"I Like Love" (Sun #284)
Eu sou o Gato Maltês, um toque de Espanha e algo de francês. Nascido em Portugal e adoptado inglês.
terça-feira, setembro 30, 2014
segunda-feira, setembro 29, 2014
Billboard #1s by British Artists - 1962/70 (27)
The Beatles - "Paperback Writer" (25 de Junho de 1966)
O caso Tecnoforma: "back to the basics"
Pedro Passos Coelho foi acusado, por denúncia anónima, de ter recebido um total de 150 000 euros da Tecnoforma ou da ONG a ela associada enquanto exercia o seu mandato de deputado em regime de exclusividade, e de não os ter incluído na sua declaração de IRS, o que, a provar-se, levaria obrigatoriamente à sua demissão. Tal não foi provado e, perante os factos apurados, nenhum tribunal o condenaria, não competindo ao actual primeiro-ministro ou a qualquer outro cidadão eventualmente acusado em tais circunstâncias declarar o valor recebido e, muito menos, permitir o levantamento do sigilo bancário sobre as suas contas. Neste aspecto, ponto final, portanto, embora, em minha opinião, se tivesse ido até longe de mais em virtude das incompreensíveis hesitações de Passos Coelho e da sua inépcia política.
Claro que resta a questão, não despicienda, da actividade da Tecnoforma e de Passos Coelho enquanto seu dirigente, das suas ligações políticas, do modo como esta "empresa" e tantas outras funcionavam recorrendo a "facilitadores" como Coelho e Relvas, da falta de ética que a actuação destes consubstanciava e por aí fora. Mas isso "são outros quinhentos", nada que já se não soubesse e, por esse motivo, Relvas já foi penalizado politicamente e tudo leva a crer Passos Coelho sê-lo-à em futuras eleições. É assim que as coisas devem funcionar num Estado de Direito.
3 notas sobre a noite eleitoral
- Péssima cobertura da noite eleitoral pelas televisões. Tivemos de tudo: "pivots" sem preparação política e que se limitavam a repetir e a questionar os comentadores na base da "vulgata" mais rasteira da política interna; repórteres perdidos nas directas - quando nada as justificava - fazendo perguntas sem nexo a apoiantes de ambas as candidaturas e ao "povo socialista" em geral; comentadores, na sua maioria, medíocres (ou menos que isso), como Inês Serras Lopes, João Marcelino, Paulo Baldaia e mais um ou outro cujo nome não recordo (salvaram-se dois ou três); e, na SIC Notícias, dois sonolentos representantes das candidaturas (Vera Jardim e João Soares) que nada adiantavam à compreensão do que estava em causa. Um desastre.
- Continuo a "pasmar" (é o termo) quando oiço, nessas mesmas televisões, que nada de fundamental distingue as candidaturas de Seguro e Costa. É mentira: pese embora a sua enorme importância, e ao contrário do que nos têm vindo a fazer crer, a política não se resume - e ainda bem - às propostas concretas sobre o "déficit", a dívida, os cortes nas pensões e nos salários. Portanto, existe uma diferença radical e de fundo entre quem se apresenta a sufrágio com uma proposta essencialmente populista e quem mergulha as suas raízes na tradição ideológica das grandes famílias políticas europeias da segunda metade do século XX. Quem não entende isto ou não percebe nada de política e história das ideias ou está de má fé.
- Também ouvi críticas ao facto de António Costa não ter mencionado Seguro no seu discurso de vitória. Discordo dessas críticas, demasiado ancoradas no que a política tem de pior. Seguro baseou a sua campanha num conjunto de ataques pessoais a Costa e a alguns dos seus apoiantes, culminando com acusações de "traição" e de promiscuidade entre política e negócios na candidatura deste último. Correcta ou incorrectamente, com razão para tal ou sem ela (não vem agora ao caso), Costa consegue transmitir uma imagem de "confiança" (é esse o seu principal trunfo) e de, ao contrário de Seguro, Passos ou José Sócrates, estar nos antípodas de ser um político "fabricado". Nestas condições, enveredar por uma saudação ao seu adversário poderia ser interpretado como um gesto de hipocrisia (tão comum na política) ou de falsidade que dificilmente colaria à imagem que, bem ou mal, conseguiu construir.
domingo, setembro 28, 2014
sábado, setembro 27, 2014
quinta-feira, setembro 25, 2014
A inabilidade política de Pedro Passos Coelho
Posto perante a investigação do "Público" e da "Sábado" no já conhecido como "caso Tecnoforma", Pedro Passos Coelho, e independentemente de responsabilidades que virão ou não a provar-se, cometeu até agora um único e enorme erro no modo como conduziu a sua actuação: ter dito que não se lembrava se tinha ou não recebido dinheiro da sua actividade como consultor da Tecnoforma durante o período em que foi deputado em regime de exclusividade, o que lança de imediato e legitimamente a dúvida, ou até mesmo enorme perplexidade, sobre a veracidade das suas afirmações e a sua honestidade enquanto político. Perante uma investigação jornalística que nasce de uma denúncia anónima (tal como o "caso Freeport", recorde-se) e de alegações não provadas (até agora não foi mostrada qualquer evidência do actual primeiro-ministro ter recebido retribuição pelo seu trabalho), Passos Coelho teria todo o direito a não fazer quaisquer comentários ou a não prestar quaisquer tipo de declarações fora dos orgãos da República competentes para o efeito: em princípio, DCIAP, para questões de natureza criminal, e Assembleia da República, à qual responde politicamente. Bastar-lhe-ia ter alegado tal coisa e invocado a inadmissibilidade da inversão do ónus da prova para que o assunto corresse os chamados "trâmites normais", o caso sofresse alguma diluição na sua actualidade e os estragos causados à sua imagem fossem deste modo contidos. Assim, do como como actuou, o que Pedro Passos Coelho demonstrou, para já e independentemente de eventuais consequências futuras, foi uma enorme inabilidade política, o que, convenhamos, não constitui infelizmente qualquer novidade.
