Nada que cause espanto, o facto dos colégios ligados ao "Opus Dei" ocuparem sistematicamente alguns dos primeiros lugares do ranking escolar. O objectivo fundamental destes é a reprodução da ideologia e dos quadros da organização, normalmente pertencentes a uma elite intelectual e económica que assim se tenta perpetuar, daí que maioritariamente os seus alunos sejam os filhos dessa mesma elite e tendam a recrutar também os melhores professores, enquadrando-os na metodologia de ensino que serve os mesmos princípios que também já estão presentes no meio familiar. É essa lógica, esse sistema onde não há lugar a disfuncionalidades - de um certo totalitarismo, digamos -, que gera os resultados anunciados. Daí a separação de sexos, que, contrariamente ao anunciado, não tem nada a ver com quaisquer questões pedagógicas strictu senso, mas, isso sim, se limita a reproduzir, também ela, alguns dos valores próprios da organização, integrando-se na lógica acima apresentada.
Funciona? Parece que sim, mas dentro das premissas indicadas, tudo dependendo do que se entende por educação e de quais os seus objectivos, já que esta não é politica nem socialmente neutra. Mas sejamos claros: quando a esquerda e a República colocaram a educação como prioridade fizeram-no apenas com objectivos filantrópicos e altruístas ou também tendo como objectivo a reprodução dos seus quadros e o crescimento da sua base eleitoral, ou seja, a sua perpetuação no poder?
Funciona? Parece que sim, mas dentro das premissas indicadas, tudo dependendo do que se entende por educação e de quais os seus objectivos, já que esta não é politica nem socialmente neutra. Mas sejamos claros: quando a esquerda e a República colocaram a educação como prioridade fizeram-no apenas com objectivos filantrópicos e altruístas ou também tendo como objectivo a reprodução dos seus quadros e o crescimento da sua base eleitoral, ou seja, a sua perpetuação no poder?
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