Nos últimos dias, João Cravinho tem vindo a desenvolver um ataque cerrado a qualquer opção para o novo aeroporto de Lisboa que não passe pela mega-estrutura aeroportuária localizada na Ota. Esse ataque tem passado não só por críticas ao Presidente da República, por ter aceite um estudo cujos patrocinadores não são todos conhecidos (aqui poderá ter alguma razão, enfim, embora em última análise o PR tenha agido correctamente ao aceitá-lo), bem como por algumas afirmações sobre o modelo de desenvolvimento que a localização “Alcochete” ou a solução “Portela +1” consubstanciariam (“regresso ao passado”, modelo de desenvolvimento “marcelista”, cedência a interesses imobiliários, etc). Seria interessante que João Cravinho, convidado de um colóquio organizado pelos defensores da “solução Ota”, tivesse aproveitado a oportunidade para, em vez de se limitar a emitir alguns sound bytes, esclarecer, segundo ele, em que consistiriam e qual o conteúdo efectivo de cada um desses modelos de desenvolvimento alternativos, e quais as razões que estariam na base da sua avaliação negativa de alguns deles. Essa sim, teria sido uma contribuição bem mais positiva para uma discussão essencial sobre o futuro do país. Infelizmente, não consegui encontrar dela menção. Crédulo, decidi concluir que talvez tenha sido eu a não procurar bem.
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