quarta-feira, dezembro 19, 2007

Uma história do dia-a-dia, ou como só mesmo alguém do Brasil para me orientar na confusão

Amoreiras, hoje, hora de almoço. Como tinha uns cartões de Boas-Festas para enviar (assim, à antiga, como se estivéssemos na era pré “choque ideológico”), dirigi-me à estação de correios que por lá existe. Sem grande ou pequena esperança, tentei a máquina automática de venda de selos. Digo isto porque, das poucas vezes que tenho tentado recorrer a elas nos postos de correio aqui das redondezas (Amoreiras, Rato, Campo de Ourique ou Lapa), isso se revela tarefa mais impossível do que o meu SLB ser campeão esta época, pois só aceitam quantia exacta, o que só por mero acaso encontro nos meus depauperados bolsos. Adiante, pois já imaginam que, mais uma vez, foi isso que aconteceu. Senha tirada, a “coisa” até correu bem, pois passados pouco mais de 3 ou 4 minutos, aí estava anunciado o meu número com a indicação 6 como posto de atendimento. Pois aí é que tudo se revelou bem mais complicado. Talvez por causa deste meu malfadado raciocínio um pouco anglo-saxónico, para mim posto 6 deveria estar assinalado e bem visível, claro, capaz de ser identificado num imediato glimpse of eye. Mas não, engano meu. Depois de uma eternidade de segundos de nariz no ar tal foca no circo, e na ausência de um posto de atendimento ostentando tal número, alguém, falando português do Brasil, solicitamente me indica: “olhe, é capaz de ser ali”. Olhei noutra direcção e lá estava uma pequena secretária, que tinha interpretado como sendo um ""género de welcome desk, funcionária sentada atrás dela, sem qualquer indicação, visível ou não, de número de posto de atendimento. Chamei a atenção da dita funcionária para o facto, ao que me respondeu que não tinha qualquer indicação pois tratava-se de um posto de atendimento provisório, ao que respondi que, assim sendo, deveria ter uma indicação também ela provisória. Depois de lhe desejar um Bom Natal, solicitei então fizesse o favor de corrigir o problema, ao que me respondeu com um qualquer grunhido, que me pareceu desagradável, imperceptível para os meus ouvidos já um pouco “moucos”. Paciência. Agradeci a quem, em português do Brasil, me tinha dado uma ajuda e acabei a pensar que, dado as minhas aventuras em postos de correio do Brasil darem, pelo menos, para um grotesco sketch dos irmãos Marx (os verdadeiros, os legítimos: Groucho, Harpo, Chico e Zeppo e não Marx, Engels e Lenine), só mesmo alguém da nacionalidade para me dar tal ajuda. Pois que tenha um Bom Natal!

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