quinta-feira, dezembro 27, 2007

"Portugal, The West Coast of Europe". Elementos para uma avaliação consistente

Infeliz, para não dizer fútil, ligeirinha e pouco ou nada rigorosa, a forma como a imprensa e os comentadores políticos se têm, na generalidade, referido à campanha “Portugal – The West Cost of Europe”. Não admira: mais do que uma análise rigorosa sobre a forma como é promovido Portugal e de como e quanto se investe nessa promoção, o objectivo é, pura e simplesmente, usar essa campanha como arma de arremesso contra o governo, e para isso é bem melhor apanhá-la pela rama de um qualquer humor fácil em vez de se tentar ser mais sério e radical. Mas quer isto dizer que a campanha é correcta e o governo, seu investidor e mentor, está acima de qualquer suspeita? Nada disso, mas para se chegar a uma conclusão acertada é bem melhor começar por fazer algumas perguntas e tentar encontrar as respostas. Quais? Por exemplo, estas:
  • Quais os resultados e onde está a avaliação da campanha subordinada ao tema do Euro 2004?
  • Como está a ser acompanhada, e em que parâmetros, a campanha "Allgarve"?
  • O conceito “Portugal, the West Cost of Europe” é credível junto do público-alvo a que se destina? Que problemas se propõe resolver? Está de acordo ou em conflito com a estratégia turística actual? Uma campanha publicitária é a escolha adequada para “vender” o conceito? O investimento é suficiente? Os endorsees (os que “dão a cara” pela campanha – Cristiano Ronaldo, Mariza, etc) são compatíveis com a imagem que se pretende projectar? Quais as acções complementares programadas para “ajudarem” a criar consistência à campanha? De que modo vai essa mesma campanha ser monitorizada? Pode Portugal (ou qualquer outro país), assim “do pé para a mão”, mudar o seu “posicionamento” apenas com recurso a uma campanha de publicidade ou isso terá de ser resultado de um plano estratégico de longo prazo envolvendo várias vertentes? Existem alguns case studies, a nível internacional, que possam servir de referência?

Enfim, algumas outras perguntas poderiam ser feitas, mas estas são suficientes e fiquemo-nos por aqui, já que, assim, e na eventual ausência de respostas convincentes e factuais não justificadas por “acho que” ou “penso que”, poderia finalmente juntar-me ao coro dos maldizentes! Mas com uma diferença que não reputo de somenos: poderei justificar o porquê, pois claro!

2 comentários:

VdeAlmeida disse...

Bom, mas esse costume não é já corrente cá no burgo?
Um abraço e feliz 2008

P.S.- na maioria das vezes não comento o que escreve fora do âmbito da música, o que não quer dizer que não considere os assuntos interessentes e pertinentes.
Na maior parte das vezes, é uma questão de preguiça.
Mas tenho achado curiosa a convergência de opiniões em numerosos temas.

JC disse...

Bom 2008 tb para si e para "Os Dias da Música"
Abraço
JC