Desde que nascemos – talvez mesmo antes disso – todos estamos sujeitos a pressões e são elas, o modo como as aceitamos e a elas reagimos, que determinam o modo como nos integramos na sociedade. Somos pressionados para sermos bem educados, para termos aproveitamento escolar, para nos comportarmos em sociedade, para falarmos de acordo com o nosso estatuto social, por vezes, para escolhermos o curso “certo” e, até, o clube de futebol de que nos tornamos adeptos.
No trabalho somos pressionados para agirmos de acordo com aquilo que esperavam de nós quando na nossa admissão, para atingirmos os objectivos a que nos propusemos, para nos entregarmos às nossas funções com profissionalismo e determinação. Em casa somos pressionados por mulher/marido e filhos para lhes darmos a atenção esperada, para que a família viva uma vida agradável e feliz. Já adultos, os pais pressionam-nos para que lhes dêmos atenção na velhice e os filhos para que os ajudemos no seu início de vida. Não valerá a pena, penso, continuar e cada um poderá daqui partir para avaliar, em qualquer etapa da vida em que se encontre, todas as pressões a que já terá sido sujeito e o modo como a elas reagiu. Pode também imaginar as do futuro, até a da morte a bater à porta quando esta se digna fazê-lo.
Bom, tendo dito isto, e perante a notícia de que o Conselho Superior do Ministério Público terá decidido abrir um inquérito a pressões sobre os magistrados, no caso Freeport, e devendo eu pertencer ao escasso número de portugueses que ainda não tomou partido ou definiu aprioristicamente o seu lado, pugnando para que o assunto se esclareça e possamos chegar à conclusão sobre a idoneidade moral do primeiro-ministro e sobre a ilegalidade ou ilicitude dos actos que praticou, compete-me perguntar uma coisa: que define o Conselho Superior do Ministério Público como pressões? Colocarem uma cabeça de cavalo na cama de um magistrado? Fazerem-lhe “uma proposta que ele não possa recusar”? Ameaçarem a sua família de rapto ou morte? Dizerem-lhe que a sua carreira pode estar em perigo se não agir de determinado modo? Prometerem-lhe um alto cargo se decidir ou ajudar a decidir num determinado sentido? Deixarem de o convidar para almoçar no “Eleven” e passarem apenas a convidá-lo para umas mãozinhas de vitela ou orelha de porco no João do Grão? (para mim seria uma pressão intolerável, devo dizer!) Telefonarem-lhe a dizer “é pá, és um gajo muita chato pois o Sócrates está à rasca para ter maioria absoluta e isto está a tornar isso mais difícil?” Dizerem-lhe, numa tarde de praia, “oh! pá, o melhor é arquivares essa merda que já te está a dar muito trabalho e esses gajos da imprensa são uns chatos”? “Afirmarem, entre uns Chivas, Cutty Sark ou JB (que é o que bebe essa gente de mau gosto), “lembras-te daquela gaja que andavas a “papar”? Ela diz que se chateias muito o Sócrates vai dizer à tua mulher que lhe compraste um colar de pérolas”! Ou a mulher/marido dizer-lhe pura e simplesmente: "olha, despacha lá esse processo pois estou farta(o) de que chegues a casa de trombas e não me ligues nenhuma ou só fales de trabalho"? Destas, e de outras que tais, qual ou quais o tal Conselho Superior do Ministério Público considera admissíveis? Fiquemos a aguardar, tendo a certeza absoluta de uma coisa: que o tal Conselho concluirá que não existiram quaisquer pressões, o que, obviamente e de acordo com as leis da vida e o que descrevi no início e al longo deste “post”, não passará de uma mentira.
Por favor, é que aceito que me mintam, de vez em quando, mas, uma vez na vida (pelo menos), importam-se de não fazer de mim parvo e de me poupar ao disparate?
No trabalho somos pressionados para agirmos de acordo com aquilo que esperavam de nós quando na nossa admissão, para atingirmos os objectivos a que nos propusemos, para nos entregarmos às nossas funções com profissionalismo e determinação. Em casa somos pressionados por mulher/marido e filhos para lhes darmos a atenção esperada, para que a família viva uma vida agradável e feliz. Já adultos, os pais pressionam-nos para que lhes dêmos atenção na velhice e os filhos para que os ajudemos no seu início de vida. Não valerá a pena, penso, continuar e cada um poderá daqui partir para avaliar, em qualquer etapa da vida em que se encontre, todas as pressões a que já terá sido sujeito e o modo como a elas reagiu. Pode também imaginar as do futuro, até a da morte a bater à porta quando esta se digna fazê-lo.
