Gostei de ouvir ontem Mário Soares, na SIC Notícias, afirmar a Mário Crespo que tinha com o dinheiro uma relação puritana, algo que só é possível acontecer a quem já nasceu com o suficiente para nisso sequer não pensar. É uma afirmação que remete para uma relação aristocrática com a vida e com a política, esta vista como actividade lúdica mas também como um “dever de classe”, nunca como um “trabalho” ou “profissão” – muito menos um sacrifício – categorias destinadas a quem, fora do círculo restrito dos “cavalheiros”, tem necessidade de ganhar a vida, o que os afasta, à partida, de qualquer desígnio de grandeza. Foi como se, de repente, tivessem passado por mim homens como Churchill, De Gaulle, Franklin D. Roosevelt, John Kennedy ou, em Portugal, Sá Carneiro e o próprio Mário Soares (para não falar do próprio Álvaro Cunhal, com a especificidade da sua vinculação ideológica). Por alguma razão, concordâncias e discordâncias à parte, deles se fez a História.
Pois, chamem-me o que quiserem...mas gostei de ouvir...
Pois, chamem-me o que quiserem...mas gostei de ouvir...
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