Odeio-os, ainda mais porque a sua atitude me obriga a odiá-los

Não, não me peçam o que não posso dar. Não me peçam que diga que não sofri que nem um danado, que não comemorei os golos do “United” como se fossem os do meu “glorioso”, que não disse dos piores palavrões quando dos golos do FCP, que o meu vizinho de baixo não tenha dado pela fúria dos meus pés quando os remates de Rooney, Ronaldo e Paul Scholes não levavam a direcção correcta. Não me peçam nada disso, que posso por vezes ser obrigado a ser hipócrita (que remédio: ao que nos leva tantas vezes a sobrevivência), mas o futebol guardo mesmo para as minhas emoções.

Por isso, não me peçam análises dos jogos do FCP: das tácticas, dos princípios e modelos de jogo, das transições de Luís Freitas Lobo. Não me peçam nada disso, muito menos elogios, que eu, ateu dos quatro costados, até sou capaz de prometer umas velas à Senhora de qualquer coisa, uma ida a Fátima, até mesmo a Compostela, talvez uma conversão, se qualquer das Santas me garantir, preto no banco - ou encarnado tingindo aquele azul encardido -, que o “United” vem às Antas e humilha este FCP, eliminando-o. Assim mesmo: sem espinhas.

Que querem? Odeio-os e acho a culpa é deles, que a tal sentimento me obrigaram. Não é mesmo razão para os odiar ainda mais?