segunda-feira, abril 20, 2009

História(s) da Música Popular (126)

Pino Donaggio - "Io che non vivo" (senza te)

Dusty Springfield - "You Don't Have To Say You Love Me"
"Under the Influence" - The original songs of the "British Invasion" (XIX)
Houve um tempo em que a música italiana, tal como os filmes da Cinecittà (do neo-realismo à comédia de costumes passando pelos “peplum”) quase dominavam o mundo, ou pelo menos a Europa. Estávamos no final dos anos 50 e início dos 60 e o Fiat “Cinquecento” e depois o “Seicento” eram o sonho de uma pequena burguesia e aristocracia operária em processo de afirmação social numa Itália que recuperava da guerra alicerçada do “Compromisso Histórico” entre comunistas e democrata-cristãos, entre D. Camilo e o “sindaco” Peppone. Era a época de oiro do Festival de San Remo, de Modugno, de Cinquetti, de Celentano, de Gino Paoli, Milva, Bobby Solo e tutti quanti e isso conduziu à participação de muitos intérpretes estrangeiros renomados que, em alternativa aos italianos, interpretavam uma das versões das canções concorrentes. Petula Clark, Gene Pitney, Mary Hopkin, Dionne Warwick, Bobbie Gentry e Connie Francis, esta uma ítalo-americana, foram alguns desses nomes mais conhecidos.

Um dos nomes da cena musical italiana que nunca ganhou o festival mas por lá passou várias vezes foi Pino Donaggio, mas também Dusty Springfield que interpretou em 1965 “Di fronte all’amore”, sem que tenha passado das meias-finais. A melhor classificação de uma canção de Donaggio foi o 3º lugar em 1963 (“Giovane, giovane”), mas como a vingança se serve fria o original de Donaggio e Vito Pallavicini “Io che non vivo (senza te)”, apresentado no festival de 1965, torna-se um mega-êxito na voz de Dusty e na sua versão inglesa “You Don’t Have To Say You Love Me”, provando que até mesmo a “British Invasion” não fícou indiferente ao “charme” da Riviera italiana.

Claro que prefiro a versão de Dusty, e aproveito para informar que existe uma outra de... Elvis Presley! Mas alguém terá disposição para o ouvir a cantar tal coisa? Eu não! Portanto, se a arranjar (a disposição), faça o grande favor de se aviar por outros lados.

5 comentários:

Rato disse...

Passados tantos anos não tenho qualquer razão para duvidar que o Elvis tinha carradas de razão quando no início da sua carreira afirmava alto e bom som que conseguia cantar o que quer que fosse. E bem!

JC disse...

Pois é, Rato, mas eu é que não o consigo ouvir a cantar certas coisas. Antes não tivesse tido razão! Ou, tendo-a, não a tentar provar até à exaustão!
Abraço

Camilo disse...

Adoro a canção do Pino Donággio desde meados de 1966.
Mas gosto mais da versão cantada pelo Richard Anthony.
Que, por acaso, tenho em vinil.

JC disse...

Não conheço a do Richard Anthony. Vou tomar nota e tentar ouvir, embora esteja longe, mtº longe,de ser "fan" do movimento Ié-Ié.

JC disse...

Ouvi, Camilo. Mas francamente, achei bem pior do que a do Pino Donaggio. Sorry!