Duas notas, entretanto:
- Talvez este caso ajude a ministra da Justiça finalmente a compreender a monstruosidade que constitui a inversão do ónus da prova contida na sua proposta para a criminilização do enriquecimento ilícito. Esperança vã? Acho que sim.
- Não sou jurista, mas faz todo o sentido, à luz dos Direitos, Liberdades e Garantias, que qualquer denúncia de um alegado crime sobre o qual já decorreram os prazos legais de prescrição seja de imediato arquivada, sem que se proceda a qualquer tipo de investigação. Já do ponto de vista político, a questão será bem outra.
quarta-feira, setembro 24, 2014
Billboard #1s by British Artists - 1962/70 (26)
The Rolling Stones - "Paint It Black" (11 de Junho de 1966)
Fernando Santos
Estive a ver a conferência de imprensa de Fernando Santos, novo seleccionador nacional. E, embora estando de fora, não tendo vislumbrado razões suficientes para a demissão de Paulo Bento, há pelo menos uma coisa que vai mudar com Fernando Santos: deixámos de ter um seleccionador que transporta consigo um permanente ar crispado, uma enorme nuvem negra sobre a cabeça e uma atitude defensiva de quem parece ter tudo a temer do mundo.
Não sei de que modo o perfil comunicacional de Fernando Santos, mais coloquial e descontraído, pode influenciar as exibições e os resultados conseguidos pela selecção portuguesa, mas, não tendo quaisquer dúvidas de que, do ponto de vista curricular, se trata do "homem certo no lugar certo", acho que o ambiente de distensão criado pelo seu discurso é pelo menos muito bem vindo num país que bem disso precisa.
Pedro Passos Coelho: à política o que é da política
Espero bem o primeiro-ministro não tenha cometido qualquer irregularidade ou não se depreenda qualquer falsidade das suas declarações prestadas à Assembleia da República ou ao fisco, o que, a não ser verdade e no caso vertente, deveria levar de imediato à sua demissão. A última coisa de que o país e o regime precisam, neste momento, é da demissão de um governo por motivos não políticos e, principalmente, por via de ilegalidades de natureza fiscal e/ou regulamentares cometidas no exercício de funções de deputado ou governante. E, claro, tendo dito disto, e para que não se depreenda das minhas palavras qualquer desejo de encobrimento, parece-me também indispensável que nenhuma dúvida reste sobre o que se terá passado e toda a verdade seja apurada por quem de direito e possui poderes legais para tal, para o bem ou para o mal. Quem assim o não entende, quem não percebe que o escândalo (a confirmar-se) ou a dúvida (a permanecer) atingiriam não só Pedro Passos Coelho como a democracia, o regime e toda a impropriamente chamada "classe política", é politicamente cego ou aspirante a que se instale um caos que só pode aproveitar aos adversários da democracia e do regime. À política o que é da política.
segunda-feira, setembro 22, 2014
"Jersey Boys"
Frankie Valli & The Four Seasons - "Let's Hang On"
Claro que, não sendo dos melhores filmes do realizador, vale a pena ver o "biopic" sobre Frankie Valli e os Four Seasons realizado por Clint Eastwood. Para lhes aguçar o apetite, fica aqui o meu tema favorito do grupo, escrito por uma parceria que incluí Bob Crewe, produtor do grupo que morreu recentemente.
Já agora e para quem não sabe, Bob Gaudio, membro dos Four Seasons e autor dos maiores êxitos do grupo e de Frankie Valli na sua carreira a solo, escreveu também aquele que foi o maior sucesso dos Walker Brothers, "The Sun Ain't Gonna Shine Anymore", gravado originalmente por Frankie Valli. Ficam aqui o original e o "cover" dos Walker Brothers.