Bom, tendo dito isto, e perante a notícia de que o Conselho Superior do Ministério Público terá decidido abrir um inquérito a pressões sobre os magistrados, no caso Freeport, e devendo eu pertencer ao escasso número de portugueses que ainda não tomou partido ou definiu aprioristicamente o seu lado, pugnando para que o assunto se esclareça e possamos chegar à conclusão sobre a idoneidade moral do primeiro-ministro e sobre a ilegalidade ou ilicitude dos actos que praticou, compete-me perguntar uma coisa: que define o Conselho Superior do Ministério Público como pressões? Colocarem uma cabeça de cavalo na cama de um magistrado? Fazerem-lhe “uma proposta que ele não possa recusar”? Ameaçarem a sua família de rapto ou morte? Dizerem-lhe que a sua carreira pode estar em perigo se não agir de determinado modo? Prometerem-lhe um alto cargo se decidir ou ajudar a decidir num determinado sentido? Deixarem de o convidar para almoçar no “Eleven” e passarem apenas a convidá-lo para umas mãozinhas de vitela ou orelha de porco no João do Grão? (para mim seria uma pressão intolerável, devo dizer!) Telefonarem-lhe a dizer “é pá, és um gajo muita chato pois o Sócrates está à rasca para ter maioria absoluta e isto está a tornar isso mais difícil?” Dizerem-lhe, numa tarde de praia, “oh! pá, o melhor é arquivares essa merda que já te está a dar muito trabalho e esses gajos da imprensa são uns chatos”? “Afirmarem, entre uns Chivas, Cutty Sark ou JB (que é o que bebe essa gente de mau gosto), “lembras-te daquela gaja que andavas a “papar”? Ela diz que se chateias muito o Sócrates vai dizer à tua mulher que lhe compraste um colar de pérolas”! Ou a mulher/marido dizer-lhe pura e simplesmente: "olha, despacha lá esse processo pois estou farta(o) de que chegues a casa de trombas e não me ligues nenhuma ou só fales de trabalho"? Destas, e de outras que tais, qual ou quais o tal Conselho Superior do Ministério Público considera admissíveis? Fiquemos a aguardar, tendo a certeza absoluta de uma coisa: que o tal Conselho concluirá que não existiram quaisquer pressões, o que, obviamente e de acordo com as leis da vida e o que descrevi no início e al longo deste “post”, não passará de uma mentira.
Por favor, é que aceito que me mintam, de vez em quando, mas, uma vez na vida (pelo menos), importam-se de não fazer de mim parvo e de me poupar ao disparate?
14 comentários:
Tomara eu que o "melhor Governo dos últimos 30 anos" não fizesse de nós parvos todos os dias. E, como já disse, não me estou a referir ao Freeport de que não quero saber para nada.
Compreendo a posição deste nosso amigo Aristides: quanto pior, melhor.
Mas será que é mesmo isso que interessa ao país ?
Ele que responda. Ele que responda, Queirosiano!
Por mim, interessa-me um país mais europeu, mais civilizado, mais culto, mais igualitário,mais progressivo. Onde eu me possa rever sem o desmesurado esforço actual!
E o Queirosiano é "Quanto melhor, pior"?
Essa do que interessa ao país é muito , muito, muito boa.
Será que o que interessa a uns é o que interessa aos outros?
O que interessa aos vigaristas dos bancários (que los ay, los ay) é o mesmo que me interessa a mim?
E o que interessa ao pessoal da bola ( destesto futebol) é o mesmo que me interessa a mim?
Isto do que interessa ao país tem muito que se lhe diga.
O que interessa aos papás é que os seus filhos passem todos sem saber nada. Será que, também, isso interessa ao país?
A mim não me interessa , por exemplo, um país mais europeu. Pode intressar aos que sacam subsídios lá da Europa ("nós, europeus" como diz o Vital), para comprar bons jipes e boas casas com piscina. Mas a mim não me interessa nadinha.
A mim interessava-me mais um país em que as pessoas fossem, realmente, cultas e não essa treta das Novas Oportunidades. Mas, claro que há quem considere que , com essas Novas Oportunidades, vamos ser um país culto.
