"Dead End Street" (1966)
Eu sou o Gato Maltês, um toque de Espanha e algo de francês. Nascido em Portugal e adoptado inglês.
segunda-feira, março 30, 2015
domingo, março 29, 2015
Esta coisa das selecções
Desde quinta-feira tenho feito um esforço para conseguir ver um destes jogos de qualificação para o Europeu de 2016. Operação fastidiosa, quase ou praticamente impossível. Em primeiro lugar, porque, no futebol actual, isto de arregimentar à segunda-feira, retirando-os à entidade patronal que lhes paga, alguns jogadores de topo para os pôr a jogar quatro ou meia dúzia de dias depois, pedindo à equipa seja brilhante, é tarefa quase impossível. Depois, porque, com esta mania de colocar um grande número de selecções nas fases finais, para ajudar a expandir o futebol nas Andorras e San Marinos deste mundo, os jogos resultam, salvo raríssimas excepções, demasiado desequilibrados, até porque as grandes selecções sabem que, mais tarde ou mais cedo, e mesmo que aqui e ali escorreguem, conseguirão o apuramento sem problemas de maior. Ontem, e por fim, lá consegui ver cerca de uma hora do Holanda-Turquia, e apenas porque o resultado deixava adivinhar um resto de jogo com alguma emoção, mesmo assim, e a partir da entrada de Bas Dost, quase se resumindo a bolas a pingar para a área "a ver se a coisa dava". Pouco, muito pouco para quem gosta de "bola". Venham, pois, o meu "Glorioso" e os quartos de final da Champions, para ver se a "malta" anima.
sexta-feira, março 27, 2015
Friday midnight movie (127) - Sci-Fi (XXIII)
"The Saga of the Viking Women and their Voyage to the Waters of the Great Sea Serpent", de Roger Corman (1957)
Filme completo c/ legendas em português
quarta-feira, março 25, 2015
Os subscritores do BES e a democracia liberal
Acharia positivo que este ou o próximo governo encontrassem uma solução que permitisse ressarcir parcialmente os clientes lesados pela subscrição de papel comercial do BES. Mandam o bom senso e a confiança no sistema financeiro, a estabilidade política e também o modo como tudo se processou, bem a situação actual de muitos subscritores, que tal aconteça. Mas tendo dito isto, já acharia bem menos positivo, ou até negativo, que tal fosse efectuado a 100%, desresponsabilizando os subscritores, financeiramente letrados ou não, pela sua livre decisão, mesmo que em certa medida mal aconselhados ou até mesmo ludribiados pela informação que lhes terá sido prestada pelo Banco ou até caucionada pelas entidades reguladoras. Estamos numa democracia liberal e não numa qualquer sociedade totalitária, e a liberdade pressupõe que os cidadãos devam assumir alguma responsabilidade pelos seus actos, livremente praticados. Caberá aos tribunais e à Justiça apurar eventuais responsabilidades civis e criminais, incluindo o estabelecimento de indemnizações aos lesados.
O candidato Henrique Neto
A candidatura mais ou menos folclórica de Henrique Neto à Presidência da República, que num país sério mais não mereceria do que uma pequena notícia nas páginas interiores, tem pelo menos para já um propósito e um resultado evidente: nos intervalos de desastres aéreos e de mais algum "caso" envolvendo um político, alimenta a cultura de entertainment (ou de infotainment, se preferirem) dominante nos "media"; oferece de mão beijada à direita, principalmente ao PSD, uma oportunidade de oiro para uma operação de desgaste visando o Partido Socialista, contando para isso com uma comunicação social colaborante e onde a direita do espectro político é amplamente dominante. Só não entendo uma coisa: como é que alguém como Henrique Neto, que tem dedicado o seu tempo de empresário reformado e os últimos dez ou vinte anos da sua vida a atacar sistematicamente o partido do qual - dizem - é militante; que tem utilizado os "media" para difundir e defender políticas populistas em princípio contrárias às propostas do seu partido, ainda é militante do PS. Digamos que tendo permitido o arrastar desta situação, levando para além dos limites do admissível a política do "catch all party", o PS acaba por ter de volta o que merece.