The Walker Brothers - "The Sun Ain't Gonna Shine Anymore" (Bob Gaudio - Bob Crewe)
A versão de Frankie Valli
domingo, setembro 21, 2014
Matiné de Domingo (78)
"Marty", de Delbert Mann (1955)
Filme completo c/ legendas em português
Nota: Oscar para o melhor filme em 1956 e Palma de Ouro do Festival de Cannes em 1955
sexta-feira, setembro 19, 2014
Jorge Jesus e as suas limitações
Jorge Jesus sofreu esta semana dupla humilhação. Pese embora a desproporção de recursos entre SLB e Zenit, sofreu mais uma derrota em casa frente a André Villas-Boas e, pior ainda, e apesar das circunstâncias do jogo, ao estilo copycat das anteriores. E para compor o ramalhete, teve ainda de ouvir José Mourinho tocar-lhe no ponto mais fraco, onde mais lhe dói, isto é, nas suas insuficiências gramaticais e discursivas. Como não acredito Jorge Jesus consiga superar, nesta altura da sua vida e da sua carreira, estas suas duas limitações, digamos que elas explicam porque, embora competente, nunca poderá vir a ser um grande treinador e terá atingido no SLB o limite a que pode aspirar. Já quanto a quem dirige o o meu clube, seria bom concluísse tem aqui um problema.
quinta-feira, setembro 18, 2014
SLB e o tributo à equipa
Sim, estava lá, aplaudi e reconheço ter sido comovente - e merecido - o tributo prestado por todos nós à equipa no final do jogo com o Zenit. Mas não nos deixemos enganar, nem empolemos a importância do que aconteceu: são as vitórias, e não as derrotas, mesmo que sofridas por um conjunto de erros circunstanciais e "deixando a pele em campo", que ajudam a ganhar a confiança e o espírito necessários para a conquista de títulos e sucessos desportivos. E é de títulos e sucessos desportivos, legitimamente alcançados, e não de derrotas honrosas, que se constroem a grandeza, o presente e o futuro de um clube com a dimensão do SLB. Por isso mesmo, apesar do que se passou naqueles minutos finais do jogo com o Zenit ter sido de facto bonito, preferia alguns jogadores e o seu treinador não tivessem cometido erros infantis e a equipa tivesse ganho o jogo. Mesmo que com sorte e talvez até de modo injusto.
Uma nota sobre a Escócia e o jornalismo português
Não sou especial entusiasta da independência escocesa, embora conheça bem o país e mais do que simpatize com a sua paisagem, história e cultura. Também com a possibilidade de cada nação escolher democraticamente o seu destino, o que sempre constitui uma evolução face ao método guerreiro tradicional. Mas tendo dito isto, isto é, tendo demarcado o meu território, estou demasiado farto de ver a questão da possível independência da Escócia ser reduzida a meras questões económicas (percentagem do PIB escocês no total do PIB britânico, reservas de petróleo, exportações, impacto no sistema financeiro, etc) e jurídicas (relacionadas com a inserção do eventual futuro país na União Europeia). Não desdenhando da sua relevância, será que questões tão importantes como as de índole política, histórica, línguística e cultural (de identidade nacional, no fundo), também de poder, não contam ou são, pura e simplesmente, de importância secundária? Talvez não fosse má ideia os senhores jornalistas revisitarem a História e verificarem quantas vezes elas foram decisivas na secessão e união de tantas nações e países. A iliteracia histórica desta gente chega a ser assustadora.
Seguro, Costa e a redução do número de deputados
Aos que, normalmente situados na área dos defensores do actual governo, costumam afirmar não existir uma clara diferenciação entre as propostas políticas dos dois candidatos do PS a primeiro-ministro, António José Seguro e o seu desenfreado populismo acabam de oferecer, em bandeja de prata, um desmentido. É que, se mais não houvesse, bastaria a proposta de Seguro para uma redução no número de deputados para estabelecer uma fronteira ideológica clara entre ambos os candidatos. Pena que António Costa não se tenha também demarcado da bizarra ideia dos círculos uninominais, mesmo que "temperada" por uma outra qualquer metodologia que permita uma representação proporcional adequada.
Para além de questões políticas e ideológicas de fundo que a proposta de Seguro contém, acresce que mesmo não sendo possíveis ou desejáveis coligações ou acordos de incidência governativa "à esquerda" (e não o são), compromissos sobre matérias específicas são sempre possíveis e, nesse sentido, uma declaração de guerra a PCP e BE, empurrando estes partidos para fora do sistema, é tudo o que o país não precisa.
quarta-feira, setembro 17, 2014
SLB - Zenit
O SLB pagou ontem bem caro o não ter conseguido em tempo útil, por má gestão e/ou normais e naturais dificuldades financeiras, substituir a nível idêntico alguns dos seus melhores jogadores da época passada: Jardel está a anos-luz de Garay, Eliseu não é Siqueira e muito menos Talisca, que ainda tem que comer muita "massa com feijão", é Rodrigo. Claro que os actuais, mais Jonas, Sulejmani, Sílvio e, de futuro, Amorim e Fejsa, serão suficientes a nível interno (excepto talvez contra o FCP), ou até mesmo para alguns jogos menos exigentes da Champions League ou da Liga Europa, se o SLB se apurar para a fase a eliminar desta última competição, mas a nível da 1ª divisão europeia, contra uma equipa recheada de excelentes jogadores, bem dirigida e sabendo "de cor e salteado" como deveria jogar, como se viu ontem, a "coisa" fia mais fino e o SLB caiu fruto de dois "erros não forçados" dos seus elos mais fracos. Acresce que, como comprovam os relativamente fracos resultados do SLB de Jorge Jesus na Champions League, o seu modelo de jogo, adequado a 95% dos jogos que a equipa tem de disputar durante a época, tem limitações óbvias quando a equipa joga contra adversários deste nível. No fundo é isto e nada disto é novo.
terça-feira, setembro 16, 2014
A cada eleitor o "seu" deputado?
