante um pornográfico "piscar de olhos" da direcção do PS a umas Forças Armadas em conflito com o actual governo... Fora eu crente e este bem poderia ser o momento mais adequado para soltar um bem sonoro e sofrido "valha-nos Deus", por não nos restar mais quem!
segunda-feira, fevereiro 17, 2014
Billboard #1s by British Artists - 1962/70 (16)
Herman's Hermits - "Mrs Brown You've Got A Lovely Daughter" (01-05-1965)
domingo, fevereiro 16, 2014
Mourinho, Pellegrini e o jogo de ontem.
Ontem, com a entrada de Javi Garcia para "pivot" defensivo e do sólido e fiável James Milner para o meio-campo, Pellegrini meteu Hazard num "colete de forças", obrigou-o a jogar longe da grande-área e o Chelsea perdeu o seu melhor jogador e desequilibrador. Digamos que o treinador dos "citizens" aprendeu bem a lição do jogo do campeonato e deu um banho táctico a Mourinho, que, quanto a mim, mexeu mal na equipa durante o jogo. Eu teria substituído Obi Mikel ao intervalo, recuado Ramires para este pegar no jogo mais atrás e fazer o papel de "elástico" do meio-campo e feito entrar Óscar bem mais cedo. Talvez assim Hazard ficasse mais liberto. Mas isto digo eu, mero treinador de bancada - ou de sofá, neste caso.
sábado, fevereiro 15, 2014
sexta-feira, fevereiro 14, 2014
Capucho
Ora vamos lá ver... Depois de ter concorrido nas eleições autárquicas contra a lista oficial do seu próprio partido, dificilmente o processo que culminou com a expulsão de António Capucho (um político civilizado e com uma imagem de seriedade, moderação e bom-senso, acrescente-se) poderia ter tido outro desfecho - a não ser, claro, que os partidos passassem a ser um género de hospedarias espanholas. Aliás, sejamos honestos, este desfecho acaba por ser o que mais convém ao próprio Capucho. Por isso a questão é bem outra e localiza-se a montante: como pode o PSD ter conduzido a sua candidatura autárquica em Sintra de forma tão canhestra de modo a perder a Câmara para o PS e acabar por ter de expulsar um militante histórico do seu próprio partido, mesmo que em rota de colisão com a actual direcção? Infelizmente, o problema não é específico do PSD, mas também do PS, contribui para o desprestígio dos partidos e deveria levar ambos a uma profunda reflexão. Mas claro que tal não vai acontecer.
Ópera não é só música para operários (14)
Wolfgang A. Mozart - "Die Entführung aus dem Serail"
"O wie will ich triumphieren"
quinta-feira, fevereiro 13, 2014
Ainda o chamado "dérbi"
- Já uma vez aqui o disse: explicar a má prestação de uma equipa pela falta de "atitude" é quase sempre uma maneira expedita de declarar não se percebeu nada do que se passou em campo. Normalmente, essa alegada "ausência de atitude" é apenas sinal de que a equipa e os jogadores não se sentiram confortáveis nem souberam ou conseguiram interpretar um modelo e sistema de jogo pouco consentâneo com as suas características ou insuficientemente treinado. Não retiro uma vírgula a estas afirmações quando analiso a exibição do SCP da passada terça-feira. Habituado a jogar num modelo em que o meio-campo sabe circular a bola (embora a um ritmo não muito alto) com algum a-propósito e onde Adrien assume uma papel-chave nas transições e equilíbrios, onde compete aos extremos (Capel, Wilson Eduardo e Carrillo) o papel de aceleradores, a equipa perdeu-se quando, quase de um momento para o outro e apenas em função da ausência de um jogador (já lá vamos), o seu treinador os mandou jogar de uma forma antagónica, directo e sem a capacidade de aceleração dos habituais extremos. Falar agora de falta de atitude", como vejo e leio por aí, é mais uma vez alijar responsabilidades e não compreender o essencial.
- O modo como na má prestação do SCP se valoriza a ausência de um jogador (William Carvalho) que tem ainda muito a provar, nunca sequer jogou nas competições da UEFA (CL e EL), onde o ritmo e intensidade de jogo são outros, bem diferentes, e cuja experiência a alto nível sénior se limita a uns escassos minutos durante um jogo da selecção nacional, demonstra bem as insuficiência do plantel do SCP face aos seus dois concorrentes directos. Como termo de comparação, o FCP perdeu James e Moutinho no início da época e, no SLB, Sálvio não chegou a cumprir três jogos esta época e Matic foi transferido há um par de semanas. Tal não foi suficiente para que nos jogos realizados contra estas equipas (Campeonato, Taça e Taça da Liga) o SCP apenas tivesse conseguido dois pontos em quinze possíveis e obtido um "score" negativo de cinco golos marcados contra dez sofridos. Sobre diferenças, estamos conversados?