terça-feira, março 24, 2015
segunda-feira, março 23, 2015
Billboard #1s by British Artists - 1962/70 (41)
The Beatles - "The Long And Winding Road" (13 de Junho de 1970)
domingo, março 22, 2015
SLB: a derrota (2)
Olho para a classificação do campeonato e constato que nos jogos fora contra os primeiros oito classificados o SLB apenas ganhou ao FCP: empate (in extremis) com o SCP e derrotas com o FC Paços de Ferreira, SC Braga e Rio Ave FC. Faltam ainda CF Os Belenenses e VSC, o que é preocupante. Analisar apenas a derrota no jogo de ontem esquecendo este conjunto de resultados é pois manifestamente insuficiente para se perceberem os problemas da equipa - que são estruturais e não conjunturais - o que remete para o meu "post" de ontem e para a análise aí efectuada.
sábado, março 21, 2015
SLB: a derrota
Marcando primeiro ou deixando o adversário adiantar-se no marcador, não vi grandes diferenças entre as exibições do SLB no jogo de hoje e nos de Paços de Ferreira, Moreira de Cónegos e Arouca (com Gaitán ou sem Gaitán, com Talisca ou Ola John). E a raiz do problema é sempre a mesma: quando, como acontece nestes jogos "fora", é preciso saber "ter bola"e controlar o jogo; quando, nos jogos mais disputados, o meio-campo se torna essencial, quer filtrando o jogo adversário, quer organizando aquilo a que Jorge Jesus chama o "ataque posicional", a equipa, pelo seu modelo de jogo, tem extrema dificuldade em fazê-lo. Umas vezes, por mérito próprio e/ou pelas incidências do jogo, as coisas acabam por correr bem (Moreira de Cónegos e Arouca); noutras, nem tanto assim, e a equipa desequilibra-se, sendo que a chamada "pressão", que se diz a equipa não "aguenta", não passa de uma invenção jornalística, uma cortina de fumo que ajuda a camuflar o verdadeiro problema do modelo de jogo da equipa. Mas esta é uma questão que não é de hoje, e apenas se atenua quando a equipa, como aconteceu na época passada, pode contar com melhores jogadores.
sexta-feira, março 20, 2015
quinta-feira, março 19, 2015
Passos Coelho e Paulo Núncio: dois casos
Entendamo-nos, para que não restem dúvidas. No caso das contribuições em falta do primeiro-ministro para a Segurança Social, estamos perante uma falta grave, que afecta Pedro Passos Coelho, moral e politicamente, retirando-lhe, a ele e ao executivo que dirige, autoridade e credibilidade no exercício da acção governativa. No entanto, e tendo dito isto, não estamos perante nada que prefigure um crime e, no limite, podemos mesmo dizer que o actual primeiro-ministro até acabou por regularizar a sua situação, embora tarde, a más horas e apenas porque confrontado. Não fora o modo desastroso como o assunto foi gerido, indiciador de um governo em desnorte quando confrontado com os chamados "casos", nunca o problema teria atingido tamanha relevância. Tem pois razão António Costa quando não pede a demissão de Passos Coelho e diz, referindo-se ao caso, competirá ao povo julgar em eleições. Pois que julgue.
Já quanto à chamada lista VIP o caso me parece bem diferente: a sua existência ofende frontalmente a Constituição da República e a igualdade dos cidadãos perante a lei, valor essencial do Estado Democrático, e qualquer divulgação de dados fiscais de um contribuinte, seja ele o Presidente da República, o primeiro-ministro, o "Zé dos Anzóis" ou o "Tarzan do 5º esquerdo", viola o direito legítimo e legal de cada um à respectiva confidencialidade. Deveria pois o secretário de Estado Paulo Núncio, enquanto responsável político, tenha ou não autorizado a tal lista, agir em conformidade com essa responsabilidade e apresentar a sua demissão. O que me parece é que o assunto vai acabar por entrar no confronto e no deve e haver governamental entre CDS e PSD e será isso, e não apenas a responsabilidade política do secretário de Estado, que acabará por determinar o seu desenlace. Queiramos ou não, a política também é isto.