"Garantir a cada eleitor a escolha do seu deputado", é um logro, é coisa que não existe nas democracias liberais e representativas. Mesmo nos casos de círculos uninominais, e já não falando de todas as distorções de representatividade a que eles dão origem, o deputado eleito por cada círculo não representa apenas cada um dos eleitores, individualmente considerado, ou o conjunto de cidadãos que nele votaram, mas a circunscrição que o elegeu, com todos os seus interesses convergentes ou contraditórios, e, em última análise, o país e todos os seus cidadãos, eleitores ou não. Pretender que cada eleitor escolha o seu deputado, estabelecendo assim uma ligação directa entre cada eleitor e o seu eleito, arrisca-se, além do mais, despartidarizar a representação política, transformando a Assembleia da República numa amálgama de deputados independentes ou num conjunto de deputados "limianos" com todos os perigos para a democracia e estabilidade política que daí advêm. Que seja o secretário-geral de um partido histórico e fundador da democracia portuguesa, como é o PS, a vir propor tal coisa é apenas mais um sinal da degradação a que chegou o partido e, por extensão, a vida política portuguesa. Digamos que é uma proposta mais próxima de um qualquer participante em um qualquer "Plano Inclinado" ou "Olhos nos Olhos" do que de um dirigente de um partido responsável.
segunda-feira, setembro 15, 2014
Homenagem a Gerry Goffin (1939 - 2014) - My favourite Goffin & King songs (12)
Dusty Springfield - "Going Back" (1966)
domingo, setembro 14, 2014
sexta-feira, setembro 12, 2014
Talisca e a "formação"
Talisca tem 20 anos; fará 21 em Fevereiro do próximo ano. Virá ou não a ser um grande jogador, veremos. Talvez até nunca venha a passar de um jogador mediano, esperemos que não. Mas a pergunta que para já deixo é a seguinte: quantos dos tão apregoados jogadores da formação do SLB, das "pérolas do Seixal", como gostam de lhes chamar, de modo sensacionalista, jornalistas e comentadores, chegariam à equipa principal e, num jogo de campeonato, mais a mais jogado "fora", fariam um "hat-trick"? Pois é...
A confiança política na Ministra da Justiça
A confiança política na Ministra da Justiça não deveria ser equacionada, apenas e fundamentalmente, por causa de um programa informático que não funciona ou funciona de forma deficiente: estamos aqui perante uma questão puramente técnica e operacional, sem dúvida importante, penalizadora da eficácia de funcionamento do Ministério da Justiça, mas que não ultrapassa esse âmbito. Acresce que, por populismo, a actuação do PS (essa sim, política) no caso do novo mapa judiciário, furtando-se a negociações e prometendo repor tudo como estava se e quando chegasse ao governo, talvez seja ainda mais susceptível de crítica política do que o "crash" de um programa informático que, sem dúvida, afecta de modo grave a operacionalidade do sistema de Justiça mas a tal se circunscreve.
Questão onde a confiança política de Paula Teixeira da Cruz deveria e teria de estar em causa, essa seria a inenarrável e atentatória dos princípios mais básicos de Estado de Direito ideia de divulgar publicamente as listas de pedófilos "lá do bairro", proposta que se segue a uma outra (a do "enriquecimento ilícito") que pretendia inverter o ónus da prova. Aqui sim, estamos perante algo que deveria pôr de imediato em causa a confiança política numa Ministra da Justiça de um governo democrático de um Estado de Direito e que, em minha opinião, seria impeditivo da sua continuidade no cargo. Mas parece que neste país as prioridades e a hierarquia de valores também andam invertidas.
Apenas uma nota sobre a demissão de Paulo Bento
Embora eu não me considere um entusiasta da selecção e do futebol de selecções, em termos gerais, quem acompanha o que vou escrevendo neste "blog" sabe o que penso sobre a selecção e também sobre Paulo Bento. Portanto, a única coisa que me limito a acrescentar na hora da demissão do seleccionador é que me parece tratar-se de uma cedência em toda a linha, e por parte de uma direcção da FPF demasiado fraca, à direcção do FCP, à facção mais radical da "rua" sportinguista e ao que resta na comunicação social dos defensores de Carlos Queiroz; aos seus porta-vozes e ao conjunto idiotas úteis que se limita a repetir, de modo acéfalo, a moda do momento e prepararam assim o caminho para o actual desenlace.
Posta de parte, ao que parece e pelas razões conhecidas, a hipótese Fernando Santos (um sucessor natural), só espero não se regrida aos tempos do seleccionador nomeado pela Olivedesportos e aos beijos na bandeira após cada golo.
