Ok, consideremos mesmo, tal como dizem os arautos e publicistas da "vanguarda revolucionária" que os incautos portugueses elegeram, que não há alternativa à situação existente que não passe por um género de Apocalipse (entrada em incumprimento, saída do euro ou até da UE, etc, etc). Mesmo que consideremos como válida tão extremada constatação, existe pelo menos uma diferença fundamental entre dois grupos de portugueses: de um lado, os que se regozijam ou aceitam passivamente essa apregoada ausência de alternativa, pois o actual "estado de coisas" serve os seus interesses ou corresponde à ideologia que perfilham; do outro, os que se não reconhecem na actual situação e se incomodam, criticam e se desinquietam procurando como sair dela da melhor forma e com os mais baixos custos possíveis. Em França, durante a ocupação, os primeiros estiveram com Pétain e, de uma maneira ou outra, colaboraram com Vichy. Os outros, estiveram com De Gaulle, com os comunistas, com as FFL e colaboraram ou aderiram à Resistência. Também aqui e agora é tempo de cada um escolher o seu lado.
2 comentários:
O que vale é que os portugueses estão cada vez mais imunes aos descursos proféticos e de apocalipse.
Não chega suspeitar que o euro é um engodo ou que todo este prossesso de salvação nacional é uma mentira. Ms a resistência cresce todos os dias mais informada...
Caro JC,
Perceboa sua dicotomia. Também eu, que neste triste Portugal me considero um privilegiado, situação que herdei mas que não desbaratei e até multipliquei com muito trabalho, não me posso conformar com o que se passa. O drama é que enquanto entre 1940 e 1944 era fácil para quem tivesse princípios, escolher La Résistance , não vejo no contexto atual quem deveremos apoiar nesta partidocracia de hemiciclo vicioso. Por isso, penso que vão ter de surgir movimentos independentes, esses sim de autêntica résistance que contribuam para acabar com o estado atual da coisa pública. No que me diz respeito estou ativo nessa frente.
Abraço
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