quarta-feira, março 18, 2015
José Sócrates e a Justiça
Não sendo jurista, não me irei pronunciar sobre a justeza das decisões relativas ao pedido de habeas corpus e recurso da prisão preventiva do cidadão e ex-primeiro-ministro José Sócrates. Como 99% dos cidadão deste país, e independentemente do que possamos afirmar sobre o funcionamento da Justiça, fui formando opinião na base do que li, ouvi e vi, mas essa, pelo próprio modo como foi sendo formada, guardo-a, como já disse, para as conversas informais entre familiares e amigos. Mas ontem, depois das decisões judiciais que mantiveram José Sócrates preso preventivamente - e, como já disse, independentemente da sua justeza e correcção técnico-jurídica - dei por mim a pensar o que teria acontecido na sociedade portuguesa se qualquer uma ou ambas as decisões tivessem sido favoráveis ao antigo primeiro-ministro. Teria sido um género de cataclismo, uma espécie de bomba atómica que abalaria - no mínimo - alguns dos alicerces fundamentais da sociedade portuguesa. E isso leva-nos necessariamente a um outro ponto: existem actualmente em Portugal, face ao estado actual da magistratura (comportamento corporativo, ligações ao tablóidismo, comunhão com algum populismo anti-políticos, percepção geral sobre a corrupção, etc, etc), condições para que um processo como o de José Sócrates (ou outros de cariz mais ou menos semelhante) seja conduzido e julgado pelos tribunais competentes com condições suficientes de isenção? Mais concretamente, e no caso específico do antigo primeiro-ministro: poderia o cidadão José Sócrates vir a ter alguma vez direito a uma condução do processo justa e equilibrada e a um julgamento isento que o condene ou absolva em função das provas apresentadas e para além de qualquer dúvida razoável? Deixo a pergunta, que é também uma preocupação, e que nada tem a ver com a minha opinião sobre a culpabilidade ou inocência do antigo primeiro-ministro ou a simpatia ou antipatia que ele me possa merecer.
João Araújo e a defesa de José Sócrates
João Araújo não é apenas um advogado defensor de um qualquer arguido desconhecido; ele é o advogado (ou um dos) encarregue da defesa de José Sócrates, um ex-primeiro-ministro de Portugal em prisão preventiva por alegados actos praticados no exercício das suas funções ou em consequência desse mesmo exercício. Por isso mesmo, os seus actos como advogado, principalmente os praticados nos exercício dessas suas funções de principal figura encarregue da defesa do ex-primeiro-ministro e mais ainda quando em frente das câmaras de televisão e/ou perante a comunicação social, alguma dela hostil, não têm apenas implicações na ideia que de si todos ou alguns de nós possam ter formado ou vir a formar como jurista, advogado e cidadão; bem ou mal, correcta ou incorrectamente, elas reflectem-se também na imagem, já de si suficientemente controversa e extremada, que os cidadãos já formaram ou vão formando sobre José Sócrates, e na ideia que também, correcta ou incorrectamente, assim vão construindo sobre o antigo governante e o seu comportamento enquanto político e cidadão. Bem ou mal, é assim que as coisas se passam. Pior, quando entre essa comunicação social se incluía, e foi especialmente visado por João Araújo, um orgão de comunicação social que, por mais abjecto que seja (e é) e por menos consideração que me mereça (merece-me zero), parece gozar de especial favorecimento por parte do Ministério Público e, pelo menos, de alguma magistratura. Acresce ainda que para a defesa de José Sócrates seria útil, ou, no mínimo, daria algum jeito, conquistar algum "tempo de antena" de modo a permitir a essa mesma defesa apresentar os seus pontos de vista e captar alguma simpatia para a sua causa junto dos portugueses. Por isso mesmo, ao deixar-se ultrapassar pelas circunstâncias em que foi abordado, não as dominando e respondendo aos jornalistas (ou a uma jornalista) no tom em que o fez, o advogado João Araújo, independentemente das opiniões que cada um possa ter sobre o que de positivo ou negativo o tom irónico que normalmente utiliza possa trazer a um desfecho positivo do processo que envolve o antigo primeiro-ministro, não terá cometido apenas um momentâneo lapso com eventuais repercussões pessoais negativas, mas também laborado num erro comportamental que se pode vir a reflectir nas, já por si extremamente difíceis, funções que desempenha na defesa do seu cliente.
segunda-feira, março 16, 2015
"Borgen" vs "Les Hommes de l'ombre"
Quando duas séries de televisão, tratando temas semelhantes e relativamente inovadores na cena mediática, se exibem quase sequencialmente, para mais no mesmo canal, há sempre a tentação de os comparar, de perguntarmos, entre amigos e conhecidos, qual preferimos. Estou a falar, claro está, de "Borgen" e "Les Hommes de l'ombre", exibidos recentemente na RTP2 intercalados por um "El Príncipe" bem menos interessante e com tema e tratamento diferentes, bem mais ao estilo "telenovela". Ora bem, sobre o assunto que tenho eu a dizer?
