quinta-feira, abril 02, 2009

O autarca Isaltino e a sua... Ajudante(?)

Por favor, esqueçam o “Freeport”, as derrotas da selecção, a crise, o G20, os “ofícios correlativos”. Esqueçam tudo isso, mais alguma coisa e ainda o que devem ao Banco se isso, por acaso, acontecer. O que vale a pena ler e seguir esta semana é mesmo o conflito, mais ou menos folhetinesco, entre o autarca Isaltino e a sua adjunta(?), secretária(?), chefe de gabinete(?), “chega-me isso”(?), amante(?), companheira episódica de negócios de cama(?), lençóis(?), sofás(?), tapetes(?), duche(?) ou o que a imaginação (que penso não seja muita) fizer o favor de lhes lembrar - ou será tudo isso ao mesmo tempo? -, Paula Nunes.

Está lá tudo: o retrato do país a nível das instâncias intermédias do Estado expresso na ausência de educação, nos tiques de um novo-riquismo pacóvio, no nepotismo, no pequeno tráfico de influências, no modo como se usa o poder para a obtenção de favores sexuais (olha-se para o autarca Isaltino e não se imagina o pudesse conseguir de outro modo!...), na ausência de qualquer política de recursos humanos digna desse nome, de noção de serviço público, nos esquemas que conhecemos dos filmes sobre Máfia (a história dos jantares nas “suites” dos hóteis parece copiada de “Once Upon A Time In America”), na exposição despudorada das vidas privadas para a obtenção de pequenas/grandes vinganças, no sentimento de impunidade que a tudo isto preside. Tudo demasiado “low cost”, demasiado repulsivo, demasiado rasca.

No fim, depois de esgotarmos o riso, o escárnio, o nojo, resta-nos uma sensação incómoda de secura, como se nos tivesse passado a “bebedeira”: é que foram os portugueses - nossos concidadãos, aqueles que nos fóruns de opinião vociferam contra a corrupção, “os ricos e poderosos”, “os políticos que são todos uns malandros” - que mesmo já sabendo, não “a missa a metade” mas a missa quase toda, tornaram a eleger esta gente, ou algo de parecido ao que normalmente apelidamos de pessoas.

Resta um arrepio...

1 comentário:

Anónimo disse...

"A VERDADE ACIMA DE TUDO"

Em Portugal nunca se fará justiça quando figuras de relevo estejam a ser acusadas de qualquer crime porque por cá «A LEGALIDADE PREVALECE SOBRE A VERDADE».

Ninguém pode acusar quem quer que seja de um crime se não tiver provas (até aqui tudo bem!). Mas AS PROVAS DE NADA VALEM SE NÃO TIVEREM SIDO OBTIDAS COM ORDEM PRÉVIA DE UM JUIZ sob pena de não serem válidas e nesse caso o repórter, o investigador ou até a vítima poderão ser acusados de difamação. Assim: podem existir fotos, gravações de vídeo, filmagens, escutas telefónicas, tudo o que se possa imaginar, mas de nada valerem simplesmente porque são consideradas ILEGAIS. MAS A VERDADE NÃO DEIXA DE SER VERDADE SÓ PORQUE AS PROVAS FORAM OBTIDAS SEM A PRÉVIA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL (agora tudo mal!).

Eis porque até agora nunca houve condenações de altas figuras nem nunca haverá (da política ou não). Depois aparecem acusações anónimas e quem desafie, por maldade ou ignorância, os seus autores a "darem a cara", o que raramente acontece porque NÃO PODEM E QUEM TEM A CORAGEM DE O FAZER ACABA COMO RÉU EM TRIBUNAL. E ASSIM AS BOCAS SE VÃO CALANDO...

Zé da Burra o Alentejano