Entre 1999 e 2004, Pedro Passos Coelho, por ignorância, desleixo, esquecimento ou porque nunca terá pensado vir um dia a exercer um alto cargo político e, assim, vir a ser sujeito a um escrutínio apertado, não pagou as contribuições para a Segurança Social a que era obrigado como trabalhador independente. Logo que decidiu candidatar-se a presidente do PSD e a primeiro-ministro, mandaria o mais elementar bom senso que tivesse indagado, suspeitasse ou não de qualquer dívida, a Autoridade Tributária e a Segurança Social sobre a regularidade da sua situação perante ambas, até porque é do conhecimento público que a Segurança Social, ao contrário do que acontece com a Autoridade Tributária, é "useira e vezeira" em não notificar os contribuintes em falta. Por ausência desse mínimo bom senso, por desleixo, esquecimento ou esperando e/ou sabendo eventuais dívidas se encontrariam já prescritas ou prestes a prescreverem (não faço juízos de intenções), Pedro Passos Coelho não o fez e sujeita-se agora, e muito justamente, a ficar mal na fotografia, dando azo a todas as especulações.
Deixem-me no entanto dizer que considero estarmos perante um assunto menor, incluído na chamada política de casos" e que acaba por funcionar como elemento distractivo da discussão da política e do debate das políticas de fundo, de substância. Mas quando a agenda política é, com o acordo tácito dos agentes políticos ou até muitas vezes fomentada por estes, marcada pelo "tablóidismo", é este o ponto que chegámos. Lamentavelmente.
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