Começo pelo fim e afirmo desde já as minhas preferências por "Borgen". Porquê? Bom, "Borgen" tem desde logo a vantagem da novidade (mas atenção à versão da BBC de "House of Cards", de 1990, um pouco a matriz de tudo o que se seguiu e a melhor de todas elas), mas, para além disso, o argumento é bem mais profundo e abrangente, abarcando todo o espectro político e de modo mais detalhado os pequenos dramas pessoais e quotidianos das personagens principais, sendo que esses mesmos personagens apresentam uma densidade que nunca está presente em "Les Hommes de l'ombre". Para além disso, em "Borgen" a política vai muito para além de uma luta entre agências (ou "agentes") de comunicação, sendo possível entender com facilidade o posicionamento e as propostas políticas de cada partido e o que está em causa, em termos de substância e não apenas de lugares, nas negociações e respectivas conquistas e cedências. Digamos que em "Borgen" é mais a política que está no centro da acção, enquanto em "Les Hommes de l'ombre" estamos, essencialmente, perante um "thriller" em que a cena política é quase apenas e só o pretexto, o "background" em que se move uma certa luta pelo poder e pelo "ego" de dois "spin doctors" que partilharam empresa e amante. Em desfavor de "Borgen" a inverosimilhança de algumas situações, ditada por esta mania abjecta de fazer "render o peixe", de prolongar séries por várias temporadas ao sabor das audiências. Tanto quanto sei, "Les Hommes de l'ombre" fica-se, para já, pelos 12 episódios e já me parece esta 2ª temporada, após a derrota de Anne Visage", está nitidamente a mais.
domingo, março 15, 2015
sábado, março 14, 2015
sexta-feira, março 13, 2015
Friday midnight movie (125) - Sci-Fi (XXI)
"Mesa of the Lost Women", de Ron Ormond e Herbert Tevos (1953)
Filme completo c/ legendas em castelhano
quinta-feira, março 12, 2015
quarta-feira, março 11, 2015
terça-feira, março 10, 2015
O polícia/juiz
O que me espanta nesta notícia até já nem será tanto a manifesta incompatibilidade entre um juiz que participou num governo dirigido por José Sócrates, tivesse sido dele demitido ou não (apenas mudariam as razões da suspeição) e a apreciação de um caso judicial que envolve o ex-primeiro-ministro. O que de facto me espanta e está na raiz do problema é a facilidade com que juízes saltam "alegremente" de altos cargos na polícia para os tribunais, destes para cargos públicos, de nomeação governamental ou de outra, e assim sucessivamente. Sejamos claros: para evitar qualquer tipo de suspeição (e são demasiadas) e/ou de incompatibilidades, juiz deve limitar-se à sua carreira de juiz, devendo ser legalmente impedido de exercer qualquer outra actividade pública ou privada. E ponto final.
segunda-feira, março 09, 2015
domingo, março 08, 2015
Jorge Jesus, a LPFP e a altura da relva
Jorge Jesus acaba de pôr o dedo na ferida em relação a uma questão que tem quase sempre escapado à análise de jornalistas e comentadores: não é raro, quando as chamadas "equipas grandes" se deslocam aos estádios dos menos cotados, a relva estar demasiado crescida, dificultando a rapidez e fluência de jogo das equipas tecnicamente mais dotadas. Não vejo estas diferenças, pelo menos tão notórias e frequentes, nos jogos a que assisto das melhores ligas europeias, pelo que este é um assunto que deveria preocupar os orgãos dirigentes da LPFP. Seria muito difícil estabelecer parâmetros para a altura da relva, verificáveis através de vistoria efectuada pelos elementos da LPFP no dia anterior aos jogos?
sexta-feira, março 06, 2015
As irregularidades contributivas de Passos Coelho: não confundir o que não pode ser confundido
Voltemos ao assunto, para que não restem dúvidas.
Existe uma diferença clara e essencial entre o caso das contribuições em falta de Pedro Passos Coelho à Segurança Social e as suas irregularidades fiscais, vindas a lume e por si confirmadas. No primeiro caso, Passos Coelho, voluntária ou involuntariamente (ele saberá) eximiu-se ao seu pagamento durante cinco anos, deixando inclusivamente decorrer o prazo de prescrição, e só o fez, finalmente, porque e depois de confrontado sobre o caso pela comunicação social. Estamos, portanto, perante um incumprimento legal e um facto politicamente relevante e de gravidade inquestionável. Suficiente para obrigar Passos Coelho à demissão? Em face dos "usos e costumes" aqui do rectângulo (se estão bem ou mal, isso já é outra conversa), e pelo menos para já, não me parece, embora num país em que a política se parece resumir a uma séries interminável de casos", saia bastante fragilizado. Mas o que o primeiro-ministro terá de fazer quanto antes é responder perante a Assembleia da República, da qual depende, a todas as questões que sobre o assunto lhe forem colocadas, e é indispensável não fiquem quaisquer dúvidas por esclarecer.
