segunda-feira, fevereiro 25, 2013

Oscares

  • Sou do tempo em que os cinemas tinham balcão (1º e 2º) e plateia.
  • Do tempo em que as salas esgotavam, havia "bicha" para comprar bilhetes e por vezes acabavam "agora mesmo que estava a chegar a nossa vez".
  • Do tempo em que se telefonava a marcar bilhetes ou, por precaução, estes se compravam na agência dos Restauradores com dez por cento de agravamento no preço.
  • Do tempo em que havia "arrumadores" a quem se davam dez ou quinze tostões de gorjeta (os bilhetes custavam dez escudos ou doze e quinhentos).
  • Do tempo dos filmes para "maiores de 12" ou "maiores de 17" e de cinemas que me eram interditos em razão da sua má frequência.
  • Do tempo em que existia uma indústria cinematográfica europeia, francesa, britânica, italiana, até mesmo alemã e as empregadas do Lanalgo iam ver a Sarita Montiel ao Odeon.
  • Mas também do tempo em que os Oscares eram desvalorizados e normalmente identificados com "pastelões" bíblicos ao estilo Ben-Hur, um filme que sempre me incomodou e achei detestável.
Mas pelo que tenho visto nestes últimos anos, e passados de moda os "pastelões" bíblicos substituídos, ao que parece, pelos igualmente "pastelões" do tipo "Titanic" ou "Avatar" (a este último, pedi escusa), não tenho grandes ou pequenos motivos para mudar a minha opinião sobre os tais Oscares. Ah!, excepto que talvez ache a maioria das actrizes de agora bem mais "giras" do que algumas "gordinhas" de antanho. Mas isso deve ser por estar a ficar velho e lascivo!

5 comentários:

gin-tonic disse...

Um tempo em que os animais falavam...
Também havia cinemas com 3º balcão (Monumental, Condes...) e havia programas que, para além das referências sobre o filme, relizador e intérpretes, indicavam o nome de quem seleccionava as músicas que se ouvia nos intervalos...
Bons os programas do Apolo 70 e do Caleidoscópio.

JC disse...

O 3º balcão no Monumental não era só no teatro? Mas posso estar enganado e ser só no cinema...
Abraço

Anónimo disse...

Era o tempo em que antes de começar o filme e no intervalo se liam, como o mesmo afã com que hoje se lê o Gato Maltês, os vespertinos "Diário Popular", "Diário de Lisboa" e "A Capital", vespertinos que há muito deixaram de existir.

Era uma
"Lisboa d'outras eras,
Dos cinco réis, das esperas e das toiradas reais!
Das festas, das seculares procissões,
Dos populares pregões matinais que já não voltam mais!"

Votos que continue "lascivo".

JR

JC disse...

:-)

Vic disse...

E também era o tempo do "palhinhas" da Álvares Cabral e das bilharadas.
Desse tempo, ainda me lembro dos filmes das desgraçadinhas/os, como os do Joselito e outros quejandos espanhóis.
No S. Jorge estreou o 1º 007 e andei para aí um mês a ouvir falar dele. Apesar dos pastelões, havia os outros que compensavam. Quem hesitava em ver (e rever) "Os 7 magníficos"?
Enfim, se a televisão trouxe muita coisa boa, também de certo modo,asfixiou o cinema, especialmente o europeu, de que eu tanto gostava (apesar do pedantismo de alguns cineastas da nouvelle vague).
Quanto às meninas, apesar de haver hoje belezas extraordinárias como o Nathalie Portman ou a Olivia Wilde, as curvas e sensualidade da Bardott, os olhos da Bacall, a elegência da Hepburn, ainda hoje fariam furor.

(a propósito de velho lascivo, já somos 2 :)

Abraço