Podemos achar que os congressos partidários se transformaram em longos "tempos de antena", em versão "long playing", em "prime time" e com a importância acrescida que lhes é dada pela "análise" dos comentadores. Podemos também ser de opinião os dons de oratória de Pedro Passos Coelho deixam muito a desejar, só esperando esta sua faceta mediocre não reflicta igual qualidade do seu pensamento. Podemos também achar nada do que se passou no congresso do PSD transcende uma mal atamancada "feira de vaidades", sem "panache", ao estilo classe "média/baixa," e que quase tudo o que por lá se disse é de inquietante infantilidade, estando, para a direita, abaixo do nível dos "Conceitos Elementares do Materialismo Histórico", livro muito em voga na "esquerda festiva" nos tempos do PREC. Podemos também considerar Marcelo Rebelo de Sousa muito ou apenas um pouco "fala barato", assim a modos que uma astróloga Maya da política, pese embora os seus dotes de comunicador e o seu jeito, por muitos acarinhado e até promovido, de "menino rabino", a quem são permitidas umas maldades inócuas, no meio daquela gente pouco dotada possa sempre sair-se com algum brilho, alimentando a cena "mediática". Podemos achar isso tudo e não vou ser eu que estarei no fundamental em desacordo. Mas, honestamente, o que não podemos achar é que o congresso do PSD, ancorado em alguns indicadores superficiais mas positivos, não atingiu, na sua essência, os objectivos fundamentais a que se propunha: vender a imagem de um partido unido, incluindo nessa união os que poderíamos designar por críticos "soft core" e que de pronto mostraram a sua condição de filhos pródigos, confiante e, com a volta ao regaço de personalidades como Marques Mendes, Marcelo Rebelo de Sousa, Santana Lopes e "tutti quanti", marginalizar Pacheco Pereira e Ferreira Leite, atribuindo as a questões de frustração e ressabiamento pessoais a sua crítica radical ao governo. Se e até que ponto os portugueses compram a ideia é o que veremos em Maio.
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