Para não corrermos o risco de confundir as estratégias políticas e de segurança que devemos definir e pôr em prática para combatermos o terrorismo radical islâmico, convém ter em atenção que, de um modo geral, podemos dividir as suas acções em dois grupos fundamentais:
- Os grandes atentados, como o das Torres Gémeas, do metropolitano de Londres e da estação de Atocha, que envolvem meios consideráveis e uma logística e capacidade financeira só ao alcance de organizações relativamente sofisticadas. Aqui, claro está, não podemos falar de problemas de integração, austeridade e desemprego, até porque muitos dos seus executores são gente aparentemente integrada e com meios de vida, no mínimo, razoáveis. Estamos a falar de um problema em cuja resolução a política internacional e a geo-estratégia têm de assumir um papel fundamental.
- As pequenas acções (nos meios, que não nas consequências) como a de Paris (e outras), que, embora reivindicando-se e mergulhando as suas raízes numa ideologia islâmica radical, são executadas, essas sim, por gente demasiado marcada por problemas de integração económica, social e cultural, que as políticas europeias têm vindo a agravar e as torna alvos preferenciais do recrutamento jihadista. Não estará aqui todo o problema, nem sequer na desintegração mergulha a totalidade da sua raiz, mas apenas uma sua parte importante. Isso significa que o assunto é suficientemente grave para que, digo-o sem esperança, já que me parecem ser este tipo de acções encaradas pelos actuais dirigentes da UE um pouco como "efeitos colaterais" da política actualmente definida pela e para a Europa, os cidadãos europeus se recusem a enfrentar e resolver com coragem o problema.
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