Outra coisa: o JC faz um esforço desmesurado para se rever em Porugal? Olhe que eu não. Gosto , assim mesmo , de Portugal, com todas as suas contradições. Mas, até é de admirir que faça esse esforço, uma vez que este "melhor Governo dos últimos 30 anos" tem posto tudo a andar sobre carris. Há é , sempre, uns desmancha- prazeres. Uma chatice, uma chatice, caro JC.
Estava tudo tão bem se todos concordassem com o Presidente do Conselho e as suas "medidas", não era?
Desde que me conheço, "estrangeirado" como sou de família e opções, que faço um esforço para me rever em Portugal. Sem grandes resultados, caro Aristides. E olhe que nunca "saquei" um cêntimo de subsídios da UE, mtªas vezes discordo do 1º ministro e quanto às Novas Oportunidades acho têm algo de positivo mas não serão a salvação do país. Mtº longe disso! Mas tb não levo tudo raso, não acho os banqueiros sejam todos ladrões e quando era, de facto, obrigatório concordar com o Presidente do Conselho lutei contra isso e sofri algumas consequências.
Ah, e para mim "mais europeu" significa um país mais civilizado, mais justo, mais desenvolvido, mais rigoroso, mas igualitário, mais culto, com melhor educação e melhores qualificações, de mentalidade mais aberta, com mais oportunidades, etc, etc, etc. Menos provinciano, enfim!
Cumprimentos
Os interesses corporativos cegam as pessoas. Como há motivações difíceis de confessar, desvalorizam-se aqueles que pensam de maneira diferente, em vez de se fundamentar razões ou rebater argumentos. Daí a misturada de sugestões depreciativas ("os vigaristas", "o pessoal da bola", "os que sacam subsídios", "o Presidente do Conselho").
Pouco original como abordagem, demasiado soviético. E irremediavelmente provinciano. A Agatha Christie fez melhor, com outra elegância, nos "Alphabet Murders".
Mas dá para perceber o tipo de país que o nosso amigo Aristides ambiciona. Reservo-me o direito de não ficar entusiasmado com a proposta.
Sem qualquer intenção de ferir quem quer que seja, sabe o que é um país provinciano?
Aquele em que um antigo Procurador -Geral da República faz, mais ou menos, esta afirmação: "No Caso Casa Pia só vai haver dois condenados. Eu e o Bibi".
Continua tudo na mesma.
Conhecem-se todos... Quer maior provincianismo?
E outra coisa: o Presidente do Conselho existe mesmo. senão para que existe um Ministério da Presidência do Conselho de Ministros, com 2.670 funcionários?
Podem chamar-lhe primeiro-ministro, mas é Presidente do Conselho (de Ministros).
Caro Queirosiano:"os vigaristas", "o pessoal da bola", "os que sacam subsídios" e "o Presidente do Conselho" existem mesmo.
Quer diga que sim, quer diga que não , eles estão aí. E dominam.
Agora, claro, para ser "moderno", nada melhor do que dizer que todas as pessoas que não gostam disto são cegas ou têm interesses corporativos.
Pelo menos eu não escondo que sou professor. Sim, um reles professorzeco primário. Que grandes motivações difíceis de confessar terei eu? E o Queirosiano é o quê, profissionalmente?
Cegos, mas completamente cegos, tenho eu visto os apoiantes do PS (ou melhor, do Governo, já que sei bem que muitos nem podem ouvir falar em socialista ou , mesmo em PS), que, mesmo sem saberem do que falam (sem "fundamentarem razões" , diria o Queirosiano)atacam indiscriminadamente quem se opõe às suas políticas.
Caro Aristides,
Você não é um "reles" coisa nenhuma, a discussão nunca se pôs nesses termos. Discuto ideias, pontos de vista e princípios, não pessoas.
Tenho dificuldade em aceitar uma discussão baseada em generalizações mais ou menos simplistas, baseadas em situações isoladas, que acabam por não explicar nada.
Não sou um fã deste Governo, que entre outros dislates permitiu esse disparate que se chama Acordo Ortográfico, que terá mais profundas e mais duradouras repercussões que outras medidas bastante mais inócuas de que toda a gente fala.