Já quanto ás irregularidades nos pagamentos de dívidas fiscais, e tanto quanto se sabe pelo que veio a público, parece-me estarmos perante um assunto de bem menor gravidade, para não dizer quase irrelevante, que só assume alguma importância por surgir à luz do dia em conjunto com o primeiro. Passos Coelho, por razões que nem sequer seria obrigado a explicar, terá deixado algumas vezes ultrapassar os prazos de pagamento e entrega de documentos a que era obrigado pela Autoridade Tributária e, consequentemente, como qualquer outro cidadão em circunstâncias idênticas, pagou as coimas, juros e custas correspondentes do processo quando regularizou a respectiva situação. Não se eximiu, portanto, ao respectivo pagamento - apenas o fez mais tarde, nas circunstâncias legalmente previstas e sujeitando-se às respectivas consequências, tendo cumprido as leis da República.
Digamos que gostaria de ter como primeiro-ministro alguém mais rigoroso e atempado nas suas contas com o fisco? Sim, sem dúvida. Mas, fundamentalmente, gostaria de ter como primeiro-ministro alguém politicamente mais competente, que governasse melhor e tendo como objectivo último tornar Portugal um país mais democrático, justo, civilizado e desenvolvido. E é essencialmente sobre as suas inúmeras falhas neste campo que terá, e deverá, ser severamente julgado.
quinta-feira, março 05, 2015
quarta-feira, março 04, 2015
terça-feira, março 03, 2015
Passos Coelho, a Segurança Social e a infantilização da política
Pois era exactamente isto que Passos Coelho deveria ter respondido de logo de início quando questionado sobre a sua situação perante a Segurança Social, pedindo desculpa aos portugueses por essas suas faltas e cumprindo finalmente - embora de forma tardia - todas as suas obrigações contributivas. Teria tido o meu apoio e a de muitos portugueses que, como eu, discordam dele politicamente mas rejeitam uma política feita de "casos". Não o tendo feito e escudando-se - ele e principalmente o seu partido - em justificações ridículas e até infantis (infelizmente, Passos Coelho insiste na infantilização da política ao sugerir uma comparação com José Sócrates ao estilo "aquele menino é mais maus do que eu"), Passos Coelho deixou-se enredar numa teia de acusações e contra-acusações que apenas desprestigiam a política e os políticos e afastam da discussão os temas políticos mais importantes. Ponto final?
The Magnificent Moodies (1)
"The Moody Blues - "Go Now" (1965)
Pois, bem me podem dizer que sem o "malfadado" Melotron" os Moody Blues não passariam de mais um grupo na cena do Rhythm & Blues britânico. Não me parece, pois seriam sempre um dos melhores. Mas pronto, se quiserem fiquem lá com essa que eu vou sempre preferir "estes" Moody Blues, com Denny Laine e Clint Warwick e anteriores à chegada do execrável Melotron.
Já agora, "Go Now" é um original de Larry Banks e Milton Bennett, produzido por Jerry Leiber e Mike Stoller e interpretado originalmente por Bessie Banks.
A Banca portuguesa "nacionalizada"?
Se a proposta fusão entre o BPI e o BCP se vier a concretizar, o Estado ditatorial e cleptocrático angolano, onde não existe qualquer espécie de liberdade empresarial ou outra, passará a deter uma quota de 30% do mercado bancário português. Se o Novo Banco, como parece provável, vier a ser vendido a uma qualquer empresa, directa ou indirectamente, pertença do Estado ditatorial chinês, chegaremos, em números redondos, a cerca de 50% desse mesmo mercado nas mãos de dois Estados ditatoriais estrangeiros. "Nacionalizado, deles". Se a estes dois bancos juntarmos a Caixa Geral de Depósitos, estatal (e sou dos que defendo, nas actuais circunstâncias, assim deve continuar), temos que cerca de 3/4 do mercado bancário português deixa de estar nas mãos de privados. Pior, tendo em conta a tradicional subserviência dos governos e entidades oficiais portuguesas aos interesses angolanos e chineses, o panorama é ainda bem mais aterrador, pois, nestas circunstâncias, não me parece a Caixa possa vir alguma vez a agir contra esses interesses e em defesa dos interesses portugueses. Se isto se confirmar, veremos o que terá para dizer a Autoridade da Concorrência.
segunda-feira, março 02, 2015
O SCP no jogo de ontem: um enorme equívoco táctico.
