Já muita gente o disse, mas vamos lá repeti-lo. Em Portugal, as palavras perderam o seu significado, principalmente na política. "Mentira" passou a "inverdade"; "despedimento" na Função Pública a "requalificação"; "cortes" na despesa pública a "reforma do Estado"; "cortes", puros e simples, nas pensões a sujeição a "condição de recurso", "transitório" a "prazo indefinido", "segundo resgate" a "programa cautelar"etc, etc. Agora, asseguradas que estão uma maioria parlamentar e um Presidente da República colaborante ("um governo, uma maioria, um presidente") parece que "ditadura" se prepara também para ser transformada em "acordo a longo prazo entre os dois principais "partidos", demissão do Tribunal Constitucional das funções para as quais existe e foi criado e "eleições" transformadas numa farsa que permitiria aos portugueses escolher o partido que entendessem desde que - como a cor do Ford T - fossem rigorosamente iguais. Digamos que à tal "uma maioria, um governo, um presidente", se juntaria "uma "oposição fantoche", um Tribunal Constitucional "colaborante" e umas eleições sem propósito. Depois não digam que eu não avisei.
Nota final: confesso que me custa ouvir um bem sucedido empresário, que, com todo o mérito, transformou o grupo empresarial que dirige num enorme caso de sucesso, dizer tantos disparates políticos em tão pouco tempo. Digamos que nem os sempre tão solícitos e subservientes "media" conseguem transformar um excelente merceeiro num apenas razoável comentador da cena política.
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