Pedro Passos Coelho foi acusado, por denúncia anónima, de ter recebido um total de 150 000 euros da Tecnoforma ou da ONG a ela associada enquanto exercia o seu mandato de deputado em regime de exclusividade, e de não os ter incluído na sua declaração de IRS, o que, a provar-se, levaria obrigatoriamente à sua demissão. Tal não foi provado e, perante os factos apurados, nenhum tribunal o condenaria, não competindo ao actual primeiro-ministro ou a qualquer outro cidadão eventualmente acusado em tais circunstâncias declarar o valor recebido e, muito menos, permitir o levantamento do sigilo bancário sobre as suas contas. Neste aspecto, ponto final, portanto, embora, em minha opinião, se tivesse ido até longe de mais em virtude das incompreensíveis hesitações de Passos Coelho e da sua inépcia política.
Claro que resta a questão, não despicienda, da actividade da Tecnoforma e de Passos Coelho enquanto seu dirigente, das suas ligações políticas, do modo como esta "empresa" e tantas outras funcionavam recorrendo a "facilitadores" como Coelho e Relvas, da falta de ética que a actuação destes consubstanciava e por aí fora. Mas isso "são outros quinhentos", nada que já se não soubesse e, por esse motivo, Relvas já foi penalizado politicamente e tudo leva a crer Passos Coelho sê-lo-à em futuras eleições. É assim que as coisas devem funcionar num Estado de Direito.
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