Dito isto, é um Governo que trazia alguns propósitos reformistas estimáveis - alguns deles relevam do simples bom senso - que foram sendo sistematicamente torpedeados pelos diversos interesses instalados. Mais uma vez, a estratégia foi a que mencionei antes: não se atacam as medidas (porque seria indefensável), mas ataca-se o Governo e os seus "sombrios propósitos". E assim se liquida uma medida útil, não contestando a bondade da medida mas desacreditando quem a propõe. Uma velha táctica estalinista, aliás. Pense nos exemplos recentes, que não faltam.
Qualquer Governo que tome medidas que toquem na comodidade das pessoas torna-se imediatamente impopular e é atacado. Mais ainda numa sociedade tabloidizada como a nossa, em que não há na imprensa em geral um sentido cívico de missão mas apenas - por falta de nível ou por outras razões - o imediatismo de cavalgar uma qualquer onda. Daí à crispação, vai um passo.
Diz que o Freeport não lhe interessa para nada. Devia interessar. Não porque está em causa A, B ou C mas porque o aparelho judicial, em vez de fazer o seu trabalho, prefere deixar que a comunicação social vá queimando em lume brando um cidadão que poderia ser você ou eu. E um sistema de justiça que funciona correctamente é dos indesmentíveis sinais de civilização e democracia.
Um país moderno, com sentido cívico, algum progresso, um nível de instrução decente, cultura e solidariedade social consegue-se com a participação colectiva, "sense of purpose", disciplina e alguns sacrifícios. Geralmente, nós preferimos a isso o soundbite de café, repercutido à escala de toda a sociedade.
Por isso mesmo, com todos os seus - muitos!- defeitos, acho preferível a abordagem deste Governo a qualquer das alternativas demagógicas que nos propõem.
Assino por baixo, Queirosiano, já que o meu mtº escasso tempo disponível de hoje não me permite qualquer acrescento relevante.
Obrigado.
Caro Queirosiano:
Nunca ataquei ninguém , pessoalmente, em blogues, onde faço comentários. Ao contrário de muitos outros, que vou lendo, e que atacam e insultam (de um e outro lado da barricada).
Mas não fiquei nada contente quando escreveu isto: "Os interesses corporativos cegam as pessoas. Como há motivações difíceis de confessar, desvalorizam-se aqueles que pensam de maneira diferente, em vez de se fundamentar razões ou rebater argumentos."
Volto a repetir: quais serão os interesses inconfessáveis de um "mero" professor primário?
Tenho 20 anos de professor. Passei por Governos do Soares, do Cavaco, do Guterres, do Barroso e foi preciso esperar até ao Governo do Sócrates para passarem o tempo a dizer que pertenço a uma corporação.
Nunca tinha ouvido tal em toda a minha vida profissional. E estou a falar a sério.
E eu continuo a pensar que não pertenço a uma corporação.
Agora , caro Queirosiano, diga-me uma coisa, uma vez que defende uma sociedade mais igualitária:
Porque é que um professor (como eu) , com 20 anos de carreira, quando uma escola fecha tem que concorrer para um lugar que pode ser a 125 Km de casa ( o ano passado fui colocado a 125 Km de casa) e uma Auxiliar de Acção Educativa, pertencente ao mesmo Ministério da Educação, quando a escola onde trabalha fecha, é transferida para outra escola dentro do mesmo concelho (digamos num raio de 30 km)?
Tomara eu que houvesse igualdade de tratamento, neste caso.Ou seja, que me colocassem num raio de , digamos, 50 Km, a partir da minha residência. Vejo os polícias, os GNR's e outros a aproximarem-se da sua residência, conforme vão sendo mais velhos e eu (e muitos outros) a andar em "contra-ciclo" (quanto mais velhos, mais longe de casa). Neste 20 anos de professor nunca trabalhei 2 anos seguidos numa mesma escola. Apesar de toda a gente dizer isso,os professores não estão todos colocados por 3 anos. Acredite que eu "até me passo" quando vejo os responsáveis do Ministério da Educação a referir esta situação na comunicação social. Porque eu sei que não é verdade. E , isto, para mim é o pior. Só quem passou a vida a correr escolas aqui e ali, sabe o que é a instabilidade. Sacrifícios tenho feito alguns. Não sou daqueles que faltam por "dá cá aquela palha".
Agora não diga que estou a usar o meu caso pessoal para atacar o Governo.
Generalizar é mal, personalizar é mal. O que fazer?
Sobre o sitema de justiça , em Portugal, não vale a pena falar. Toda a gente sabe como funciona e o próprio JC referiu num comentário que é difícil mudá-lo.