quinta-feira, setembro 11, 2014
Billboard #1s by British Artists - 1962/70 (24)
The Beatles - "We Can Work It Out" (8 de Janeiro de 1966)
Costa, Seguro e os debates
Talvez o problema principal dos debates Seguro/Costa tenha sido a sua má condução. Esclareço. Hoje em dia, o jornalismo vive do "soundbite", do sensacionalismo, de frases que dão grandes títulos e são de fácil e imediata percepção e isso é incompatível com o aprofundamento das questões, com qualquer raciocínio ou proposta mais elaborada. Ora foi nesse sentido que os debates foram conduzidos por Judite e Clara Sousa, mais, muito mais, no sentido de um "talk show" do que no de um debate político na verdadeira acepção do termo. É isto que explica, por exemplo, o sucesso de políticos/comentadores como Marcelo Rebelo de Sousa ou Luís Marques Mendes e a dificuldade de popularidade televisiva de quem, como Pacheco Pereira, por exemplo, lhes está nos antípodas. Ora este "formato" favorece claramente António José Seguro - daí o desconforto e hesitações de António Costa sobre os debates -, o seu populismo e as suas propostas "pronto a consumir, basta juntar-lhe água", mesmo que prometer não aumentar a "carga fiscal" (que não é o mesmo do que não aumentar os impostos, note-se) à distância de um ano, demitir-se se tiver de o fazer e referendar coligações caso não alcance uma maioria absoluta (mesmo que com maioria absoluta um governo PS vai ter sempre de negociar entendimentos) sejam dos maiores disparates que politicamente já me foi dado ouvir.
Mas António Costa parece ter dificuldade em entender que não está na "Quadratura do Círculo", entre os seus "pares" (mesmo quando discordam, o "way of thinking" de Costa, Lobo Xavier e Pacheco Pereira é muito semelhante), num debate académico entre intelectuais que se estimam e que pretendem esclarecer a "causa das coisas". O debate político eleitoral é um duelo e António Costa, mais inteligente do que Seguro mas infinitamente menos "esperto", sente-se desconfortável num ambiente que não é o seu, transmitindo a ideia de estar mal preparado, estar ali a contra-gosto e de vestir um fato que não está à sua medida ou não quadra com o "seu gosto". Por outro lado, por com elas concordar, falta de coragem política ou recear a perda de votos (todas elas más razões, note-se), Costa tem-se mostrado incapaz de desmontar algumas das propostas mais populistas e controversas de Seguro (excepção feita, que me lembre, à questão da "carga fiscal"), como, por exemplo, os "círculos uninominais", a diminuição do número de deputados (e nesta área Costa não está condicionado pelo Tratado Orçamental ou pelo "Memorando de Entendimento") e a afirmação irresponsável de Seguro sobre a reabertura dos tribunais encerrados pelo actual governo. Ora este será (ou deveria ser, em minha opinião) um dos campos que melhor demarca as duas candidaturas.
Mas enfim... Contrariamente ao que jornalistas e comentadores gostam de afirmar, penso que a eleição se irá decidir mais pelo "perfil" dos candidatos, por aquilo que cada um representa ("stands for"), do que pelas propostas concretas - para além de questões internas inerentes ao funcionamento do partido, acrescente-se. Além disso, quer-me também parecer (e isto de "parecenças" vale o que vale) que o número de indecisos será diminuto, pelo que a influência dos debates na votação também o será. Aguardemos.
quarta-feira, setembro 10, 2014
terça-feira, setembro 09, 2014
O "Gato Maltês", Seguro e Costa
Não existem diferenças significativas entre as propostas políticas de António José Seguro e António Costa para o país? Digamos que não, pelo menos de modo significativo, mas também é verdade que na actual situação da Europa e do país dificilmente elas poderiam existir sem o seu proponente cair na utopia, no irrealismo ou numa atitude voluntarista e aventureira. Mas se quisermos ir um pouco mais fundo, fácil é concluir que as diferenças entre o modo de olhar o mundo, a crise e a política, também entre o "posicionamento" de cada candidato - aquilo que cada um representa ("stands for") - essas já são profundas e marcam territórios. Digamos que para além de António Costa assumir a herança do Partido Socialista histórico, com tudo o que esse legado representa na vida da democracia portuguesa, o actual presidente da CML consegue, até pelo peso dessa representação histórica e dos seus valores familiares, mas também pelos cargos políticos que ocupa e ocupou e por uma imagem de cosmopolitismo e de homem de cultura que gosta de apresentar, projectar uma imagem de "espessura" e "confiança" que está nos antípodas do modo como o eleitorado vê Seguro e do provincianismo e populismo dos quais este se fez porta-voz.
Não sou militante, nem sequer me inscrevi como simpatizante (que não sou, até porque nunca votarei num PS dirigido por Seguro) do Partido Socialista, embora, no geral, me reveja em muitos dos valores da social-democracia e do liberalismo-social europeus. Reconheço-me em algumas das propostas e valores que António Costa apresenta e representa e discordo de outras. Critico as suas demasiadas omissões. Mas não posso deixar de considerar que no actual "estado da arte" a última coisa que o país, a democracia e o regime que defendo precisam é de um PS frágil, errático, populista e incapaz de gerar confiança entre os portugueses. Pois é, ele há momentos na vida em que é preciso tomar partido de forma clara, mesmo mantendo o distanciamento necessário e a independência possível. Tentarei.
segunda-feira, setembro 08, 2014
Billboard #1s by British Artists - 1962/70 (23)
The Dave Clark Five - "Over And Over" (25 de Dezembro de 1965)
A selecção portuguesa em 10 pontos 10
- Será que já alguém perdeu uns minutos a pensar que, exceptuando Pepe, Coentrão e Moutinho, talvez também, apenas em certa medida, Nani, nenhum dos jogadores portugueses que actuaram ontem era melhor do que a maioria dos albaneses?
