Não percebo o espanto pelo acordo entre PCP e PSD em Loures:
- Em primeiro lugar porque se trata de um acordo local, sem repercussões a nível nacional, embora admita o PCP venha a ter alguma dificuldade em explicá-lo aos seus militantes. Mas enfim, nada de tão complicado como explicar o Pacto germano-soviético, o massacre de Katyn, Budapeste 56, Praga 68, Tiananmen 89 ou Pyongyang na actualidade (ou Angola, já agora). E o PCP, melhor ou pior e até mesmo quando o comunismo ainda era prestigiado enquanto ideologia, lá se foi "safando".
- O movimento comunista internacional e a URSS nunca tiveram, ao longo da sua História, qualquer problema em se aliar ao Diabo ou a Deus (compromisso histórico entre o PCI e a DC, neste último caso) para defender aquilo que consideravam ser os seus interesses mais imediatos ou de longo prazo. A História está cheia desses exemplos. Não vale a pena enumerá-los, mas, já agora, lembra-se da ditadura argentina de Videla?
- Ao contrário do que muitos comentadores pouco informados dizem, o PCP está longe de ser um partido apenas de "protesto ou de "contestação". É e sempre foi um "partido de poder", ao ponto de muitas vezes ter privilegiado a obtenção de lugares no "aparelho de estado" e, como agora, o fortalecimento das suas posições de poder em detrimento de outro tipo de acções ou de alianças ditadas por uma real ou aparente maior proximidade ideológica.
E ficamos "neste género assim"...
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