terça-feira, outubro 29, 2013

Futebol: "modelos de negócio", empresários e formação

Uma grande maioria dos comentadores desportivos, mesmo os mais esclarecidos (que são muito poucos) teima em não entender, ou em não querer perceber, que o "modelo de negócio" dos dois principais clubes portugueses (SLB e FCP), baseado nas receitas extraordinárias conseguidas através da valorização e venda de alguns dos seus principais jogadores, realizando assim enormes "mais-valias", só é possível mantendo um relacionamento estreito com os principais "agentes FIFA", vulgo empresários, por vezes chegando mesmo a verificar-se a situação destes actuarem como verdadeiros financiadores dos clubes. Ora isso tem contrapartidas (e é isto que esses comentadores parecem não querer perceber), colocando com demasiada frequência esses clubes na dependência desses mesmos empresários no que diz respeito à contratação de jogadores e gestão de recursos humanos. É em grande parte isso que explica o fraco aproveitamento que SLB e FCP têm feito da sua formação e é também, por antítese, o que ajuda a explicar o melhor aproveitamento que dela faz o SCP. O que não existe é "sol na eira e chuva no nabal", isto é, que mantendo-se o actual modelo de negócio como dominante (o único que tem permitido a SLB e FCP manterem-se competitivos a nível europeu) possamos ver emergir e actuarem com regularidade nas equipas principais "catadupas" de jovens vindos da formação. Aliás, a crise financeira mundial está já a pôr em causa este modelo, e não fora o "dinheiro novo" das máfias russas e do petróleo árabe e ele já estaria mesmo caduco. Luís Filipe Vieira já o percebeu e sofreu na pele as dificuldades em vender activos neste "defeso". Daí as suas constantes afirmações no sentido de investir mais na formação e de "forçar" Jorge Jesus a um cada vez melhor aproveitamento dos jogadores da equipa "

Voltando a esses mesmos comentadores, mesmo aqueles com fracas inteligência formação já deviam ter percebido onde está a origem das limitações ao aproveitamento de jogadores da formação por parte de SLB e FCP, pois a influência dos agentes FIFA estende-se também a treinadores e passa-se nas suas "barbas": basta ver quem são, a cada momento, os ex-jogadores "impostos" como comentadores de alguns programas de TV para se perceber quem serão os futuros treinadores de alguns clubes. Não é assim, Costinha, Maniche, Helder Cristovão e Abel Xavier?

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