César e Seguro
Tem razão Carlos César quando afirma "duvidar que António José Seguro deva falar sobre tudo durante todo o tempo". Normalmente, este é um processo expedito para camuflar a ausência de um projecto político global, consistente e diferenciador; a inexistência daquilo que no jargão do "marketing" se designa por "Unique Selling Proposition" (USP) e que permite criar uma identidade única e diferenciada, credível e facilmente identificável pelo seu "público-alvo", neste caso os eleitores. Aquilo que se pode consubstanciar num projecto vencedor.
O que Seguro tem feito apenas revela as fragilidades da proposta do PS e prova que o simples preenchimento de tempo de antena dificilmente conduzirá o partido, mesmo numa situação extremamente favorável, a um crescimento significativo nas intenções de voto dos cidadãos.
quarta-feira, fevereiro 12, 2014
terça-feira, fevereiro 11, 2014
SLB - SCP
Pois, desta vez foi Leonardo Jardim que inventou e o resultado viu-se: Slimani foi "metido no bolso" por Luisão; Montero andou perdido; Adrien viu o jogo a passar-lhe por cima e, assim, não conseguiu ter a influência habitual no meio-campo; e a equipa "leonina" não teve os extremos do costume, únicos elementos capazes de acelerar o jogo de um SCP de ritmo e intensidade normalmente medianos. Como desta vez Jorge Jesus não se armou em Professor Pardal, a diferença abissal de ritmo, intensidade e categoria entre os jogadores de uma e outra equipa fez o resto. Por vezes, o futebol é mesmo assim: simples. Podia ter sido um resultado histórico, mas chegou.
Os originais de "Os Conchas" (4)
Everly Brothers - "Let It Be Me"
Os Conchas - "Serás Tu Para Mim" (1960)
Gaspar e os "interesses instalados"
O ex-ministro Vítor Gaspar afirma, a dado passo, no seu livro/entrevista a Maria João Avillez que "os interesses instalados são extremamente poderosos", o que teria inviabilizado a reforma do Estado (nota minha: seja lá o que isso for) começasse mais cedo. Uma pergunta: mas não compete aos governos, em democracia, regimes que se baseiam em equilíbrios necessariamente frágeis e nos célebres "checks and balances", gerir a sua intervenção política de modo a conseguir ir ultrapassando os constrangimentos colocados por esses interesses instalados, aliás legítimos e muitas vezes conseguidos com a colaboração do próprio Estado e dos governos? Ou da sua substituição por outros que se queiram "instalar"? Ao fazer este tipo de declarações, o que Vítor Gaspar está a afirmar não é, nem mais nem menos, do que a sua incapacidade política para ser ministro de um governo num regime democrático?
Aliás, e falando dos tais "interesses instalados", muitos deles, sejam sindicatos, associações patronais e profissionais, organizações empresariais e financeiras, regionais, partidos políticos, etc, etc, foram mesmo promovidos - e bem - pelo próprio regime por absolutamente indispensáveis à institucionalização e consolidação da democracia, num país herdeiro de estruturas económicas e sociais demasiado frágeis para a suportarem. Claro que, com isso, se terão herdado também algumas perversões que tornam mais complexa do que o desejável a gestão política, mas parece-me que aquilo de que Gaspar se queixa é tão só de não conseguir à altura da tarefa. Por isso, e como se vai tornando habitual, aqui e ali lá vem um indisfarçável e saudosista "suspirozinho" pela ditadura...
