É comum dizer-se, é verdade e o Presidente da República não deixou hoje de o lembrar, que para quem nasceu depois do 25 de Abril ou era ainda criança nessa data a liberdade, a democracia, a UE, a paz e - acrescento eu - os “charros”, o sexo e o “Interail” ou as orgias em Lloret del Mar são algo tão assumido como o ar que respiramos. Ainda bem que assim é, mas por vezes convém lembrar que este nosso mundo já foi bem diferente. Contudo, não me parece que aquela sessão solene em jeito de velório que todos os anos se realiza na Assembleia da República e cujo principal propósito é pôr alguns jornalistas a fazer perguntas idiotas aos políticos ou o desfile do PCP e “compagnons de route” na Avenida da Liberdade contribuam o que quer que seja para valorizar Abril junto dos mais novos. Em ambas as cerimónias, tudo é demasiado bafiento, pomposo, conservador ou, no caso específico do desfile, de um kitsch que qualquer – apesar de tudo – bem mais cosmopolitas Festival do Sudoeste ou “Rock in Rio” tornam ridículo e os mais novos não reconhecem como sendo seu. E têm razão, claro!
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