- Será que já alguém perdeu tempo a pensar que o trio de avançados da selecção portuguesa era composto por um "has been" (mesmo assim, o melhor deles), um "ponta de lança" que mostra desconhecer quaisquer princípios do jogo, sem escola, e um jogador abaixo da mediania que nunca passou de clubes da 3ª divisão europeia como o PAOK e o Wolfsburg?
- Será que os jornalistas e comentadores que fizeram coro pela "renovação da selecção" alguma vez perderam tempo a pensar que, no cenário actual, não pode haver renovação sem uma acentuada perda de qualidade? Ou, o que é fácil, limitam-se a repetir o que diz a "rua" futebolística?
- Será que ainda é preciso perder tempo a pensar porque razão André Gomes e Ivan Cavaleiro não se conseguiram afirmar na equipa principal do SLB, ou é melhor fazer um desenho?
- Será que já alguém perdeu uns minutos a pensar porque razão, apesar de Jorge Mendes e de doses maciças de promoção, o SCP não conseguiu transferir um jogador (William Carvalho) que actua a "dez à hora", joga num espaço muito reduzido, faz 99% dos passes para o lado ou para trás e não não consegue uma única jogada de desequilíbrio?
- Será que a chamada "comunicação social" já pensou bem na sua responsabilidade no actual estado de coisas ao prover a "craques" jogadores que não ultrapassam a mediania, gerando assim expectativas irrealistas?
- Será que uma parte dessa mesma "comunicação social" já pensou bem nas responsabilidades que assume ao preferir discutir os "escândalos", ser porta-voz de interesses pessoais (próprios ou de terceiros) e dos clubes, optar pelo sensacionalismo, "fulanizar" as questões e assim sucessivamente em vez de analisar com rigor o jogo, a regulamentação desportiva, a organização do espectáculo, o negócio e a sua envolvente e por aí fora? Como é possível, ao fazer ontem "zapping", ter ouvido, na TVI24, um qualquer comentador, aos gritos e com ar zangadíssimo, afirmar que jogadores como Danilo (CSM) e André André (VSC) deviam ser convocados para a selecção?
- Será que comentadores como Freitas Lobo e treinadores pelos quais até tenho alguma consideração, como Vítor Pereira, que oiço por aí a pugnarem pelo regresso ao "futebol de rua", já pensaram que dos grandes jogadores portugueses dos últimos tempos, como Figo, Rui Costa e Cristiano Ronaldo, nenhum deles veio do "futebol de rua" mas sim de uma formação organizada e competente? Querem um regresso ao tal "futebol de rua"? Olhem para as deficiências técnicas e de compreensão de jogo de Eder e Bebé.
- Já alguém pensou que as renovações das grandes selecções nacionais, que não podem contratar jogadores, como aconteceu com as selecções de Portugal de 66, 84 e, agora, 04/06 são quase sempre problemáticas e não se fazem, normalmente, sem acentuada perda de qualidade?
- Já agora, também já pensaram que a selecção portuguesa de Eusébio, Coluna, José Águas Costa Pereira e Hilário perdeu, em 1961, meses depois do SLB se sagrar campeão europeu, 4-2 no Luxemburgo a a selecção de Scolari não foi além de um empate a duas bolas no Liechtenstein na fase de qualificação para o Mundial de 2006, no qual Portugal alcançaria o 4º lugar. Pois, estas coisas até acontecem por vezes aos melhores...
Em jeito de epílogo: como ontem ouvi ao ex-internacional e capitão quase-honorário do SCP, Manuel Fernandes, que até não reputo de grande analista destas coisas da bola mas que desta vez foi certeiro, "para jogar na selecção é preciso ter classe e a maioria destes jogadores não a tem". O resto, acrescento eu, jogue André Gomes ou Adrien Silva (esta é a minha grande divergência com Paulo Bento em termos de nomes, já que prefiro a intensidade do jogador do SCP) são, como diria o treinador do meu "Glorioso", apenas "piners".
domingo, setembro 07, 2014
"Face Oculta": a Justiça funcionou?
Uma nota que considero indispensável no momento que corre:
A Justiça tanto funciona quando é possível deduzir acusação, prová-la em tribunal e aplicar a pena correspondente, considerando circunstâncias atenuantes e agravantes, como quando, apesar das convicções de cada um, mesmo de quem está encarregue da investigação, não é possível deduzir acusação ou produzir prova válida e suficiente em tribunal, levando à absolvição do(s) arguido(s). Mais ainda, a Justiça tanto funciona quando um tribunal superior confirma a decisão de condenação produzida por um tribunal de primeira instância, como quando a anula; tanto quando agrava uma pena, como quando a aligeira. E assim sucessivamente.
Não sendo jurista (por isso desculpem desde já qualquer imprecisão na linguagem utilizada), senti-me na necessidade de fazer estas afirmações quando vejo escrito ou dito, por gente que me habituei a julgar responsável, que no processo "Face Oculta", e face à severidade das penas aplicadas, a Justiça finalmente funcionou. A única coisa que posso responsavelmente dizer (eu e qualquer outra pessoa, jurista ou não, que não conheça nem tenha estudado o processo) é que espero no final, e após trânsito em julgado da sentença, se possa concluir estivemos perante uma investigação rigorosa, um julgamento justo, sentenças que não oferecem dúvidas e penas aplicadas correspondentes e proporcionais à gravidade dos crimes provados. Espero que tal aconteça e, nesse caso, poderemos então dizer a Justiça terá realmente funcionado.