O SCP, ontem no Porto, não foi bem uma equipa mas sim um equívoco táctico. Em primeiro lugar, jogar com um bloco tão subido contra jogadores rápidos como o são Tello, Brahimi ou Quaresma é mais ou menos como jogar à roleta russa com seis balas no tambor do revólver. Viu-se. Em segundo lugar, porque sendo o FCP muito eficaz na pressão alta e média-alta mas sendo também vulnerável quando o jogo chega à sua zona defensiva, o SCP teria de optar por uma de duas soluções para "levar o jogo para a frente": jogar directo, o que sem Slimani estava mais ou menos condenado ao fracasso, ou sair a jogar curto, em posse mas com segurança, sendo que para isso teria de ter alguém com capacidade para tal. Ora nem William (que em jogos como este revela bem as suas limitações nas saídas de bola) nem Adrián são jogadores para o fazerem com eficácia, o que levou a inúmeras perdas de bola do SCP em zonas proibidas. Ter-lhe-ia restado jogar num bloco baixo, contra o qual o FCP sempre tem revelado dificuldades, e esperar que a pressão do FCP se cansasse e assim o SCP conseguisse "descansar com bola" ou vislumbrar uma nesga de terreno para chegar à zona defensiva contrária. Mas Marco Silva foi no engodo de querer jogar de "igual para igual" e isso foi-lhe fatal. Aprenda que saber jogar "à Arrentela" não é vergonha nenhuma e às vezes até pode ser eficaz.
Cavaco conspirou contra o governo da República. Lembram-se?
Ora vamos lá a hierarquizar os assuntos... Em 2009 o Presidente da República - facto politicamente de gravidade extrema - conspirou abertamente contra o governo legítimo da República (caso da "escutas") e, tal como o seu mandante de ocasião, continuou e continua em funções. Estavam assim definidos os padrões éticos e a hierarquia de valores do que se poderia seguir. Convenhamos que comparado com isto, embora mais fácil de entender pela opinião pública e mais susceptível de exploração pela chamada "chicana política", a dívida de Pedro Passos Coelho à Segurança Social, não menorizando a sua importância, que a tem como elemento definidor do seu carácter, é coisa bem menos grave, o que não o desculpa nem atenua as suas responsabilidades. Mas parece que neste país Cavaco Silva goza de um certo estatuto e inimputabilidade e o "caso" mais grave é sempre o do momento. Ou o que virá a seguir.
domingo, março 01, 2015
A dívida de Passos Coelho e a "política de casos"
Entre 1999 e 2004, Pedro Passos Coelho, por ignorância, desleixo, esquecimento ou porque nunca terá pensado vir um dia a exercer um alto cargo político e, assim, vir a ser sujeito a um escrutínio apertado, não pagou as contribuições para a Segurança Social a que era obrigado como trabalhador independente. Logo que decidiu candidatar-se a presidente do PSD e a primeiro-ministro, mandaria o mais elementar bom senso que tivesse indagado, suspeitasse ou não de qualquer dívida, a Autoridade Tributária e a Segurança Social sobre a regularidade da sua situação perante ambas, até porque é do conhecimento público que a Segurança Social, ao contrário do que acontece com a Autoridade Tributária, é "useira e vezeira" em não notificar os contribuintes em falta. Por ausência desse mínimo bom senso, por desleixo, esquecimento ou esperando e/ou sabendo eventuais dívidas se encontrariam já prescritas ou prestes a prescreverem (não faço juízos de intenções), Pedro Passos Coelho não o fez e sujeita-se agora, e muito justamente, a ficar mal na fotografia, dando azo a todas as especulações.
Deixem-me no entanto dizer que considero estarmos perante um assunto menor, incluído na chamada política de casos" e que acaba por funcionar como elemento distractivo da discussão da política e do debate das políticas de fundo, de substância. Mas quando a agenda política é, com o acordo tácito dos agentes políticos ou até muitas vezes fomentada por estes, marcada pelo "tablóidismo", é este o ponto que chegámos. Lamentavelmente.
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