segunda-feira, novembro 04, 2013

"Downton Abbey" e "Upstairs, Downstairs"

Existem dois acontecimentos, em certa medida paralelos, nos guiões de "Downton Abbey" e no "follow up" de "Upstairs, Downstairs", histórias separadas por cerca de 15 anos e pela distância entre uma "stately home" no Yorkshire rural e uma "town house" em Belgravia, que permitem estabelecer bem a diferença entre o pedantismo balofo, telenovelístico e bem comportado do "pastelão" de Julian Fellowes ("Downton Abbey") e a perversidade e, digamos que até, o carácter ligeiramente subversivo da história concebida por Heidi Thomas para a sequência de acontecimentos que têm lugar no imaginado número 165 de Eaton Place. Enquanto, no primeiro caso, a aristocrata (Lady Sybil), relativamente bem comportada mas com ideias "avançadas", se apaixona perdidamente, num amor puro e quase virginal, pelo "chauffeur" irlandês que luta pela justa independência do seu país, casam e só não têm muitos meninos porque Lady Sybil morre de parto, no caso de "Upstairs, Downstairs" Lady Persephone limita-se a um "affaire" de cama" com o "chauffeur" da família e, oh, perversidade das perversidades, muito pela beleza física deste e por via das suas simpatias por Oswald Mosley e a sua British Union of Fascists. Digamos que nenhuma destas pequenas narrativas fazem o essencial das respectivas histórias, mas, para além de um certo tom de comédia inteligente presente em "Upstairs, Downstairs", são suficientes para marcar bem uma diferença.

2 comentários:

Teresa disse...

Inteiramente de acordo. Bem cedo comecei a achar que Upstairs Downstairs era superior, como pode verificar nestes dois posts:

http://gotaderantanplan.blogspot.pt/search?q=downton+abbey

JC disse...

Amanhã volto ao assunto "Downton Abbey", Teresa, sobre outra perspectiva.