Nota final (para que não restem dúvidas): personagens como Armando Vara e Manuel Godinho são-me profundamente antipáticas e sinto a maior repugnância pelos métodos de actuação agora provados em 1ª instância.
Nota final (para que não restem dúvidas): personagens como Armando Vara e Manuel Godinho são-me profundamente antipáticas e sinto a maior repugnância pelos métodos de actuação agora provados em 1ª instância.
sexta-feira, setembro 05, 2014
quinta-feira, setembro 04, 2014
Homenagem a Gerry Goffin (1939 - 2014) - My favourite Goffin & King songs (11)
The Ronettes - "Is This What I Get For Loving You" (1965)
(Goffin - King - Phil Spector)
A versão de Marianne Faithfull (1967)
Produção de Andrew Loog Oldham
Etiquetas:
Andrew Loog Oldham,
brill building,
Gerry Goffin,
Goffin-King,
Marianne Faithfull,
música popular,
Phil Spector,
rock n' roll,
The Ronettes
quarta-feira, setembro 03, 2014
4ªs feiras, 18.15h (89) - Comédia Italiana (II)
"I Nuovi Mostri", de Mario Monicelli, Dino Risi e Ettore Scola (1977)
Filme completo c/ legendas em francês
Mercado e bilhetes de época
Têm toda a razão os adeptos do AS Monaco. Os bilhetes de época só deveriam ser postos à venda depois do mercado fechado e definido o plantel de cada clube, o que é manifestamente impossível nas condições actuais (renovei o meu "Red Pass" no início de Julho). Isso permitiria a cada clube ajustar o preço do bilhete às expectativas dos adeptos e a estes (ou pelo menos a alguns deles) permitiria também uma decisão de compra mais racional. Actualmente, é quase como se comprássemos um bilhete sem saber muito bem quais os artistas e qual o espectáculo a que teremos direito.
A lista
Com a notável (até pela sua justeza) excepção de Augusto Santos Silva, ontem, no seu espaço de comentário na TVI24, não vi nem ouvi até agora qualquer comentário, crítico ou não, vindo da oposição, sobre a inenarrável proposta do governo, gravemente atentatória dos Direitos, Liberdades e Garantias, promotora da formação de autênticas milícias populares de vigilância de bairro, que autoriza a consulta pública de uma lista contendo os nomes e outros elementos de cidadãos condenados por crimes de pedofilia. Digamos que só falta obrigar esses cidadãos, que cumpriram as penas a que foram condenados pela sociedade depois de terem sido julgados pelos tribunais competentes, a usarem um qualquer sucedâneo de uma estrela de David ou então a verem assinalos, de modo bem visível, os locais de residência ou onde exerçam a sua profissão. Se a pedofilia é um crime abjecto (sem dúvida que o é), esta proposta, porque vinda de um Estado que se diz democrático e representa a sociedade organizada, é-o ainda mais. Mas, claro, percebo, embora não aceite, o silêncio de PS (incluído Costa), PCP e BE, sempre tão críticos - e muitas vezes com razão - das opções do governo: a proposta é popular (direi melhor, populista), vai ao encontro da "vox populi" e exprimir uma opinião negativa arrisca-se a ser penalizadora em termos de intenções de voto. "Que se lixe", pois, a democracia.
Nota: já agora, gostaria de saber quantos dos que "rasgam as vestes" em defesa da inocência de Carlos Cruz, que, pelo menos, inocente ou culpado "de facto", teve direito a ser julgado com todas as garantias de defesa e foi condenado por um tribunal competente da República, não serão agora os defensores mais acérrimos da proposta do governo. Pois...
terça-feira, setembro 02, 2014
O SLB depois do fecho do mercado
E o meu clube? Como ficou o seu plantel comparativamente à época anterior?
Bom, considerando que as saídas de Oblak e Markovic são bem colmatadas pela entrada de Júlio César e pela recuperação de um Sálvio mais consistente e regular do que Markovic (e, face à época passada, ainda há Ola John e o "projecto" Bebé); considerando que Cristante, Samaris e Talisca preenchem bem os impedimentos de Fejsa e Amorim e a saída de André Gomes (e atenção a João Teixeira e Dawidowicz), as maiores debilidades centram-se nos centros da defesa (Jardel não é Garay, claro, e Lisandro veremos como evolui) e do ataque. Se, pelo menos para consumo interno, Jardel vai chegando e o facto de Lisandro ter integrado a lista de "30" da Argentina e ter feito uma boa época no Getafe dá alguma confiança, estará no centro do ataque o problema mais "bicudo" para Jorge Jesus resolver. Percebo que não queira desviar Gaitán da sua posição do lado esquerdo, para não ter que mexer em duas posições e no que está bem, mas terá rapidamente de tirar um qualquer coelho da cartola. Estará à espera da recuperação de Sulejmani, que defensivamente dá mais e maiores garantias do que Ola John, para deslocar Gaitán para o meio? Poderá jogar só com um "ponta de lança" sendo, neste caso, Derley a opção mais adequada? Tenho sérias dúvidas opte por uma mudança tão radical. Mas terá que "inventar" bem e depressa, pois este é o "nó górdio" do SLB 2014/15.
