Nas últimas décadas, a hegemonia do FCP no futebol português alicerçou-se em três factores fundamentais (existem outros, como uma ideologia coerente que ajudou na conquista e na cimentação do poder, mas estes são os fundamentais): estabilidade directiva e não contestada; domínio dos bastidores (e do "bas-fond) do futebol português, com "tentáculos" que se estendem também a áreas da política e da justiça; e um orçamento em média bastante superior a qualquer dos seus rivais. Acontece que a estabilidade directiva é agora também apanágio do SLB e, ou me engano muito, o SCP seguirá a breve prazo caminho idêntico; a contestação às direcções dos clubes parece agora ter-se transferido para as Antas - e não é de ontem; o fosso entre os orçamentos do FCP e do SLB tem vindo a encurtar drasticamente. Resta, pelo que se viu ontem, quando o árbitro teve a coragem de marcar um "penalty" tão indiscutível quanto poderia vir a tornar-se decisivo, que o domínio pelo FCP dos bastidores e do "bas-fond" do futebol português, apesar dos 383 euros, parece já ter visto melhores dias. Quanto à ideologia - essa - acaba por perder força, a sua razão de ser e até tornar-se um empecilho quando qualquer regime entra na sua fase decadente e nada mais pretende do que sobreviver.
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