Futebol na TV: lixo e rasquice
Pensava que já tinha visto tudo. De um "Dia Seguinte" onde dirigentes desportivos demonstram a sua mediocridade e vistas curtas, a um abjecto "Prolongamento" onde um político, um cirurgião e um empresário/jornalista/"entertainer" oferecem ao país um espectáculo degradante. No meio, um "Trio de Ataque" onde, apesar de um ténue esforço de dois dos participantes para assumirem uma muito pequena dose de isenção, se discute tudo menos o que realmente interessa no futebol. Confesso os meus pecados: já tentei ver, mas ao fim de cinco minutos, irritado, mudei de canal, não fosse perder o controlo e partir a televisão. Também já sabia daqueles intermináveis directos sobre coisa nenhuma, idas e vindas de "claques", escoltadas pela polícia, e opiniões de adeptos mais ou menos enfurecidos e acéfalos. Também os espaços de "Opinião Pública" e os inquéritos aos quais cada um responde de acordo com a sua preferência clubística. Mas nos últimos tempos tivemos mais: na TVI, para além de um programa "contentinho de si próprio" ("Mais Futebol") e que se pretende "engraçadote", mas que não chegando ao ponto de ser visível pelo menos não ofende demasiado, um espaço ("Contragolpe") onde gente rasca e ordinária, com os quais teria vergonha de ser visto na rua não fosse já me ter deixado há longo tempo de tais pruridos, esgrime(?), em alta berraria, argumentos(?) como se estivesse num combate de "catch as catch can" do velho Parque Mayer de antanho. Na SIC lá continua o inenarrável Rui Santos e as suas teorias da conspiração, acompanhado por alguém que admiro e respeito como jogador (Manuel Fernandes) mas que nunca demonstrou capacidades para mais, e um tal António Oliveira, apenas o pior seleccionador da moderna História do Futebol Português. Um dia destes, Toni regressado ao Iraque (ou ao Irão, tanto faz: as palavras que utilizei para com Manuel Fernandes ajustam-se ao que penso sobre Toni), estava também por lá Abel Xavier, cujo perfil e afirmações recentes me dispenso de comentar. Para tornar tudo ainda pior, o SLB-SCP foi adiado, deixando aquele género de gente a falar sem assunto, o que, tendo em atenção o que costumam discutir, não os deve ter incomodado demasiado. Assim vai o futebol nas televisões, salvando-se o esforço da SportTV e do seu "Resultado Final" e a inteligência e conhecimentos de Carlos Daniel na "Grande Área". Convenhamos que quem gosta de futebol - do jogo, do espectáculo, da gestão dos clubes e da indústria - tem mais do que razões para se sentir envergonhado. E os jornalistas?
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segunda-feira, fevereiro 10, 2014
domingo, fevereiro 09, 2014
Mal vai Seguro...
Depois de prometer, caso ganhe as eleições, a reabertura dos vinte tribunais que o governo se propõe encerrar, um assunto onde me parece uma negociação deveria pelo menos ser tentada, de modo franco e aberto, mas onde a mais depudorada caça ao voto regional parece ser o único objectivo do PS, Seguro vem também propor qualquer coisa do género "um país, dois sistemas", isto é, a criação de um tribunal especial para dirimir conflitos onde estejam envolvidos investidores estrangeiros, "acima de um certo montante". Pois, quando os investimentos do Estado chinês, actuais e futuros, assumem elevadas proporções, ora aqui está qualquer coisa que parece mesmo feita de encomenda. Bem lhe respondeu António Saraiva, oferendo a Seguro uma gratuita lição de democracia. Isto o mundo - ou o país - anda mesmo às avessas.
sábado, fevereiro 08, 2014
sexta-feira, fevereiro 07, 2014
Billboard #1s by British Artists - 1962/70 (15)
Wayne Fontana & The Mindbenders - "Game Of Love" (24-04-1965)
Portugal nos Jogos Olímpicos de Inverno
Num país onde não existem quaisquer condições para a prática de desportos de Inverno de alta (ou até de pequena) competição, onde tal tradição é inexistente, onde, tanto quanto sei, nem sequer existem campeonatos, que vão fazer dois atletas portugueses, "pescados à linha" na diáspora, aos Jogos Olímpicos de Inverno, onde nem sequer conseguirão minimamente destacar-se de uma multidão de participantes nas modalidades a que concorrem ("slalom" e "slalom gigante")? Acham que essa participação vai de algum modo contribuir para o desenvolvimento do desporto (em geral) e da modalidade (em particular)? Vai trazer prestígio para o país, seja lá o que isso for? Acham mesmo, utilizando uma linguagem tão cara ao actual poder, estamos perante uma "eficaz alocação de recursos"?
Sim, eu sei que a despesa será pouco mais do que irrelevante, mas isso dos custos é só para nos atirarem à cara quando se trata de funcionários públicos, reformados, pensionistas, saúde dos cidadãos e... quadros de Joan Miró?