Reflexões sobre o fecho do mercado
Fechado o mercado e serenado o frenesim, fim posto a esta autêntica "silly season" futebolística que vai de Junho a Setembro, tempo para uma reflexão mais ou menos aprofundada. Tentemos...
- Este frenesim dos últimos ou do último dia só é possível pelo poder adquirido pelos agentes dos jogadores no mercado, cujo negócio só se efectiva na compra e venda dos passes desses mesmos jogadores. Para os mais "distraídos": o objectivo dos agentes é de curtíssimo prazo; só ganham dinheiro se transacionarem os passes dos jogadores que representam e para tal têm de aproveitar o período de abertura do mercado até ao último momento. Esse poder, recentemente adquirido, alicerça-se fundamentalmente na globalização permitida pela lei Bosman, já que antes dela vigorar os clubes estavam limitados, consoante os países, a dois ou três estrangeiros por equipa e a natureza quase "paroquial" do negócio, a pequenez dos mercados nacionais limitava a capacidade de actuação dos "empresários". Para além da lei Bosman, a criação da Champions League, possibilitando o acesso de vários clubes do mesmo país à prova máxima da UEFA, e o "dinheiro novo" que em certa medida e por esse motivo alguns clubes conseguiram atrair, vieram contribuir para potenciar ainda mais o poder desses mesmos "empresários", não raramente acabando por se transformar em financiadores dos clubes, quer directamente, quer através dos tão falados "fundos" em que participam.
- É todo este negócio, e não apenas a questão mais restrita, mas também relevante, das datas de abertura e fecho do mercado, que carece, como qualquer outra actividade comercial, industrial ou financeira, de regras que regulamentem a sua actividade, para que o futebol não se transforme numa indústria sem regras ou com estas ditadas na circunstância e ao sabor dos interesses de cada um. Seja, em algo mais parecido com a forma de actuação de uma "máfia" e menos com um negócio digno. Note-se: não se trata de condenar o futebol enquanto negócio, longe disso (o futebol tornou-se até num desporto bem mais atractivo e espectacular nos últimos anos), mas de o fazer obedecer a certas regras que o tornem mais transparente, equitativo e permitam não só o retorno a um maior equilíbrio entre poderes (clubes e agentes de jogadores, por exemplo), como a sua monitorização plena pela sociedade (sócios, accionistas e "stakeholders") e pelos poderes públicos.
- Fica também cada vez mais claro que o poder adquirido por alguns "empresários" e "fundos", com o apoio da comunicação social e cavalgando um negócio completamente desregulamentado, chegou ao ponto de certos clubes se transformaram em autênticos "parques de estacionamento", de curto ou longo prazo, para jogadores e treinadores a eles ligados, com todos os perigos que daí advêm para a sustentabilidade desses mesmos clubes. Basta olhar para o Depor, Valência e Mónaco e perceber que Jorge Mendes será "a mão que embala o berço".
segunda-feira, setembro 01, 2014
Artur Moraes e os disparates de Gaspar Ramos
Esta afirmação disparatada de Gaspar Ramos, que foi um importante dirigente do futebol do SLB, vem mais uma vez provar o estilo "paninhos quentes e mimos", digno do pior amadorismo, que presidia, e continua demasiadas vezes a presidir em Portugal, à relação entre dirigentes e treinadores, por um lado, e jogadores profissionais de futebol, por outro. Estivessem Júlio César, Manuel Neuer ou Thibaut Courtois no banco de suplentes, ou até mesmo um saudoso e ressuscitado Lev Yashin, o que Artur Moraes tinha de provar era ter estrutura psicológica para ser guarda-redes titular do Sport Lisboa e Benfica ou de um outro qualquer clube com dimensão ou aspirações. Ainda bem, pois, que Júlio César estava no "banco", pois tivemos assim a prova cabal de que Artur Moraes não conseguiu vencer essa prova de fogo e não reúne, portanto, essas condições. Pagámos - todos nós, sócios e adeptos - um preço elevado por isso, mas antes agora que mais tarde e de forma irrecuperável.
Homenagem a Gerry Goffin (1939 - 2014) - My favourite Goffin & King songs (10)
The Tokens - "He's In Town" (1964)
A versão "British Invasion" (a minha favorita) dos "midlanders" Rockin' Berries (1964)
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O "jogo interior" do SLB
Os quatro golos marcados até agora pelo SLB versão 2014/15 foram todos obtidos por jogadores que actuam nas alas: Maxi, Sálvio, Eliseu e Nico Gaitán. Não me parece tal tenha acontecido por acaso. Sem Rodrigo ou o Cardozo dos bons tempos a apoiarem Lima, com Enzo ausente jogo e meio e, quando jogou, em condição física discreta, com Talisca ainda "a ver se dá", com a saudade de Saviola (lembram-se?) e com Amorim a contas com mais uma lesão grave, o jogo interior do SLB perde uma boa parte da sua eficácia e capacidade desequilibrante, só recuperada quando os alas se movimentam "para dentro". Jorge Jesus tem aqui um problema que o último dia do mercado dificilmente resolverá.
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