Apoiado em alguns indicadores macroeconómicos indiscutivelmente positivos mas de sustentabilidade duvidosa, camuflando mesmo alguns desses indicadores realidades cuja comparação simples pode conduzir a resultados pouco rigorosos, o PSD, fortalecido por um congresso onde conseguiu transmitir uma imagem de unidade do partido e apoiado nas instituições europeias, moverá ao PS, até Maio, uma enorme guerra de desgaste que lhe permita encarar as próximas eleições em posição mais favorável. O foco principal será o apelo a um acordo que o PSD sabe e se esforçará por tornar inviável, responsabilizando por isso o PS, mas a exploração das fragilidades da liderança de Seguro e um certo isolamento europeu dos socialistas face ao pensamento actualmente dominante na UE, complementarão essa guerra de desgaste. Para já, o PSD conseguiu "escolher as armas e o terreno" e colocou o PS numa posição defensiva da qual este revela ter grande dificuldade em sair, como o provam a escolha de Assis (uma espécie de clone de Rangel) como cabeça de lista às eleições europeias e o "timing" do anúncio dessa escolha. É indispensável para o PS e para Seguro tomarem a iniciativa, mas tendo-se, em certa medida, deixado encurralar, não vislumbro, a três meses das eleições, como tal seja possível. Assim sendo, pouco mais restará ao PS do que esperar o desgaste causado na sociedade portuguesa e nos eleitores pelo chamado "ajustamento" produza os seus efeitos e se reflicta no resultados eleitorais.
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