Face às enormes pressões vindas de fora e até de dentro do governo para o aumento do salário mínimo e em função das justificações dadas por Passos Coelho para a sua manutenção, o primeiro-ministro disse no Conselho Económico e Social aquilo que se esperaria e o mínimo que seria obrigado a dizer para ir "encanando a perna à rã" do "consenso": que em 2014, isto é, uma vez findo o actual programa de assistência, pensaria no assunto. Ou seja, que nessa altura, "em função dos custos de contexto e da produtividade", logo se veria, o que significa pelo menos nos próximos quinze meses tudo ficará como está. Ora falando em "custos de contexto e competitividade", dos quais dependeria, segundo Passos Coelho, um eventual aumento do salário mínimo para 2015, como compatibiliza o primeiro-ministro tal alegada intenção com este statement do FMI?: "a troika continua a defender mais flexibilidade salarial, em especial nos salários mais baixos entre os menos qualificados, como forma de dar um impulso à criação de emprego". Estamos ou não a falar de estratégias antagónicas e até mesmo incompatíveis, sabendo todos de antemão de que lado têm estado Pedro Passos Coelho e os seus Ministros das Finanças? Enfim, será que podemos dizer "mais depressa se apanha um mentiroso..." ou será preferível a versão mais soft "de boas intenções"...?
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