Caro Aristides
Tenho o maior respeito por aquilo que expõe. É uma razão de queixa absolutamente legítima, é uma situação nociva para toda a gente e a que deveria ser dada uma resposta administrativa inteligente. Não só inteligente: motivadora para os profissionais e - por reflexo - eficaz para quem lhes paga, que somos todos nós.
É mais um dos disparates de que falámos. Pior: é capaz de ser "apenas" uma medida tomada por um qualquer burocrata do Ministério, sem intervenção dos responsáveis políticos antes de o mal estar feito. Pior ainda: talvez tenham mentido para justificar a posteriori o que não tem justificação.
Mas pergunto: tomado isoladamente, um disparate é suficiente para condenar liminarmente toda a acção de um Governo ? Tudo o resto que foi feito, ou que se tentou fazer, deve ser julgado pela mesma bitola ?
Que garantias dão os que lhe querem tomar o lugar de que não vão perpetuar a situação ou de lhe dar uma solução que não seja apenas cosmética ? Será mesmo que pensam ao menos fazer qualquer coisa a esse respeito?
É a isto que me refiro quando falo nas generalizações, que são frequentemente aproveitadas para desviar as questões do seu contexto próprio e para promover juízos que rapidamente são transformados em certezas absolutas.
É só isto. E não é pouco, porque a inteligência na análise é uma condição indispensável à legitimidade da crítica.
E já agora, acho que, mesmo segundo os seus parâmetros, estou à vontade para falar. Não trabalho na Administração Pública, não sou "boy" nem tenho qualquer relação com o partido do Governo ou com outro qualquer, não me guio pela fé para fazer escolhas políticas. Não tenho casa com piscina, nem jipe. Não sou banqueiro (ou bancário), nem construtor civil. Sou - mea culpa -espectador crítico da "bola". Espero que isso não me desvalorize demasiado. Ninguém é perfeito.
Cumprimentos
Caro Queirosiano:
É assim: uma vez que os responsáveis do Ministério da Educação me chamaram "professorzeco" (Valter Lemos,numa reunião com deputados do PS- 24/01/2008),"arruaceiro, covarde,como o esparguette,valente só em grupo" (Margarida Moreira , Directora Regional de Educação do Norte,em Viana do Castelo- 28/11/2008) e outros mimos por parte de Miguel Sousa Tavares ou Emídio Rangel não vejo que possa haver da minha parte qualquer hipótese de reconciliação.
As medidas de que falei no comentário anterior são parte da política governamental para a Educação, como tentativa de desvalorizar os professores e não da parte de qualquer burocrata (que acredito que exista, também).
O Queirosiano ainda não percebeu bem: tudo o que o Ministério da Educação tem feito com os professores é por causa do "deficit". O Ministério da Educação é aquele onde há maior despesa, não só pelo número de funcionários ( 205.473 entre professores e auxiliares), como pelo facto de ser este o Ministério onde há mais licenciados (eu próprio sou licenciado, veja lá , agora até os professores primários são licenciados, onde já se viu?), logo vencimentos maiores.Por isso, toca a desvalorizar o seu papel, o que me parece , totalmente, contra a ideia de um país moderno, mais civilizado, etc.
Como os professores sempre pertenceram a uma classe desunida (e , por isso, me admirei quando me começaram a chamar membro de uma corporação) nunca os responsáveis do Governo imaginaram que eles se unissem contra as suas políticas.
Depois tentaram ( e isso não tem perdão) virarem a opinião pública e os pais contra os professores. Como este país é o que é em termos de invejazinhas, imagine o que um pobre professor tem de ouvir da parte daqueles que nunca quiseram estudar, quando o puderam fazer. Eu sei do que falo, porque , desde que começou essa campanha do Governo, tenho que aturar muitos que conheci de "ginjeira" e que andaram comigo a estudar, mas preferiam "jogar à bola", digamos, em vez de queimarem algumas pestanas. Quando , agora, vêem um "professorzeco" (com uma propaganda doida na TV a atacá-los de "calaceiros" para cima), claro que ficam eufóricos. Chama-se a isto uma "campanha negra".
Não sei se haverá professores que tenham medo do pior que poderá vir se o PS não ganhar com maioria absoluta. É natural que haja alguns.
Mas, pior do que isto, para os professores , nunca vi.
É , portanto, natural esta minha aversão a tudo o que venha lá dos lados de S. Bento.
Acho eu...
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