Arrisco que não vai ser assim tão fácil a José Mourinho arranjar emprego. Pode ser que me engane, mas prefiro arriscar.
Claro que não estou a falar de um emprego qualquer, mas o de treinador em um entre aquela menos de uma dúzia de clubes (mais coisa, menos coisa) a que Mourinho, legitimamente, se sente com direito a aspirar: Real Madrid e Barcelona; Milan, Inter ou Juve; Bayern; Man. United, Arsenal ou Liverpool - ele que nunca treinou um “grande”, sem desprimor para FCP e Chelsea. E o facto do Chelsea continuar a ganhar com Avram Grant, e de este ter renovado contrato, em nada o ajuda, mesmo que tenhamos em consideração que foi ”José” que escolheu o plantel e Ballack e Shevchenko continuam em eclipse mais ou menos permanente.
Bom, e porque digo isto? Será que Mourinho não é um dos melhores treinadores do Mundo? Claro que é: estará entre aquela meia dúzia (mais coisa menos coisa, uma vez mais) que pode aspirar a essa classificação. Mas então?...
Bom, Mourinho é uma estrela; uma estrela mediática que não deixa espaço, junto de si, para que outros também o sejam. Ele não é o primus inter pares, é o 007, o herói individualista e bem parecido que enche o écran, destrói os terroristas e fica com a “pikena”. E ainda bem, Portugal precisa desse tipo de heróis. Mas a contrapartida é que isso requer um plantel sem estrelas, estruturado em função de si próprio e do seu modelo de gestão. Mas, dir-me-ão: Drogba, Lampard, Terry e Carvalho não são estrelas? Claro que não: são excelentes jogadores de futebol, dos melhores do mundo mas falta-lhes aquele “je ne sais quoi” para atingirem o estatuto de estrelas mediáticas (acrescento que ainda bem). Ora dificilmente, em algum desses clubes, Mourinho vai encontrar um plantel sem estrelas ou a possibilidade de as descartar (terão custado milhões e terão de ser rentabilizadas...). Por outro lado, já ganharam algo e estão em clubes de topo. Quantos directores desportivos e presidentes desses clubes quererão arriscar no perfil de Mourinho em função daqueles que são o seu registo e experiência anteriores? Quem lhe dará “carta branca” como de início teve no Chelsea?
Mais ainda. Não sendo propriamente um trouble maker, Mourinho tem um personalidade forte e, por isso, potencialmente conflituosa. O seu registo fala por si e não vale a pena acrescentar muito. Volto a afirmar, para que não restem dúvidas, que nada disto o diminui, antes pelo contrário. Mas esta personalidade, que faz parte dos seus activos, tem também o reverso da medalha: algum clube estabelecido quererá arriscar, desde que, eventualmente, possa ter acesso a uma outra opção de qualidade mas menos, digamos assim, problemática?
Poderão dizer: Mourinho deu-se ao luxo de recusar a selecção inglesa. Certo. Mas isso não significa tenha um convite irrecusável de um “grande”. Quantos treinadores de topo, que não estejam já na fase de pré-reforma e tenham feito o seu percurso bem sucedido em clubes, aceitam treinar selecções? Mesmo a inglesa que tem algo de único? Ter aceite não significaria uma manifestação de impotência, um atirar da toalha? Tendo recusado, Mourinho valoriza-se, perfilando-se como ainda aspirante a um desses clubes de topo. É uma excelente jogada mediática, mas que, pela simples razão de se ter visto obrigado a assumi-la, revela, sob a capa de uma posição de força, alguma fragilidade não completamente disfarçada.
Sinceramente, espero não ter razão.
Claro que não estou a falar de um emprego qualquer, mas o de treinador em um entre aquela menos de uma dúzia de clubes (mais coisa, menos coisa) a que Mourinho, legitimamente, se sente com direito a aspirar: Real Madrid e Barcelona; Milan, Inter ou Juve; Bayern; Man. United, Arsenal ou Liverpool - ele que nunca treinou um “grande”, sem desprimor para FCP e Chelsea. E o facto do Chelsea continuar a ganhar com Avram Grant, e de este ter renovado contrato, em nada o ajuda, mesmo que tenhamos em consideração que foi ”José” que escolheu o plantel e Ballack e Shevchenko continuam em eclipse mais ou menos permanente.
Bom, e porque digo isto? Será que Mourinho não é um dos melhores treinadores do Mundo? Claro que é: estará entre aquela meia dúzia (mais coisa menos coisa, uma vez mais) que pode aspirar a essa classificação. Mas então?...
Bom, Mourinho é uma estrela; uma estrela mediática que não deixa espaço, junto de si, para que outros também o sejam. Ele não é o primus inter pares, é o 007, o herói individualista e bem parecido que enche o écran, destrói os terroristas e fica com a “pikena”. E ainda bem, Portugal precisa desse tipo de heróis. Mas a contrapartida é que isso requer um plantel sem estrelas, estruturado em função de si próprio e do seu modelo de gestão. Mas, dir-me-ão: Drogba, Lampard, Terry e Carvalho não são estrelas? Claro que não: são excelentes jogadores de futebol, dos melhores do mundo mas falta-lhes aquele “je ne sais quoi” para atingirem o estatuto de estrelas mediáticas (acrescento que ainda bem). Ora dificilmente, em algum desses clubes, Mourinho vai encontrar um plantel sem estrelas ou a possibilidade de as descartar (terão custado milhões e terão de ser rentabilizadas...). Por outro lado, já ganharam algo e estão em clubes de topo. Quantos directores desportivos e presidentes desses clubes quererão arriscar no perfil de Mourinho em função daqueles que são o seu registo e experiência anteriores? Quem lhe dará “carta branca” como de início teve no Chelsea?
Mais ainda. Não sendo propriamente um trouble maker, Mourinho tem um personalidade forte e, por isso, potencialmente conflituosa. O seu registo fala por si e não vale a pena acrescentar muito. Volto a afirmar, para que não restem dúvidas, que nada disto o diminui, antes pelo contrário. Mas esta personalidade, que faz parte dos seus activos, tem também o reverso da medalha: algum clube estabelecido quererá arriscar, desde que, eventualmente, possa ter acesso a uma outra opção de qualidade mas menos, digamos assim, problemática?
Poderão dizer: Mourinho deu-se ao luxo de recusar a selecção inglesa. Certo. Mas isso não significa tenha um convite irrecusável de um “grande”. Quantos treinadores de topo, que não estejam já na fase de pré-reforma e tenham feito o seu percurso bem sucedido em clubes, aceitam treinar selecções? Mesmo a inglesa que tem algo de único? Ter aceite não significaria uma manifestação de impotência, um atirar da toalha? Tendo recusado, Mourinho valoriza-se, perfilando-se como ainda aspirante a um desses clubes de topo. É uma excelente jogada mediática, mas que, pela simples razão de se ter visto obrigado a assumi-la, revela, sob a capa de uma posição de força, alguma fragilidade não completamente disfarçada.
Sinceramente, espero não ter razão.
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