Se nos dermos ao trabalho de elaborar uma análise SWOT sobre o Sporting Clube de Portugal, é óbvio que no quadrante "S" (das "Strenghts" - Forças) não deixará de aparecer com especial relevo a capacidade do clube para formar jogadores e a tradicional qualidade da sua Academia. Do mesmo modo que no quadrante "W" (de "Weaknesses" - Fraquezas) assumirá sempre enorme relevo a quase dramática situação financeira actual do clube. Não precisamos de ir muito mais longe para percebermos que, em função disso, o investimento na Academia e o recurso a jogadores nela formados se revela a estratégia mais adequada para o clube, embora no curto-médio prazo tal possa vir a ter como consequência algum sacrifício dos resultados desportivos. Mas estamos a falar de uma questão estratégica, estrutural, que não pode ser definida nem defendida em função de uma vitória em Barcelos ou posta em dúvida ou abandonada face a uma eventual derrota num dos próximos jogos em Alvalade. É que, face à tendência sempre manifestada pela - maioritariamente acéfala - imprensa desportiva portuguesa e pelos adeptos dos vários clubes em favor dos "jovens" e dos jogadores portugueses, com igual tendência para se valorizar sempre o último jogo e esquecer as questões de fundo, convém lembrar aos sportinguistas que recorrer aos jogadores da Academia não é sinónimo de vitórias e de títulos (FC Barcelona existe um no mundo), mas, principalmente, a decisão necessária para redução dos valores da folha salarial do clube. Digamos que pode não ser muito entusiasmante, mas é pelo pelo menos um correcto e saudável recomeço.
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