Nota: Está bem de ver que isto nada tem contra os simpáticos esquiadores portugueses, muito menos pelo facto de serem luso-descendentes, que se limitam a aproveitar a oportunidade e aos quais desejo a melhor sorte.
quarta-feira, fevereiro 05, 2014
Dos "batatais"
Até aos anos 70 do século XX, os clubes pequenos tentavam complicar a vida aos "grandes", nos jogos em casa, recorrendo a campos "pelados" e de reduzida dimensão. Não era propriamente o cúmulo do "fair-play", mas o regulamentos permitiam-no e quanto a isso nada a fazer. Hoje, passada essa pouco gloriosa época e com o mesmo fim, o mesmo tipo de clubes apresenta relvados impróprios para que neles se jogue qualquer coisa de parecido com futebol. Durante épocas seguidas, o caso do José Arcanjo, em Olhão, era paradigmático, e não se poderia dizer tal se devesse ao inclemente clima algarvio. No recente jogo do SCP em Arouca ainda se poderia dizer com alguma dose de boa vontade choveu copiosamente durante todo o encontro. O SCP lá ganhou e isso evitou surgissem mais queixas e maiores problemas. Em Barcelos, no passado fim de semana, foi o que se viu e o SLB só não ganhou devido ao estado do "batatal". Claro que não sei, mas desconfio do que se prepara hoje para Penafiel. Escusado dizer que isto só serve para prejudicar o espectáculo e desprestigiar a indústria, mas quem se importa?
Chuck Berry - original Chess recordings (5)
"No Money Down" - gravação de Dezembro de 1955 (Chess 1615, "A" side)
Os quadros de Miró e o governo do "Manelinho"
Ok, o povo português deixou quase pacatamente que o governo vendesse a EDP e a REN a um mesmo Estado estrangeiro, onde não existe qualquer liberdade, nem sequer de iniciativa ou empresarial, e agora revolta-se quanto à venda no estrangeiro de uma colecção de obras de Miró. Que tenho eu a dizer a esta argumentação? Que ainda bem que se revolta pela venda de um património artístico, de obras de um grande pintor do século XX, pois tal significa que, apesar dos esforços em contrário deste governo, ainda lhe resta alguma sensibilidade, alguma dignidade aristocrática e não está reduzido a uma qualquer espécie de untermensch unicamente destinada à subsistência enquanto for capaz de produzir. Neste caso, o povo demonstrou bem não merecer o governo que tem nem a tentativa deste para transformar a política e a governação numa tarefa digna do "Manelinho" dos livros da Mafalda.
Já agora: sim, Joan Miró era catalão e não tinha qualquer ligação a Portugal. Mas Hieronymus Bosch também não era português, não consta alguma vez por cá tenha passado e espero ninguém se lembre um dia de ir às Janelas Verdes e decida leiloar "As Tentações de Santo Antão". Se, in illo tempore, o racional tivesse sido o mesmo, onde estaria hoje o quadro de Bosch?
terça-feira, fevereiro 04, 2014
Man City FC - Chelsea FC
José Mourinho teve ontem um jogo à sua medida: era preciso defender bem e de forma concentrada (e ninguém defende melhor do que as equipas de Mourinho) e depois atacar em transições muito rápidas, tentando ganhar a bola em zonas altas ou fazendo-o em passes longos. Um meio-campo com David Luiz, Matic e Ramires (quem jogasse assim em Portugal seria crucificado) e um ataque com três diabos à solta, como Hazard (que jogador!), Willian e Eto'o, materializaram a estratégia. Só faltou e bom e velho amigo Drogba a ganhar as bolas longas para tudo ser ainda mais perfeito. Apesar de ter sido um jogo de apenas um golo, quem gosta mesmo de bola também gosta de ver como se defende tão bem e como, no campo, tudo parece tão perfeito como movimentar as peças num tabuleiro de xadrez. Que lição!
segunda-feira, fevereiro 03, 2014
"Parade's End"
"Parade's End" - Trailer
Uma cena é suficiente para marcar a diferença entre "Parade's End" e "Downton Abbey". Rebecca Hall prepara-se para tomar um banho e queixa-se à sua criada de quarto por na casa do Yorkshire não existir uma retrete, pedindo-lhe que arranje alguém que faça os despejos pois não gostaria de a ver a "despejar baldes". Depois, dois homens rudes e corpulentos, que parece não pertencerem ao "staff" da casa, aparecem transportando com dificuldade e vertendo para a banheira um enorme caldeirão de água quente, após o que a criada de quarto mede cuidadosamente, com um termómetro, a temperatura da água. Por fim, uma sofisticada e provocante Rebecca Hall tira o seu roupão, fica nua frente às câmaras e mergulha na banheira, não deixando também de desafiar sexualmente o seu marido (Benedict Cumberbatch) quando este aparece. Só esta cena marca indelevelmente a diferença entre o insípido e "delicodoce" "Downton Abbey", onde as personagens são meras caricaturas, e o bem bem denso, realista e provocante "Parade's End" (Sábados, RTP2, 23.00h).
