Com a direcção de Ferreira Leite o PSD tinha um conceito, uma ideia-força: a “verdade” e a “asfixia democrática”. Verdade seja também dita que bem mais no campo da moral do que no da política e ancorado num estilo inquisitorial: uma fatal conjugação de factores que, no século XXI, só poderia levar, como levou, ao descalabro.
Agora, Passos Coelho parece querer reconduzir o partido aos caminhos da política, o que efusivamente se saúda. Mas se do conteúdo do seu discurso resulta evidente essa saudável tentativa de corte com o passado recente do primado da “moral”, também ainda custa a vislumbrar um nova ideia-força consistente, um conceito mobilizador no campo da política: o Conselho Superior da República não passa de um soundbyte, como tal destinado a viver um ou dois dias e apenas nos títulos mediáticos, e a revisão constitucional, mesmo não tocando no equilíbrio de poderes, muito longe de ser uma prioridade, não só está dependente de terceiros e terá assim que contar com a boa vontade daqueles a quem politicamente tal coisa não convém, colocando-se Passos Coelho nas mãos do PS, como se parece demasiado com obsessão de principiante, seja ele político ou marketeer com necessidade de dar nas vistas mudando a embalagem.
Posto isto, o que fica? Alguma retórica liberal - o futuro dirá se destinada a algo mais do que marcar território e piscar o olho a trend setters da comunicação social – e, de modo bem mais consistente, uma clara mudança no pessoal político e no estilo do líder. Digamos que ajuda, entra algum ar fresco. Mas manda a cautela e o bom senso ficar na expectativa.
Agora, Passos Coelho parece querer reconduzir o partido aos caminhos da política, o que efusivamente se saúda. Mas se do conteúdo do seu discurso resulta evidente essa saudável tentativa de corte com o passado recente do primado da “moral”, também ainda custa a vislumbrar um nova ideia-força consistente, um conceito mobilizador no campo da política: o Conselho Superior da República não passa de um soundbyte, como tal destinado a viver um ou dois dias e apenas nos títulos mediáticos, e a revisão constitucional, mesmo não tocando no equilíbrio de poderes, muito longe de ser uma prioridade, não só está dependente de terceiros e terá assim que contar com a boa vontade daqueles a quem politicamente tal coisa não convém, colocando-se Passos Coelho nas mãos do PS, como se parece demasiado com obsessão de principiante, seja ele político ou marketeer com necessidade de dar nas vistas mudando a embalagem.
Posto isto, o que fica? Alguma retórica liberal - o futuro dirá se destinada a algo mais do que marcar território e piscar o olho a trend setters da comunicação social – e, de modo bem mais consistente, uma clara mudança no pessoal político e no estilo do líder. Digamos que ajuda, entra algum ar fresco. Mas manda a cautela e o bom senso ficar na expectativa.
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