domingo, fevereiro 10, 2013

Foram todos iguais? Sim, mas alguns, como Seguro, foram demasiado iguais


Claro que todos os governos tiveram a sua quota parte de responsabilidade na actual situação do país. A começar pelos dez anos de governação de Cavaco Silva, convém não esquecer. Em certa medida, e embora com nuances, existe uma linha de continuidade na política portuguesa nos últimos vinte e tal anos cujas bases foram estabelecidas no período do chamado "cavaquismo". Mas esta afirmação de Seguro, "metendo tudo no mesmo saco", de modo que continua envergonhado ("sim, agora reconheço que me portei mal, mas os outros meninos também"), acaba por ter ter resultado idêntico ao silêncio até agora mantido sobre o passado, passando por ele uma esponja que assim tudo limpa, fazendo dele tábua rasa. Ora sabemos que as responsabilidades não são idênticas, nem desse modo podem e devem ser atribuídas, de Cavaco a Guterres, de Barroso a Santana Lopes ou até entre os primeiro e segundo governo de José Sócrates. Em vez da esponja, convinha pois que António José Seguro tratasse antes de passar sobre o passado um qualquer reagente, daqueles capazes de reavivar as marcas deixadas, tornando-as mais nítidas, e assim, ancorando nas positivas, que existem, principalmente no primeiro governo de José Sócrates, há que dizê-lo sem medo, definir os parâmetros do desenvolvimento do trabalho futuro do partido. O problema para Seguro é que se nenhuma dessas marcas positivas tem a sua assinatura, período no qual optou por quase não existir, escondendo-se e preparando a sua "vidinha". Foram todos iguais? Sim, claro, mas alguns foram até demasiado iguais...  

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