"Verdade desportiva" e regulamentação do mercado
O que é efectivamente mais importante (para não me ficar apenas pelo "importante") para a "verdade desportiva" (o termo está descredibilizado) no futebol? Introduzir uma panóplia de "novas tecnologias" como ajuda aos árbitros, o que custará milhões e irá afectar o normal fluir do jogo tal como o conhecemos (a propósito: quantos dúvidas realmente importantes já ajudou o tão falado "olho de falcão" a esclarecer na actual edição da Premieship?) ou regulamentar "a sério" o sistema de transferências, impedindo a sua realização com as competições a decorrer, os empréstimos ente clubes que disputem as mesmas competições, a separação entre direitos desportivos e económicos, implementando com seriedade o sistema de "fair play" financeiro, etc, etc?
Não, não são o dinheiro e o capitalismo que estão a destruir o futebol: a chegada do profissionalismo, dos patrocínios e das televisões fez o futebol progredir como nunca até aqui e tornou-o no espectáculo empolgante e globalizado que vemos hoje em dia. O que pode vir a destruir o futebol - tal como tem ajudado a criar enormes problemas às democracias e às sociedades - é a desregulamentação total de um negócio para o qual as entidades gestoras do desporto (FIFA, UEFA), tal como os Estados, não estavam preparadas, deixando-se, por inépcia, corrupção ou incapacidade , capturar por interesses que podem bem acabar por os vir a destruir.
Motor City (15)
Paul Gayten - "The Hunch" (Novembro de 1959)
Paul Gayten - "Hot Cross Buns" (Novembro de 1959)
domingo, fevereiro 02, 2014
As divisões da esquerda
Muita gente continua a interrogar-se sobre as causas das divisões "à esquerda". Nada mais simples: entre o PS e os partidos "ditos" à sua esquerda existe um antagonismo inultrapassável na concepção da sociedade e o Estado, entre a democracia liberal, o Estado de Direito e o primado, ou pelo menos a importância atribuída à livre iniciativa e, por outro lado, um modelo baseado no chamado "socialismo real", pese embora algumas "nuances" possam ser consideradas. Entre os partidos à esquerda do PS, todos eles herdeiros da revolução de 1917, a questão do "leninismo" e da "vanguarda", isto é, da verdadeira e exclusiva representação do proletariado como único agente da revolução. São estes os verdadeiros problemas; não me parece exijam grande reflexão nem sejam ultrapassáveis nos tempos próximos.
sábado, fevereiro 01, 2014
Gil Vicente FC - SLB
Para que não existam dúvidas: o SLB não venceu em Barcelos essencialmente por culpa do estado do terreno. Mas tendo dito isto, convém lembrar que mais uma vez Jorge Jesus esteve mal na condução da equipa. Se depois da expulsão da Siqueira pode ter estado bem ao decidir colocar Gaitán como defesa-esquerdo, mal o SLB passou para a frente do marcador deveria ter imediatamente reequilibrado a equipa, colocando alguém defensivamente mais consistente (Amorim) em campo por troca com Markovic, por exemplo. O golo do Gil Vicente FC teve aí origem, tal como já tinha acontecido há dois anos no jogo com o FCP, o do célebre golo de Maicón em "fora de jogo". Lembram-se?
Já agora:
- Estou convencido Oblak até é o melhor guarda-redes do plantel do SLB. Mas convém não construir ídolos, super-estrelas, campeões e coisas que tais antes de tempo. Muito menos gerir o plantel para agradar ao pseudo-jornalismo desportivo ou à rua benfiquista.
- Deixem-se dessas tretas de discutir se o "penalty" deveria ter sido marcado por Lima ou Cardozo. Por sinal, sou até de opinião não foi "penalty" e, se tivéssemos ganho graças a ele, não me apetecia ter os "lagartos" a semana inteira a chatearem-me a cabeça.
- (já no dia seguinte). Ainda não vi em Ivan Cavaleiro nada de melhor já não tenha visto em Markovic, Sulejmani e Djuricic, para não falar, claro, de Salvio e Gaitán. Pode ser que um dia... mas o "Glorioso" não pode viver dos "amanhãs que cantam".
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