E se o Presidente da República, ultra-conservador em matéria de costumes e sempre tão cioso da preservação sua imagem, quiser mesmo tenha lugar o referendo sobre a coadoção, matando desse modo "dois coelhos com uma mesma cajadada", isto é, "não se metendo ao barulho" - tentando assim "passar incólume por entre os pingos da chuva" numa questão delicada - e esperando uma maioria dos portugueses responda "não" a uma pergunta reformulada? Não terá sido exactamente por esse motivo que ainda não se lhe ouviu um "pio" que fosse sobre o assunto? Não será por isso que duvido alguma vez se venha a pronunciar, excepto na solidão da cabine de voto se, infelizmente, "chegarmos a vias de facto"? Um eventual referendo desprestigia o parlamento, a política e os políticos, atenta contra o direito de uma minoria, prejudica os interesses das crianças, etc, etc? Mas que vale tal coisa perante os "superiores interesses" de Cavaco Silva? Confesso que aguardo com mal disfarçada expectativa.
2 comentários:
O Cavaco Silva tem aquele feitio velhaco e mesquinho que toda a gente já lhe conhece, mas não entendo de que se quer ele precaver uma vez que não poderá exercer novo mandato. É isso que para mim continua a ser um enigma.
Quer sair com boa imagem,claro.
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