Ora vamos lá ser claros: a "reforma do Estado" não existe. Ou melhor, como reforma que deve ser e não como a revolução que este governo gosta de anunciar, tem vindo a ser feita há dez, vinte, trinta anos, pelos sucessivos governos, umas vezes com maior celeridade, outras de forma mais lenta, adaptando o Estado - o seu funcionamento e eficácia, a sua organização, os serviços que presta e o modo como o faz, a qualificação e número dos seus agentes e funcionários, as suas instalações, etc - à modernidade, à inovação tecnológica, aos novos requisitos e necessidades da sociedade e dos utentes (e à própria evolução do perfil destes), e por aí fora. Aliás, basta olhar para trás, para o passado, verificar como tudo evoluiu e concordar que o Estado de 2013 nada tem a ver com o do ano 2000 e muito menos com o das últimas décadas do século XX. E mudou bastante e no bom sentido, sendo hoje mais eficiente, prestando um maior número de serviços com maior racionalidade, incluindo nos custos, e estando os seus agentes muito melhor preparados para as funções que exercem. Com todos os problemas que ainda subsistem e todas as queixas de que por vezes somos portadores. A "reforma do Estado", tal como é anunciada por este governo, mais não é do que um eufemismo igual a tantos outros, da "requalificação", ao "programa cautelar" e às "inverdades", neste caso para significar os "cortes" puros e simples na actividade do Estado. Um "mito urbano" que, a breve prazo, fará companhia a outro dos mais célebres dos últimos anos: as tão faladas "gorduras do Estado".
Sem comentários:
Enviar um comentário