Confesso que, aqui e ali, a crítica de cinema ainda insiste em me deixar perplexo. É este o caso do filme da argentina Lucrécia Martel “A Mulher Sem Cabeça”, elevando à categoria de grande cinema um objecto onde não consigo encontrar mais do que um pequeno exercício narcísico, em “huis clos”, de auto-satisfação com um piscar de olho ao espectador ao estilo “vejam bem tão inteligente que eu sou” e servido por uma câmara cujo nervosismo chega a irritar, da realizadora.
Uma referência a Lynch? Ao Delvaux de “Un Soir Un Train » ? Ou apenas um sorriso sarcástico, muito ao estilo “vamos embora Bobby que já enganámos mais este”, dirigido à saloíce de alguma crítica e ao basbaque de alguns (certamente poucos) espectadores?
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